Já pensou em atuar como braço direito dos investidores, indicando investimentos com base em análises técnicas ou fundamentais? É isso que faz o Analista de Valores 

Mobiliários, uma das profissões mais cobiçadas e bem pagas do mercado financeiro.

Parece bom? Pois fica melhor. Essa também é uma das funções menos concorridas que existem. Em outubro de 2024, (acredite) existiam apenas 1.217 profissionais credenciados para assumir esse cargo. Em um país continental, com quase 20 milhões de investidores pessoas físicas, isso significa que as oportunidades neste ramo não hão de faltar.

Gostou da ideia? Então você precisa conhecer a CNPI, a certificação obrigatória para quem pretende atuar como um Analista de Investimentos. Se você quer saber mais sobre o assunto, vem comigo! Ao longo deste artigo, responderei algumas das dúvidas mais comuns sobre essa importante certificação financeira, como:

  • Quem pode fazer a CNPI?
  • Como tirar a CNPI?
  • Quanto custa tirar o CNPI?
  • O que é preciso para tirar a certificação CNPI?
  • É difícil tirar o CNPI?
  • A CNPI vale a pena?
  • Como se preparar para a prova CNPI?

Vamos nessa!

O que é CNPI?

Sigla de “Certificação Nacional do Profissional de Investimento”, a CNPI é uma certificação obrigatória para quem pretende obter o cadastro de Analista de Valores Mobiliários no Brasil. Concedida pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec), essa qualificação tem por objetivo habilitar os profissionais do mercado financeiro a recomendar ativos na bolsa de valores de acordo com as boas práticas e regulamentações do setor.

  As certificações CNPI possuem três categorias, cada qual com um foco específico de análise e abordagem no mercado financeiro. São elas:

  1. CNPI 

A certificação CNPI habilita o profissional a atuar como Analista Fundamentalista. Quem obtém este certificado está capacitado para analisar os fundamentos financeiros das empresas, como balanços, lucros e indicadores econômicos, a fim de recomendar ativos com base em seu valor intrínseco e no potencial de crescimento a longo prazo.

Para obter essa certificação, o interessado deve ser aprovado em dois exames aplicados pela Apimec: o CB (Conteúdo Brasileiro) e o CG1 (conteúdo Global 1).

  1. CNPI-T 

A certificação CNPI-T qualifica o profissional para a função de Analista Técnico. Quem possui esta certificação está preparado para utilizar gráficos, analisar padrões históricos de preço e volume, e prever movimentos do mercado, identificando oportunidades de curto e médio prazo.

Para tirar o CNPI-T, o candidato precisa passar nos dois seguintes exames: o já citado CB, e o CT1 (Conteúdo Técnico 1).

    3. CNPI-P

A certificação CNPI-P é a mais abrangente, capacitando o profissional a utilizar tanto a análise técnica quanto a análise fundamentalista na recomendação de ativos. 

Para obter essa certificação, é necessário ser aprovado em três exames: CB, CG1 e CT1.

Quem pode fazer a CNPI?

Na prática, qualquer profissional do mercado financeiro ou pessoa com mais de 18 anos interessada em atuar como Analista de Valores Mobiliários pode aplicar para fazer os exames CNPI. 

Para obter o cadastramento junto a Apimec, contudo, o aprovado precisa apresentar um diploma de nível superior completo, em qualquer área do conhecimento, desde que reconhecido pelo MEC. 

Ou seja, é possível realizar os exames com a graduação ou licenciatura em andamento, mas é preciso que estejam concluídos no momento de solicitar o credenciamento para atuação profissional.

Como tirar a CNPI?

O passo a passo para tirar a CNPI não é nenhum mistério. Tudo o que você precisa é seguir as etapas abaixo:

  1. Inscrição

A inscrição para o CNPI é feita pela própria plataforma da Apimec. A prova pode ser solicitada online ou presencial (oferecida em Centros de Testes da FGV em praticamente todos os estados brasileiros).

Ao selecionar o exame desejado, é só gerar um boleto correspondente e, após confirmação do pagamento, agendar a(s) prova(s). O agendamento, importante citar, deve ser feito em até 30 dias após a compensação do boleto. Após isso, a candidatura é automaticamente cancelada, sem ressarcimento.

  1. Realização dos exames

A realização dos exames dependerá do cargo almejado:

  • CB (Conteúdo Brasileiro): é uma prova base para analistas fundamentalistas e técnicos, e deve ser complementada com um exame específico (CG1, CT1, ou ambos), a depender da certificação pretendida;
  • CG1 (Conteúdo Global 1): exame específico para obtenção da certificação CNPI (Analista Fundamentalista) e complementar para a CNPI-P (Analista Pleno);
  • CT1 (Conteúdo Técnico 1): exame específico para tirar a certificação CNPI-T (Analista Técnico) e complementar para a CNPI-P.

O candidato tem a opção de prestar os exames na mesma data (caso haja disponibilidade) ou em separado, não havendo uma ordem correta para a realização dos mesmos. 

Ao optar por concluir todas as etapas em um só dia, é preciso apenas o cuidado de agendar os exames para horários distintos, lembrando sempre que cada um tem a duração máxima de 1h50.

Quem realiza as provas por separado, por sua vez, tem o prazo de até 12 meses após a aprovação em um exame, para a realização da próxima. Se perder esse prazo é preciso começar tudo desde o princípio: fazer as inscrições e voltar a realizar as provas em que já havia sido aprovado.

  1. Credenciamento

Após aprovação nos exames, o candidato precisa solicitar seu cadastramento como Analista de Valores Mobiliários junto a Apimec. Essa é uma etapa fundamental após a obtenção do certificado CNPI, já que apenas profissionais credenciados estão autorizados a realizar recomendações de ativos financeiros.

O documento pode ser requisitado na plataforma da Apimec, até 12 meses após a data de aprovação. Vencido este prazo, o candidato é obrigado a refazer todas as provas desde o começo.

A emissão do certificado custa R$195,00 e é paga por meio da emissão de boleto bancário. Além disso, existe ainda uma taxa de credenciamento trimestral no valor de R$270,00 para manutenção do certificado.

Importante: as certificações CNPI possuem validade de 5 anos. Antes do vencimento deste período, o analista precisa solicitar a atualização do credenciamento. Isso pode ser feito por meio de participação em cursos ou realização de exames de reciclagem.

Quanto custa tirar o CNPI?

Cada módulo da CNPI é cobrado separadamente, com descontos para associados da Apimec e da Anapar (Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão). Abaixo a tabela com os valores de 2024:

ExameAssociado ApimecAssociado AnaparValor integral para não associados
Conteúdo Brasileiro (CB)R$551,25R$661,50R$735,00
Conteúdo Global 1 (CB1)R$689,25R$827,10R$919,00
Conteúdo Técnico 1 (CT1)R$689,25R$827,10R$919,00

Vale lembrar que, justamente por serem separados em módulos, o candidato pode se inscrever para exames em datas diferentes, desde que respeitado o prazo máximo de 12 meses entre a aprovação em uma prova e a participação na seguinte. Se esse tempo for excedido, será necessário realizar todos os exames já feitos outra vez.

É difícil tirar o CNPI?

Essa é uma pergunta bastante subjetiva, já que cada prova pode ser mais ou menos complicada a depender da facilidade do candidato com o tema. O que se pode dizer, com certeza, é que trata-se de um prova com um programa bastante extenso, incluindo muita teoria, mas também a resulação de um bom número de fórmulas financeiras — e sim, saber usar a calculadora HP12C é um grande facilitador nessa hora, já que o tempo é consideravelmente curto. 

Indo para além da simples opinião, a melhor maneira de ter uma ideia da complexidade da CNPI é sublinhando os tópicos compreendidos nos exames. Assim fica mais fácil identificar aqueles assuntos em que você mais se garante, e os que vão exigir mais tempo de estudo.

ExameConteúdoQuem precisa fazer
Conteúdo Brasileiro (CB)Sistema Financeiro Nacional;Mercado de Capitais;Renda Fixa;Derivativos;Conduta e relacionamento;Conceitos econômicos;Governança corporativa, relações com investidores e sustentabilidade.Fase comum para o analista fundamentalista, técnico e pleno.
Conteúdo Global  1 (CG1)Análise e avaliação de ações e finanças corporativas;Contabilidade financeira e análise de relatórios financeiros.Fase obrigatória para analista funmentalista e pleno.
Conteúdo Técnico 1 (CT1)Fundamentos da análise técnica;Teoria de Dow;Conceito de Tendência; Figuras Gráficas;Teoria das ondas de Elliott, Padrões Candlestick; Indicadores;Gerenciamento de Risco; Estratégias Operacionais; Trading Systems.Fase obrigatória para analista técnico e pleno.

Cada prova tem duração de 1h50 e é composta por 60 questões de múltipla escolha. Para ser aprovado, o candidato deve acertar pelo menos 40 questões em cada exame realizado.

Atenção: No exame Conteúdo Global 1 (CG1), além do mínimo geral de 40 acertos, é exigido que o candidato obtenha no mínimo 50% de acertos em cada módulo (ou seja, pelo menos 15 respostas corretas por módulo).

O que é preciso para tirar a certificação CNPI?

Embora não existam grandes exigências para realizar o exame CNPI, o credenciamento profissional junto à Apimec requer o cumprimento dos requisitos estabelecidos pela Resolução CVM nº 20, que regula a atividade dos Analistas de Valores Mobiliários. De acordo com esta resolução, os pré-requisitos para se tornar um profissional credenciado são:

  • Ter graduação em curso de nível superior;
  • Ser aprovado nos exames técnicos correspondentes;
  • Aderir incondicionalmente ao código de conduta profissional;
  • Ter reputação ilibada;
  • Não estar inabilitado ou suspenso para o exercício de cargos em instituições financeiras ou em outras entidades autorizadas a funcionar pela CVM, Banco Central do Brasil, Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) ou Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC);
  • Não ter sido condenado por crimes econômicos, contra relações de consumo, contra a fé pública, contra a propriedade pública ou contra o Sistema Financeiro Nacional.

CNPI vale a pena?

Antes de mais nada, é preciso lembrar que a CNPI é obrigatória para o cargo de Analista de Valores Mobiliários. Logo, se isso já está em seus planos, não há muito o que ponderar. Esse, contudo, não é o único motivo pelo qual essa certificação vale a pena. 

Entre os principais motivos para considerar tirar a CNPI estão:

Oportunidades de emprego

Ter a CNPI em seu currículo certamente abre muitas portas no mercado financeiro. Entre outras oportunidades, um profissional com essa credencial por trabalhar com:

  • Administração de recursos;
  • Administração de riquezas;
  • Consultoria;
  • Finanças corporativas;
  • Investment Banking;
  • Pesquisas e análises financeiras;
  • Relacionamento com investidores;
  • Vendas e operações no mercado de capitais.

Baixa concorrência

Não é preciso fazer muita conta para perceber que o número de Analistas de Investimentos no Brasil é incrivelmente baixo quando em comparação ao de investidores. No total, existem apenas 1.216 profissionais cadastrados na Apimec (de acordo com levantamento de outubro de 2024). Uma concorrência bastante pequena, não é mesmo?

Se considerar o tamanho do Brasil, o crescimento dos investidores na bolsa, e as funções que podem ser exercidas por certificados CNPI, fica claro que o que não vai faltar são boas vagas e oportunidades. 

Salários atrativos

Por fim, o mais importante: Analistas de Investimento são alguns dos profissionais mais bem pagos do mercado financeiro.

Segundo a plataforma de recrutamento Glassdoor, a remuneração média no Brasil varia entre R$7.583,00 e R$16.000,00. Já segundo o famoso Guia Salarial da empresa de recrutamento norte-americana Robert Ralph, o salário médio desses profissionais é ainda maior: varia entre R$15.500,00 e R$23.700,00.

Como se preparar para a prova CNPI?

Simulados, apostilas atualizadas e cursos preparatórios são as melhores ferramentas para se preparar para a prova da CNPI, ou de qualquer outra certificação financeira.

Ficou interessado em tirar a CNPI? Então, me permita dar aquela mãozinha e apresentar 3 dicas para facilitar a organização dos seus estudos e te ajudar a passar nos exames de primeira:

  1. Faça simulados

Uma das formas mais eficientes de entender como funciona o CNPI é praticar exercícios que já apareceram em exames anteriores. Além de se acostumar com o modelo da prova, ao fazer simulados você estará se testando e descobrindo em quais módulos tem mais ou menos dificuldade. 

Para tornar a simulação mais próxima do real, pode ainda seguir o tempo de duração oficial do exame. Lembre-se: com apenas 1h50 por exame, são menos de 2 minutos para responder cada questão, incluindo a resolução de cálculos.

Aqui na TopInvest disponibilizamos os simulados gratuitos para o CNPI, CNPI-T e CNPI-P apenas com questões fiéis aos dos exames reais.

  1. Tenha uma apostila de estudos atualizada

O conteúdo e a bibliografia ilustrativa para os exames da Apimec são bastante vastos. Para evitar perder tempo e focar no que realmente cai na prova, é essencial ter acesso a uma apostila atualizada, completa e organizada, como a apostila CNPI da TopInvest.

  1. Invista em cursos preparatórios

Fazer um curso preparatório é uma excelente maneira de acelerar sua preparação e garantir que você está focando nos pontos certos. Embora o conteúdo da prova possa ser vasto e complexo, um bom curso consegue sintetizar as informações e fornecer exatamente o que você precisa para alcançar a aprovação. Além disso, contar com apoio de professores experientes pode fazer toda a diferença na compreensão de temas mais difíceis.

Pensando nisso, o curso preparatório CNPI Apimec da TopInvest foi desenvolvido com um método próprio, feito para otimizar o seu tempo e garantir que você entenda o conteúdo de forma clara e objetiva. O curso oferece mais de 30 horas de aulas gravadas e suporte online dos nossos professores para tirar todas as suas dúvidas. Você pode escolher o curso conforme o módulo da prova que irá prestar: Conteúdo Brasileiro, Conteúdo Global ou Conteúdo Técnico

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