A economia é o fundamento de praticamente tudo o que deve ser estudado por quem deseja ter uma carreira financeira. Mais do que isso: é uma das bases mais importantes da nossa vida. Por isso, no que toca a esse assunto, não há espaço para a superficialidade. O conceito de economia precisa, sim, ser amplamente compreendido.

E é por isso que eu estou aqui hoje: para esclarecer todas as suas dúvidas sobre esse tema. Vamos lá?

O que é economia? 

O termo “economia” vem do grego oikos (casa) e nomos (costume ou lei). Juntos, significam “regras da casa”. Em resumo, é a ciência social que estuda a produção, a distribuição e o consumo de bens e serviços. Logo, tudo o que um ser humano necessita para seu desenvolvimento e comportamento.

Não é à toa que, nos conteúdos distribuídos dentro da economia, existem as finanças comportamentais. Por isso, digo que ela é muito mais do que apenas números.

Além disso, estuda os efeitos da desvalorização da moeda, políticas monetárias e fiscais. Fatores que, por sua vez, regem as estratégias governamentais para manter o equilíbrio e o crescimento saudável da economia do país.

Todas estas políticas analisadas dentro da economia e que estão ligadas ao governo são também conhecidas por Políticas Econômicas. Ou seja, tudo sobre impostos, diminuição ou aumento do Bolsa Família e qualquer coisa que mexa com o dinheiro do governo é chamado de política econômica. Afinal, são conceitos que interferem no bolso de todos.

Há um monte de aspectos que devem ser levados em consideração. Por isso que, para manter o país em equilíbrio, é preciso ter as contas e receitas em equilíbrio, para visar o bem-estar da população.

Quem criou o conceito de economia? 

Presente desde a Antiguidade, a economia é um elemento mutável que acompanha o florescer e o desenvolvimento de diferentes sociedades, as afetando e sendo afetado por elas. Desse modo, não é possível atribuir sua conceituação a nenhuma pessoa em específico. A definição da economia é fruto de contribuições de diferentes filósofos, economistas e pensadores ao longo da história.

Contudo, é possível encontrar vestígios de sua utilização antes e depois da economia ser compreendida como uma área de estudo à parte.

A etimologia, como já visto, vem da Grécia Antiga, onde a julgar por sua tradução, era utilizada para descrever a forma como uma família administrava sua casa, ou seja, como as pessoas organizavam os gastos e rendimentos do lar.

Ainda anterior à concepção de economia como ciência social, durante o mercantilismo, o termo aparece como “economia política”, uma adaptação do francês “économie politique“. Nesse cenário, seu sentido era semelhante à ideia de gerenciamento domiciliar criada pelos gregos, mas estendido para o campo da administração pública.

Entretanto, o conceito de economia como uma ciência social, utilizado nos dias de hoje, é fundamentado em teorias e pensamentos mais recentes, desenvolvidos a partir do século XVIII. Entre os pensadores mais influentes para o estabelecimento da economia moderna, é possível citar:

  • Adam Smith (1723-1790): criador da famosa teoria da “mão invisível do mercado”, Smith defendeu o liberalismo e a competição como maneiras de promover o crescimento econômico. Acreditava que a busca individual pelos interesses próprios resultaria em uma reação em cadeia capaz de impulsionar a economia, favorecendo toda a sociedade por tabela;
  • David Ricardo (1772-1823): desenvolveu a teoria do “valor-trabalho”, a qual atrela o valor das mercadorias ao esforço necessário para produzi-las;
  • John Stuart Mill (1806-1873): é conhecido, sobretudo, por promover discussões favoráveis às intervenções governamentais na economia — incluindo a regulação de monopólios e a defesa dos direitos dos trabalhadores — como meio de promover o bem-estar social, incluindo a regulação de monopólios e a defesa dos direitos dos trabalhadores;
  • Karl Marx (1818-1883): é famoso principalmente por suas exposições sobre a “luta de classes”, a qual enfatiza a exploração dos trabalhadores pelos capitalistas. Apesar das críticas e revisões, a influência de seus pensamentos ainda se faz presente em discussões sobre a desigualdade e o papel do Estado na economia.

Estes, contudo, são apenas alguns entre os nomes mais conhecidos que auxiliaram para a concepção da Economia enquanto disciplina de estudo. A ideia de economia é um organismo vivo que continua a ser moldado por novas correntes de pensamentos e teorias.

Quando surgiu o conceito de economia?

Os indícios sobre a origem do conceito de economia ou ao menos dos assuntos discutidos por essa ciência social podem ser rastreados até a Antiguidade. 

Diferentes civilizações, como os gregos, egípcios, babilônios, romanos, chineses, mesopotâmicos e os persas já desenvolviam pensamentos rudimentares sobre temas caros à economia, como o comércio, a agricultura, a tributação, entre outros. Porém, tratavam-se de noções fragmentadas. Ou seja, não constituíam uma área de estudos específica.

Assim, dado que a ideia da economia e de seus problemas se desenvolveu e foi lapidada ao longo dos séculos, e em diferentes partes do globo simultaneamente, é impossível de mensurar com exatidão onde suas bases foram discutidas pela primeira vez. 

Entretanto, a concepção de economia como uma ciência social organizada, da maneira como a utilizamos hoje, é muito mais recente e pontual. 

Por mais que não seja consenso entre todos os teóricos, o surgimento do conceito atual de economia é amplamente atribuído à publicação do livro “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, em 1776 — o que lhe faz ser comumente chamado de o  “pai da economia moderna”. 

A obra, onde é apresentada a teoria da mão-invisível do mercado, apresenta o trabalho, a terra e o capital como os três elementos da produção e os principais impulsionadores do desenvolvimento sócio-econômico de um país.

Qual é o objetivo principal da economia?

Um dos maiores objetivos da economia é garantir o bem-estar da população.

Para que essa finalidade seja alcançada, a economia desdobra-se em outras metas menores. Por exemplo, o estudo dos processos econômicos e a distribuição da riqueza.

Além disso, a economia também visa avaliar os resultados do trabalho social e a utilização de recursos, especialmente aqueles que são escassos

A partir de tudo isso, é possível avaliar, também, as necessidades da sociedade e adaptar esses recursos de acordo com o que as pessoas do país precisam.

Dessa forma, é possível manter um povo bem e garantir que a economia do país funcione normalmente.

Qual é a importância da economia para a sociedade? 

A associação direta da economia com os editoriais especiais de jornais e telejornais faz com que muitas pessoas caiam no erro de considerá-la um tema distante e complicado, reservado aos investidores e grandes corporações. Contudo, ela não é chamada de ciência social à toa. As decisões econômicas e o desempenho da economia refletem diretamente no dia a dia de todos os cidadãos, das famílias, e da sociedade como um todo.

A Economia se faz presente em exemplos rotineiros, como:

  • O preço da cesta básica e da gasolina;
  • O preço do transporte público;
  • O financiamento de um carro ou casa própria;
  • A tributação;
  • Prestação de serviços públicos;
  • Níveis de inflação;
  • Taxas de desemprego;
  • Câmbio de moedas estrangeiras;
  • Contas de água, luz e gás.

Desse modo, entre os principais papéis desempenhados pela Economia na sociedade, é possível citar:

  • Distribuição de renda: os sistemas econômicos e as políticas econômicas podem afetar a distribuição de renda, incidindo no aumento ou diminuição da desigualdade;
  • Mercado de trabalho: o desempenho econômico — no sentido macro ou em determinado segmento — reflete na oferta de empregos. Uma boa condução da economia é sempre acompanhada pelo aumento do número de postos de trabalho. Períodos de crise ou recessão econômica, por outro lado, ocasionam o aumento da taxa de desemprego;
  • Inflação e deflação: a inflação e a deflação implicam no poder de compra e são impulsionadas pela demanda e pela oferta. Quando a inflação é alta, o dinheiro perde valor e os bens e serviços passam a pesar mais no bolso do consumidor;
  • Políticas econômicas: a soma das políticas econômicas, monetárias e fiscais têm impacto direto na estabilidade da economia e no desenvolvimento social;
  • Políticas públicas: os dados econômicos são essenciais para o desenvolvimento de programas de bem-estar social e políticas centradas em áreas essenciais para a sociedade como a educação, saúde e segurança; 
  • Mercados financeiros: o desempenho da economia também afeta diretamente o mercado de capitais, influenciando a flutuação do preço das ações e dos demais ativos financeiros.

Como a economia funciona?

Quando observamos a economia de maneira ampla, é possível perceber que ela funciona de maneira mecânica e com processos bem delineados.

Seja como for, para entender o seu funcionamento, é preciso compreender como funcionam cada uma de suas divisões.

Quais são as divisões da economia?

Embora teorias mais modernas sejam divergentes quanto ao número de divisões da economia, tradicionalmente seus estudos são divididos em dois grandes grupos: microeconomia e macroeconomia.

São dois conceitos de fácil compreensão, mas que não devem ser confundidos. Para deixar claro, explico cada um deles na sequência.

  • Microeconomia: a microeconomia diz respeito ao comportamento individual ou de uma empresa. Essa é considerada uma matemática mais exata, pois leva em conta questões como o produto individual, demanda, oferta, preços de produtos e de fatores, salários etc.
  • Macroeconomia: a macroeconomia, por sua vez, refere-se ao comportamento de uma nação, bloco econômico ou do mundo. Além disso, abrange questões como renda nacional, nível geral de preços, distribuição, produção nacional, entre outros. É aí é que entram as Políticas Econômicas.

Vale citar, contudo, que a expansão dos assuntos e demandas que moldam o campo das ciências econômicas acabam tornando essa divisão clássica bastante limitante. Não é complicado, por exemplo, se deparar com pensadores que abordam ramos bem mais segmentados da Economia. Alguns exemplos mais conhecidos são:

  • Economia pública: analisa o fornecimento de bens e serviços coletivos públicos cujos custos são financiados pelos impostos; 
  • Economia agrícola: observa os impactos da economia sobre o setor agrícola e vice-versa;
  • Economia Financeira: se concentra no estudo das instituições financeiras e nos mercados financeiros;
  • Economia Internacional: verifica os efeitos das políticas econômicas internacionais e as vantagens competitivas dos países;
  • Economia do Trabalho: foca no levantamento e análise de dados sobre o mercado de trabalho, como salários e taxa de desemprego;
  • Economia gerencial: aplica levantamentos microeconômicos para auxiliar gestores na tomada de decisões corporativas.

Quais são os tipos de economia? 

A Economia pode ser compreendida como uma ideia em aberto e em eterna mutação. Os tipos econômicos existentes se multiplicam e se ramificam de modo a acompanhar as mudanças sociais, tornando a tarefa de enumerá-los bastante complexa.

Contudo, entre as variações mais clássicas dessa ciência social, posso citar:

  • Economia de Mercado: nesse modelo, como sugere o nome, os preços e as decisões sobre como, de que forma e para quem produzir são tomadas, quase em totalidade, pelo mercado e determinadas pela relação entre a demanda e a oferta. Os Estados Unidos são o maior exemplo desse modelo econômico;
  • Economia de mercado livre: variante teórica da economia de mercado, esse conceito defende uma economia com pouca ou mesmo nenhuma intervenção do Estado;
  • Economia planejada: também conhecida como economia socialista, esse sistema se baseia no controle do governo sobre a produção e a distribuição dos bens e serviços, com o objetivo de promover a igualdade social. Cuba é um bom exemplo de aplicação desse tipo de política econômica;
  • Economia de comando: variação extremada da economia planejada, esse regime é baseado no controle total do Estado sobre todos os aspectos econômicos, como a propriedade dos meios de produção, alocação de recursos e fixação de preços. A Coreia do Norte é o exemplo mais conhecido desse tipo de economia;
  • Economia mista: mescla conceitos da economia planejada e da economia de mercado, como o direito à propriedade privada e o desenvolvimento de políticas sociais. É o tipo de economia adotado pela maioria da Europa ocidental;
  • Economia de subsistência: cada vez menos comum e restrito a pequenas comunidades isoladas, trata-se de um modelo onde é produzido somente o essencialmente necessário para o atendimento das necessidades básicas.

Amostra de como a evolução da sociedade e da economia ocorrem de maneira interdependente, transformações e preocupações sociais observadas nos últimos anos têm, consequentemente, influenciado no estabelecimento de novos tipos de economia. Entre alguns dos exemplos mais recentes estão:

  • Economia colaborativa: também conhecida como economia compartilhada ou em rede, esse tipo de economia propõe o compartilhamento de bens e serviços, em vez da venda. Alguns exemplos bastante populares são o Uber e o Airbnb, além dos cada vez mais populares espaços de coworking;
  • Economia do conhecimento: economia que visa gerar lucro por meio do processo criativo e da disseminação do conhecimento. Está ligada às áreas de pesquisa, educação, tecnologia, entre outras;
  • Economia verde: uma das vertentes econômicas mais debatidas das últimas décadas, a economia verde se preocupa em promover o desenvolvimento e a utilização dos recursos de maneira sustentável, minimizando o impacto ambiental e as crises climáticas. Esse sistema engloba tópicos como o consumo consciente, a reciclagem, energias limpas e a redução da emissão de carbono;
  • Economia circular: extensão da economia verde, a economia circular estuda formas de reduzir o desperdício, reaproveitando tudo o que é produzido. Baseado nos ciclos naturais, esse modelo produtivo utiliza os resíduos como matéria-prima para a fabricação de novos bens;
  • Economia da nostalgia: tendência bastante atual, a economia da nostalgia é caracterizada pela produção e consumo de bens que remetem ao passado e à memória afetiva. É um sentimento amplamente utilizado pela publicidade para criar e lançar “novos” produtos. O exemplo mais claro disso é a indústria da moda, a qual comumente se reinventa buscando inspiração em estilos de outras décadas. Uma referência bastante pontual desse fenômeno econômico (lembrando que estou escrevendo esse artigo em agosto de 2023) é o estrondoso sucesso do lançamento do filme “Barbie”, o qual automaticamente impulsionou as ações da Mattel.

Quais são os conceitos básicos da economia?

Dentro do conceito de economia, existem vários outros conceitos “menores”, digamos assim, que a constituem.

Aqui, eu vou listar alguns deles, além de disponibilizar a você um link para se aprofundar um pouco mais em cada um.

Como a oferta e a demanda afetam os preços dos bens e serviços?

Um dos princípios basilares da economia, a Lei da Oferta e da Demanda é a maior moderadora de preços em um mercado. Consiste na relação intrínseca entre o valor de um bem ou serviço e a procura por estes. 

A oferta refere-se à quantidade de bens ou serviços que os produtores/vendedores podem disponibilizar para venda por um determinado preço. Esse fator pode ser influenciado por questões como custos produtivos, novas tecnologias, regulamentações e concorrência.

Na outra ponta do balcão, a demanda diz respeito aos consumidores. Representa quanto um produto ou serviço é desejado e quanto quem os consome ou os deseja comprar está disposto a pagar por eles. Essa variável, por sua vez, pode flutuar devido à renda, produtos semelhantes, escassez, e assim por diante.

Grosso modo, quando a demanda por um produto aumenta e supera a oferta, os preços também tendem a subir, incentivando o aumento da produção. Por outro lado, quando a oferta é maior que a procura, os preços caem e a produção é reduzida.

A Lei da Oferta e da Demanda é um conceito sem autoria definida. Seu funcionamento, contudo, já existia antes mesmo desses termos serem formalizados pela primeira vez, pelo economista James Steuart, em 1767. Em um carta datada de 1691, endereçada a um membro do parlamento, o filósofo John Locke já descrevia o funcionamento dessa máxima, embora sem recorrer a sua nomenclatura: “O preço de qualquer mercadoria sobe ou desce de acordo com a proporção do número de compradores e vendedores”, diz um trecho da correspondência.

Na teoria, em um mercado de concorrência perfeita, as decisões tomadas pelos diferentes agentes econômicos devem se ajustar organicamente, alterando o preço de um bem até que sua demanda e oferta estejam em equilíbrio.

Como as empresas contribuem para a economia?

Junto ao Estado e às famílias, as empresas são um dos agentes econômicos essenciais para o funcionamento e existência do mercado financeiro e da própria economia como a conhecemos. Se voltarmos ao tópico anterior, as empresas são as responsáveis pela oferta. Isso, porém, não é tudo.

Antes de mais nada, vale citar que as empresas podem ser divididas em dois grupos que se relacionam entre si e os demais agentes econômicos. Cada um de colabora ao seu modo para a economia:

  • Empresas não financeiras: engloba todas as companhias que tem por objetivo produzir e comercializar bens de diferentes naturezas, com exceção de produtos financeiros; 
  • Instituição financeiras: são as entidades que atuam diretamente com produtos financeiros, atuando com a captação de poupança e a oferta de empréstimos para investimentos produtivos, seja de pessoas físicas ou jurídicas — as empresas.

Em uma relação de interdependência, as famílias cedem sua mão de obra às empresas não financeiras, que em um fluxo circular, empenham essa força de trabalho para a produção e fornecimento de bens e serviços para as famílias. É dizer, além da oferta, as empresas também são fundamentais para a geração de empregos.

Por fim, mas não menos importante, como resultado natural da concorrência, as empresas também são impulsionadoras de novas tecnologias e soluções, capazes de aquecer e mesmo redirecionar a economia como um todo.

Já as instituições financeiras concentram os valores poupados por famílias e outras empresas e repassam esse dinheiro para aqueles que necessitam de financiamento — sejam elas, as famílias, empresas ou mesmo o Estado.

As empresas atuam, portanto, na produção e oferta de bens, geram empregos, promovem inovações e impulsionam o desenvolvimento econômico. São, permita-me a metáfora, o motor da economia de uma nação.

Como aprender sobre os conceitos de economia?

Uma das melhores maneiras de aprender sobre os conceitos de economia é se manter atualizado. Portanto, comece a dar uma atenção especial ao noticiário.

Além disso, é claro, é recomendável que você busque ajuda profissional para se aventurar nesse tema — e muitos outros que vão fazer parte do seu dia a dia.  

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