Não é de hoje que se fala que o mercado de capitais está em franca expansão no Brasil. Maior exemplo disso são as pesquisas que, ano após ano, mostram o avanço do número de investidores na Bolsa de Valores.
Mais do que o crescimento exponencial da B3, a popularização do mercado de capitais também acaba por propagar outras modalidades de investimento e, consequentemente, exige uma gama cada vez maior e mais específica de profissionais. Um bom exemplo disso são as gestoras de fundos de private equity, que possuem parte de grandes empresas nacionais como a Gol, Uol, Natura, entre outras.
Curioso para saber um pouco mais sobre as oportunidades profissionais que essa modalidade de investimento, que tem auxiliado na expansão de gigantes do mercado brasileiro, pode te oferecer?
Então, vem comigo! Ao longo deste artigo, te apresentarei tudo que você precisa saber para ingressar em uma carreira como analista de private equity: perfil buscado pelas gestoras, o que estudar, qual será sua rotina, quanto é possível ganhar nesta área, e muito mais!
O que é uma private equity?
Ao contrário das ações na Bolsa de Valores, que são negociadas de modo público, a private equity (em português “patrimônio privado”), como o próprio nome indica, é uma modalidade de investimento em empresas de capital fechado. Ou seja, negociações feitas de modo privado.
Em linhas gerais, as gestoras de private equity aportam capital em empresas maduras, que planejam uma reestruturação, consolidação ou expansão de mercado. Em troca, elas recebem os direitos sobre uma fatia da própria empresa.
Quando passa adiante sua parte na sociedade, a gestora lucra, então, com os resultados e a valorização da companhia a qual ajudou a alavancar. A base da negociação está, portanto, no compartilhamento de riscos e no trabalho conjunto entre gestores e investidores para valorização de um negócio.
Embora seja mais comum nos Estados Unidos, essa modalidade de investimento tem, aos poucos, se consolidado no Brasil. Casos bem-sucedidos de negociações com essas características podem ser observados no e-commerce Submarino, e na locadora de veículos Localiza, por exemplo.
Mesmo já, obviamente, defasado, o 2º Censo Brasileiro de Private Equity comprova o avanço dessa modalidade de investimento. Em 2005, o Brasil contava com 71 organizações gestoras que representavam 0,7% do PIB. Quatro anos após, o número de organizações já havia mais que dobrado — 144, no total —, e os fundos administrados representavam 2,3% do PIB.
Em 2022, somado aos fundos de venture capital, os aportes financeiros dessas gestoras ultrapassou a casa dos R$55 bilhões.
Qual a diferença entre private equity e venture capital?
A diferença entre gestoras de private equity e de venture capital está no perfil das empresas financiadas por cada um desses fundos.
Enquanto os fundos de venture capital são, comumente, direcionados para pequenas e médias empresas (PMEs) em fase de desenvolvimento e com grande potencial de crescimento. Os fundos de private equity, por sua vez, tendem a investir em empresas já consolidadas e bem desenvolvidas.
Dessa maneira, mesmo que as aplicações de private equity costumem ser maiores, os investimentos de venture capital apresentam maior risco, uma vez que financiam empresas que estão apenas iniciando e que ainda não geram lucros. Ambas, no entanto, são consideradas atuações de grande risco.
Quem os fundos de private equity buscam?
Exemplos de grandes empresas de diversos setores que se desenvolveram por meio de negociações privadas, e o crescimento constante do mercado de capitais, são indicativos de que vagas como as de analista de private equity para fundos de investimento tendem a se popularizar.
Segundo o Censo Brasileiro de Private Equity, em 2009, as empresas gestoras de private equity empregavam quase 1.600 profissionais. Para ingressar nessa carreira, porém, é necessário atentar para alguns dos requisitos mínimos comumente exigidos.
Entre algumas das exigências mais comuns para atender o perfil buscado por fundos de private equity, é possível citar:
- Conhecimento profundo de contabilidade e finanças;
- Domínio de técnicas da valuation;
- Domínio de Excel;
- Experiência em áreas como M&A, Venture Capital, Investiment Banking, e similares;
- Formação em Administração, Ciências Contábeis, Economia ou Engenharia;
- Grande capacidade analítica.
O que faz um analista de private equity?
As funções exercidas por um analista de private equity envolvem conhecimentos específicos de contabilidade, finanças, técnicas de valuation, conhecimento de M&A, entre outros. E, normalmente, esse profissional se aprofunda no estudo de uma área ou setor em específico.
Entre as tarefas exercidas por um analista, temos:
- Análise e estruturação de dados recebidos de empresas alvo, auditores e parceiros externos;
- Avaliação de possíveis oportunidades de investimento, usando modelagem financeira (valuation);
- Auxílio na tomada de decisão de investidores âncora;
- Discussão e construção de contratos de operações de M&A;
- Identificação e mapeamento de setores ou empresas a serem investidas.
Qual a rotina de profissionais de private equity?
Uma vez definido um setor ou indústria para especialização, o analista de private equity tem como obrigações comuns: identificar possíveis investimentos, analisar riscos e retornos e monitorar o controle de investimentos.
Para isso, algumas das atividades rotineiras mais comuns exercidas por analistas desse ramo são:
- Desenvolvimento de modelos financeiros para previsão de retornos de potenciais investimentos;
- Realização de due diligence (investigação aprofundada de diferentes fatores da empresa, com o objetivo de minimizar riscos antes de uma operação);
- Revisão de memorandos de investimentos de venda e aquisição.
Como trabalhar com private equity?
Embora ainda seja uma profissão em constante expansão, encontrar sua posição nessa carreira exige grandes qualificações e, na maioria das vezes, experiência e formação.
De maneira geral, atuar com private equity requer amplo conhecimento e interesse no mercado de capitais e em planejamento e gestão empresarial.
Em ciclos menos aquecidos é possível entrar no mercado por meio de estágios ou cargos juniores por meio de cursos de MBA. Os grandes fundos, porém, geralmente optam por profissionais com ampla experiência em atividades como M&A, Venture Capital, Investiment Banking, consultoria estratégica, entre outros.
Por trás de tudo isso, é claro, temos as certificações financeiras. Como em qualquer outra profissão do setor, a obtenção desses selos é indispensável – especialmente nesse caso, considerando o alto grau de prestígio da função.
Sem elas, é muito improvável que você conquiste seu espaço até mesmo nas suas primeiras experiências dessa jornada que te levará ao private equity. Quer saber quais selos são esses? Continua comigo que já vamos chegar lá!
Qual o perfil de um analista de private equity?
Como visto, o perfil de analista de private equity normalmente é o de um profissional altamente qualificado e certificado. A formação na área de exatas e especializações do mercado financeiro são o mínimo esperado.
O perfil desse profissional pode ser definido por características como: alta capacidade analítica, grande conhecimento do mercado de finanças corporativas, percepção para negócios e riscos, facilidade de comunicação e organização de dados, domínio de técnicas de valuation e modelagem financeira, entre outros.
Normalmente os profissionais de maior destaque, são aqueles acostumados a discussões estratégicas, consultorias e com experiência em processos de fusão e aquisição.
O que estudar para private equity?
O primeiro passo para se tornar um analista de private equity é uma graduação em áreas como Ciências Econômicas, Contabilidade e Economia. Isso, no entanto, não é o suficiente.
Por ser uma profissão que envolve muita responsabilidade e grandes riscos, especializações constantes sobre o mercado de capitais são essenciais. Entre os diplomas e certificados possíveis, dois costumam ser amplamente reconhecidos: MBA em instituições consagradas, sobretudo, internacionais; e as certificações CGE Anbima ou CFA (Chartered Financial Analyst).
Para obter a CGE Anbima, o candidato tem como pré-requisito a obtenção da CFG Anbima primeiro, ou da CFA. Durante a prova, além de questões sobre private enquity, o conteúdo também abrange:
- Investimentos imobiliários;
- Securitização de recebíveis;
- Fundos de índice;
- Investimentos no exterior;
- Avaliação de desempenho;
- Gestão de risco;
- Legislação, regulação e tributação.
Já o programa CFA tem três níveis de exames e o exame tem padrão internacional – inclusive, seu conteúdo é apresentado completamente em inglês. Derivativos, Portfolio Management, finanças corporativas, economia e análises financeiras são alguns dos tópicos abordados.
Quanto ganha um analista de private equity?
O salário médio nacional de private equity analyst é de R$9.500,00 mensais, no Brasil. Já uma pesquisa exclusiva da Insper em conjunto com a Spectra Investments e a consultoria Heidrick & Struggles, apontou que a remuneração média parte de R$43.000,00 anuais para estagiários, podendo passar de R$2 milhões para sócios.
A chegada de fundos estrangeiros e a profusão do mercado de capitais nacional, somado à falta de profissionais qualificados para a função, fazem com que a remuneração de analistas de private equity seja um grande atrativo.
Assim, segundo esta mesma pesquisa, as média salariais anuais de cada função para a área são:
- Estágio: R$43 mil;
- Analista: R$254 mil;
- Associado: R$532 mil;
- Principal: R$1 milhão;
- Diretor: R$1,2 milhão;
- Diretor-gerente: R$1.8 milhão;
- Sócio: R$2,3 milhões.
Grande parte dessa remuneração é composta pela parcela de bônus, a qual é diretamente proporcional aos retornos dos fundos investidos.
A proporção do bônus em comparação ao salário fixo, tende a crescer conforme o profissional escala na carreira. Desse modo, cerca de 38,5% da remuneração de um estagiário vem de bônus. Já para o sócio, o cenário é quase o oposto: 39,5% dizem respeito ao salário fixo.
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