Certos termos são ditos e repetidos tantas vezes no dia a dia do mercado financeiro e em artigos de educação financeira como este, que o leitor mais desatento, certamente, já passou os olhos por eles sem ter tido a calma de medir seu peso e estudar seus pormenores.  

A verdade é que o vocabulário de finanças é amplo e palavras menos usuais tendem a chamar mais a atenção. Para dominar o mercado é melhor administrar seu patrimônio, porém, é preciso também se aprofundar sobre vocábulos básicos. E é justamente sobre um dos termos mais convencionais que me aprofundo neste artigo: os recursos financeiros

Temática das mais recorrentes em exames de certificação financeira, os recursos se referem, em resumo, a todos os ativos financeiros com liquidez. Trata-se, dessa maneira, de um dado de suma relevância, por exemplo, para o controle das finanças de uma empresa.

Se a esta altura já te convenci sobre a importância de dominar este termo, te convido a seguir comigo. Neste artigo, te apresentarei todos os tipos de recursos financeiros, como gerenciá-los, formas de captá-lo e muito mais.

O que são os recursos financeiros?

De maneira direta, é possível dizer que recurso financeiro é como se denomina qualquer tipo de ativo com algum grau de liquidez — ou seja, que pode ser convertido em dinheiro.

São, então, valores de fácil acesso que podem ser utilizados por pessoas jurídicas ou pessoas físicas em aplicações e em investimentos. Por isso, são fundamentais para o bom funcionamento da economia.

No que tange às empresas, a maneira mais direta de obter recursos consiste na venda de produtos ou na prestação de serviços, segundo a sua atividade-fim. No entanto, existem diversas outras maneiras de captação externa junto a investidores ou ao governo.

Ao contrário do que possa parecer em uma primeira impressão, esses ativos não se referem apenas ao capital e, tampouco, são limitados à origem financeira. Mas isso tudo merece mais atenção e será detalhado ao longo deste artigo.

Quais as diferenças entre recursos financeiros e recursos econômicos?

Ainda que sejam termos semelhantes, recursos financeiros e recursos econômicos não são sinônimos. O primeiro diz respeito aos ativos com liquidez de uma empresa. O segundo, por sua vez, se relaciona somente às expectativas de entrada de dinheiro.

Em resumo, os recursos econômicos podem ser lidos como prejuízo e lucro, ou como prospecções de fluxo de caixa do negócio. Enquanto a movimentação financeira é onde se observa, na prática, a geração de dinheiro ao longo de um período.

Assim, é possível que existam cenários onde a companhia demonstre uma situação econômica favorável, ao passo que seus recursos financeiros não estejam em bom momento. 

Saber, portanto, como relacionar essas duas formas de recursos é essencial para a boa gestão de um negócio.

Qual é a diferença entre operação financeira e monetária?

Uma operação monetária é aquela onde é feita a troca de um produto por dinheiro de forma direta. A operação financeira, por sua vez, é mais complexa, envolvendo fatores como tempo e juros.

Para que isso fique mais claro, basta analisar as diferenças entre os estudos do sistema monetário e do sistema financeiro. O primeiro tem por função mensurar o valor das mercadorias, enquanto o segundo se debruça sobre o estudo do valor do dinheiro ao longo do tempo.

Desse modo, a definição de recursos financeiros engloba as duas categorias: o capital que a companhia possui à sua disposição e suas possibilidades de operações financeiras.

Qual a importância dos recursos financeiros?

Ao entender os ativos como tudo aquilo que pode ser convertido em dinheiro, não é complicado apontar a importância de sua gestão para a manutenção e ou expansão de uma companhia.

Além de serem essenciais para manter as atividades da empresa, a boa gestão de seus recursos pode ser também um atrativo para eventuais investidores e, por conseguinte, um facilitador para a captação de mais recursos.

Vale citar, ainda, que a correta gestão do recursos é essencial, entre outras coisas, para: os planejamentos da empresa, a otimização de seu processo operacional, a tomada de decisão de seus gestores e, principalmente, a rentabilidade do negócio.

Quais são os tipos de recursos financeiros?

Os recursos financeiros são todo e qualquer ativo com grau de liquidez, sendo esses originários de seu capital ou de operações financeiras possíveis.

Os recursos financeiros de uma empresa, portanto, podem corresponder, entre outras coisas: a venda de produtos ou prestação de serviços, emissões de ações e títulos de dívida, financiamentos, empréstimos, entre outros.

Quais os exemplos de recursos financeiros de uma empresa? Os recursos financeiros de uma empresa podem ser originados por operações monetárias e operações financeiras. Entre os diferentes exemplos possíveis desses ativos, os mais comuns são:

  • Dinheiro em espécie: é o recurso mais comum utilizado na gestão de uma empresa;
  • Títulos de investimentos: para expandir seus negócios, a companhia de pode emitir debêntures ou abrir sua sociedade para negociar suas ações na Bolsa;
  • Depósitos bancários: valores mantidos em entidades financeiras em troca de retorno.

Como é feita a captação de recursos financeiros?

Para além de gerar recursos por meio de sua atividade-fim, a empresa que planeja agilizar ou multiplicar a captação de recursos pode recorrer de diferentes formas ao mercado financeiro como: empréstimos, aportes governamentais, emissão de títulos, entre outros.

A captação de recursos financeiros é prática comum no planejamento de diferentes companhias em situações como:

  • Novos projetos: nem sempre a empresa tem recursos próprios suficientes para aportar projetos e manter sua atividade ao mesmo tempo. Logo, a busca de recursos pode ser o caminho para a expansão de operação ou de mercado, por exemplo;
  • Necessidade de capital de giro: determinadas operações podem contar com ciclos financeiros extensos, ou seja, com um espaço de tempo longo entre o pagamento de fornecedores e o recebimento das vendas. A captação de recursos pode ser, nessas situações, uma forma de manter a empresa em períodos onde o caixa fica exposto;
  • Auxílio para superação de crise: empresas podem estar sujeitas a crises de ordem interna e externa. Aportes de recursos podem ser, portanto, a saída para manter as operações.

Compreender, assim, quais as possibilidades de captação é essencial para estudar os benefícios e riscos envolvidos em cada uma delas, conforme explicarei na sequência.

Empréstimo de bancos

O empréstimo é uma das formas de captação mais comuns e populares, sendo usada tanto por pequenas empresas que precisam de aporte para expandir seus negócios ou mercado, bem como por grandes empresas que necessitam de algum impulso.

Um bom exemplo disso são as companhias ligadas ao setor imobiliário. Grande parte das obras, devido ao volume de investimento e longos prazos de negociação, são financiadas por bancos.

Embora seja uma forma popular de captação de recursos, é necessário que o gestor preste atenção, sobretudo, aos juros cobrados pelas instituições financeiras.

Aporte governamental

O aporte governamental, como sugere o nome, são recursos oferecidos por bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal, o BNDES (Banco Nacional 

de Desenvolvimento Econômico e Social), ou Banco do Brasil

Na prática, o aporte parte de programas de créditos promovidos pelo Governo Federal que buscam facilitar o desenvolvimento de projetos de setores específicos.

Uma das vantagens desse tipo de aporte é a taxa de juros, que costuma ser inferior às cobradas por instituições financeiras privadas.

Crowdfunding

Também conhecida popularmente no Brasil como vaquinha, é uma modalidade de financiamento coletivo, onde o projeto de uma empresa pode receber aportes de qualquer pessoa que acredite em seu potencial.

As crowdfundings costumam ser abertas em diferentes plataformas especializadas, tais como: Catarse, Kickstarter, StartMeUp, entre outros.

Bastante evoluída no Brasil, essa modalidade de captação é regulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Investidores anjo

Investidores anjo são pessoas físicas que financiam projetos que acreditam que podem se traduzir em bons retornos futuros

Normalmente, esse tipo de investidor conta com experiência sobre o segmento da empresa que está buscando aportes, podendo, inclusive, aconselhar o gestor no direcionamento de seus negócios. Para que esse tipo de captação seja possível, é preciso que o gestor esteja munido de um plano de negócios muito bem trabalhado.

Capital de risco

Do inglês venture capital, o capital de risco funciona como um fundo de investimento direcionado a empresas que já possuam experiência de mercado e que buscam recursos para expandir.

Para captar recursos dessa forma, é preciso expor os pormenores do negócio e do produto. Esse tipo de investidor tende a apostar em empresas de pequeno e médio porte com possibilidades de grandes retornos. Em troca de seus aportes, cobram uma taxa consideravelmente alta de participação de lucro no projeto aportado.

Novos sócios

Outra alternativa para alavancar um negócio é buscar a participação de novos sócios

Além de aportar quantias de dinheiro necessárias para bancar os projetos da empresa e sua expansão, um bom sócio pode, ainda, agregar conhecimento de mercado.

Em troca, o novo sócio é remunerado com participação nos lucros, além de ganhar poder de voto em decisões futuras da companhia.

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Entendeu o que são os recursos financeiros e em quais cenários eles são buscados? Se você quer continuar a sua jornada de aprendizado neste setor, eu te convido a dar uma olhada no canal da TopInvest no YouTube. Por lá, toda semana você encontra vídeos novos sobre o mercado financeiro, suas certificações e seus conceitos. Bora?

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