O que é valor contábil?
O valor contábil é um conceito utilizado para determinar o valor de um ativo ou passivo de uma empresa, baseado em seus próprios registros contábeis. Ou seja, considera índices de depreciação, amortização e exaustão acumulada.
Maquinários, insumos e até mesmo patrimônios intangíveis têm valores contábeis, que devem estar devidamente registrados em balanços patrimoniais. Este conceito, aliás, serve principalmente para avaliar a saúde financeira de uma organização.
É importante destacar que o valor contábil de um ativo ou passivo não reflete o seu valor real de mercado, já que não considera fatores como valorização, depreciação de mercado e até mesmo a lei de oferta e demanda.
Qual é a importância do valor contábil?
O valor contábil é um indicativo da situação financeira de uma empresa. Por essa razão é que figura em prestação de contas e relatórios de desempenho. Dessa forma, é bastante útil para investidores e credores que desejam verificar se uma organização é capaz de cumprir com suas obrigações, por exemplo.
Para as próprias empresas, manter os valores contábeis de seus ativos e passivos atualizados é uma maneira de garantir decisões empresariais mais assertivas.
Voltando ao ponto de vista dos investidores, vale lembrar que a valorização ou desvalorização de uma organização no mercado de capitais não dependerá somente de seu valor contábil, mas também de outros aspectos de seu balanço patrimonial, e também de fatores do mercado econômico como um todo.
Depreciação, amortização e exaustão acumulada: o que são?
Como você já sabe, o valor contábil considera níveis de depreciação, amortização e exaustão acumulada para definir o valor de um ativo ou passivo. Para você entender a influência desses conceitos, leia mais sobre cada um deles especificamente:
Depreciação
Bens tangíveis sempre passam pelo processo de depreciação em relação ao seu valor original. Uma máquina, por exemplo, se tornará obsoleta com o passar do tempo, já que novas versões desse equipamento com certeza surgirão no mercado. Além disso, o seu uso contínuo faz com que essa máquina já não funcione da mesma forma que o fazia quando era nova.
Temos, então, os efeitos da depreciação, que podem não somente acontecer com maquinário, mas também veículos, móveis e edifícios. Para entender como a depreciação afetou este bem tangível, considera-se o seu valor original e valor atual. O resultado é o seu valor contábil.
Amortização
Este conceito é aplicado em bens intangíveis — ou seja, marcas, softwares, direitos autorais, patentes e tecnologias diversas.
Assim como acontece com a máquina do exemplo anterior, esse tipo de ativo também perde valor com o tempo e pode tornar-se obsoleto em comparação com outras opções do mercado. Assim, faz-se necessário avaliar o seu valor contábil.
O recomendado é que esse processo de avaliação, inclusive, seja feito mensalmente.
Exaustão Acumulada
Por fim, este conceito refere-se aos bens naturais — florestas e recursos minerais, por exemplo. Ele é frequentemente encontrado no balanço patrimonial de indústrias de mineração e exploração de gás ou petróleo. Em suma, que utilizam recursos minerais finitos e que vão se esgotando ao longo da sua produção.
A exaustão acumulada, portanto, baseia-se na quantidade de recursos que foram utilizados (ou até esgotados) em relação ao seu total disponível. O valor contábil, aqui, aponta para a desvalorização desse tipo de ativo, já que eles diminuíram gradativamente dentro de determinado período.
Qual é a diferença entre valor contábil e valor de mercado?
Enquanto o valor contábil está ligado a um ativo da empresa, presente em seu balanço patrimonial, o valor de mercado está mais voltado sobre a oferta e demanda deste mesmo ativo no mercado, como o seu nome indica.
Para visualizar melhor essa diferença, imagine uma empresa de capital aberto, com ações disponíveis para negociação na Bolsa de Valores. Se o preço inicial desses títulos for R$20 e que haja 1.000 desses papéis na B3, então o valor contábil dessas ações, no balanço patrimonial, seria de R$20.000,00.
Contudo, muitos fatores podem alterar o preço dessas ações ao longo do tempo, como o desempenho desta empresa, sua saúde financeira, os acontecimentos do seu setor de atuação e até mesmo do mercado econômico como um todo. Isso acontece com frequência já que investidores compram e vendem esses papéis entre si.
Se o valor dos seus títulos subisse em um determinado momento, o valor contábil dessas ações permaneceria o mesmo, pois o que teria mudado seria o seu valor de mercado.
Como calcular o valor contábil?
O valor contábil é calculado a partir do valor original do ativo — quanto foi pago por ele no momento de sua aquisição. Com isso, deve-se avaliar a sua depreciação ao longo do tempo, para subtraí-la do preço inicial.
O cálculo do valor contábil não segue uma fórmula exata, pois depende principalmente do tipo de ativo em questão. Perceba as diferenças:
Tangíveis
Um bem tangível tem seu valor contábil encontrado a partir do seu grau de depreciação. Nesse caso, pode-se dividir esse preço pela quantidade de anos de uso para perceber a influência desse grau.
Esse método, aliás, chama-se depreciação linear e é utilizado principalmente quando o valor do ativo diminui igualmente a cada ano que passa, considerando a sua expectativa de vida útil.
Intangíveis
Aqui, o cálculo de amortização deve ser aplicado. Lembre-se que, na categoria de intangíveis, temos marcas e tecnologias como principais exemplos. Esse tipo de bem também tem expectativa de vida útil, afinal, seus fabricantes podem, eventualmente, lançar novas versões desses produtos e serviços.
Nesse caso, também se divide o valor pago pelo ativo pelo seu tempo de vida útil. Assim, pode-se encontrar o valor que será amortizado do seu preço inicial.
Recursos Naturais
O cálculo da exaustão acumulada, que considera a exploração de recursos naturais, acontece da mesma forma que a depreciação. Ou seja, o custo inicial da exploração de recursos deve ser identificado, para que então se subtraia pela porcentagem restante destes recursos, após sua utilização.