Quem investe sabe que a melhor maneira de aumentar a segurança do portfólio é diversificando as aplicações. Se esta é uma tarefa complicada para você, seja pelo receio de fazer a distribuição ou pelo tempo que demanda buscar as melhores oportunidades do mercado, um fundo de investimento é a sua melhor opção.
Ainda, os fundos são excelentes ferramentas para quem deseja explorar com mais facilidade opções complexas de investimento. Afinal, existem fundos específicos para ativos atrelados ao câmbio, por exemplo, ou que compilam papéis de renda variável.
Topa saber mais? Nesse artigo, você vai encontrar tudo o que precisa saber sobre os fundos de investimentos. Olha só:
- O que são fundos de investimento;
- Como é a estrutura dos fundos de investimento;
- Quem pode investir;
- Como funcionam;
- Quanto rende um fundo de investimento;
- Quais tipos existem;
- Quais as vantagens e os riscos desse investimento;
- Como escolher um fundo de investimento.
Vem comigo!
O que são fundos de investimento?
Um fundo de investimento é uma modalidade coletiva de aplicação, na qual o patrimônio de todos os investidores (chamados de cotistas) é distribuído em uma cesta de títulos e ativos, a depender da estratégia que consta em contrato.
Ao investir dessa forma, você está comprando cotas de um fundo e tendo acesso imediato a uma variedade de ativos. Consequentemente, os riscos diminuem e as chances de retorno são maiores.
Cada fundo tem suas características, como a taxa de administração, que remunera o gestor pelo seu trabalho de alocação de patrimônio, e a taxa de performance, cobrada sobre os lucros obtidos acima de um determinado índice de referência.
Existem diversos tipos de fundos, como os de renda fixa, multimercado, imobiliários e de ações, cada um adequado a diferentes perfis de investidor e objetivos financeiros. Em todos eles, há a presença de um gestor, responsável por tomar as decisões sobre onde o dinheiro será alocado, de acordo com as orientações do fundo específico.
No que diz respeito aos rendimentos, estes são distribuídos aos investidores de maneira proporcional às cotas que possuem. Se você tiver adquirido 100 cotas, por exemplo, vai receber somente o que couber a essa proporção.
Resumidamente, essa é uma opção de investimento que traz consigo algumas grandes vantagens, como diversificação instantânea, gestão profissional e potencialização de ganhos.
Como é a estrutura dos fundos de investimento?
Um fundo de investimento é composto por estas partes:
- Gestor: decide onde e quando investir o patrimônio do fundo;
- Administrador: cuida da parte burocrática e operacional do fundo;
- Distribuidor: vende as cotas do fundo aos investidores — é o caso das corretoras de valores;
- Custodiante: registra as operações de compra e venda de cotas;
- Auditor: supervisiona as informações financeiras divulgadas ao público;
- Agência de rating: avalia e classifica o risco de crédito do investimento, ou seja, qual a probabilidade de o fundo quebrar;
- Assessor jurídico: orienta sobre questões legais e regulatórias.
Vale mencionar que, para operar, um fundo de investimento deve ser fiscalizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e supervisionado pela Anbima. Dessa maneira, os cotistas têm a certeza de que estão depositando o seu patrimônio sob a responsabilidade de instituições financeiras idôneas e seguras.
Quem pode investir em fundos de investimento?
A princípio, qualquer investidor pode aplicar em um fundo de investimento. No entanto, há apenas algumas opções restritas somente a investidores profissionais e qualificados.
Entenda a diferença entre cada um:
Investidor profissional
Estes se tratam de pessoas físicas ou jurídicas que tenham mais de 10 milhões de reais investidos. Essa condição precisa estar atestada por escrito, registrada junto a CVM.
Estes são alguns exemplos de investidores profissionais:
- Assessores de investimentos certificados pela CVM;
- Administradores de portfólios e consultores de valores mobiliários, também autorizados pela CVM;
- Entidades de previdência privada;
- Sociedades de capitalização;
- Companhias seguradoras.
Investidor qualificado
Os investidores qualificados, por sua vez, precisam ter investimentos com valor superior a 1 milhão de reais. Também são categorizados dessa maneira os profissionais certificados em qualificações aprovadas pela CVM, como CEA, CNPI e Ancord. Essa condição precisa estar atestada por escrito.
Essa limitação serve para que o acesso a investimentos de alta complexidade seja possível unicamente para aqueles que contam com experiência e conhecimento adequados para operar dessa maneira. Em outras palavras, é uma forma de proteger o investidor comum.
Como funcionam os fundos de investimento?
Em um fundo, o investidor aplica o dinheiro por meio da aquisição de cotas. O gestor, por sua vez, reúne o patrimônio de todos os cotistas e os distribui em uma cesta pré-determinada de ativos e títulos, de acordo com a premissa do contrato.
Ou seja, se o fundo for de renda fixa, os recursos serão direcionados para uma variedade de títulos desta classe. Se for um fundo de ações, então o dinheiro dos investidores será distribuído entre diferentes papéis do tipo.
Também cabe ao gestor a tarefa de avaliar o desempenho das aplicações, com o objetivo de averiguar se elas estão performando dentro do esperado ou se a estratégia precisa ser ajustada.
Essa, porém, é a visão geral de como os fundos funcionam. Para você entender cada etapa dessa dinâmica, separei o assunto por tópicos.
Como os fundos de investimento são constituídos?
A carteira de um fundo de investimento é constituída a partir da premissa registrada em contrato. Ou seja, os ativos e títulos são escolhidos de acordo com a estratégia que a administradora se comprometeu a adotar — se é voltada para renda fixa, renda variável, moedas internacionais etc.
Além disso, a constituição de um fundo acontece a partir de oito etapas principais. Veja só:
- Criação do fundo: uma instituição financeira, como um banco ou gestora de ativos, define o objetivo do fundo, bem como sua política de investimento e regulamento.
- Registro: o fundo é registrado junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
- Escolha dos participantes: são definidos os participantes do fundo, como gestor, administrador, distribuidor, custodiante, auditor e assessor jurídico;
- Captação de recursos: a captação de recursos dos investidores é feita por meio da venda de cotas. Nos documentos do fundo, o montante total reunido estará apresentado como “valor patrimonial”;
- Formação da carteira: o gestor do fundo utiliza os recursos captados para adquirir ativos financeiros de acordo com a política de investimento estabelecida no regulamento;
- Monitoramento e gestão: o gestor também monitora continuamente o desempenho dos ativos e realiza ajustes na carteira para maximizar os retornos e minimizar os riscos, ainda conforme o objetivo que consta em contrato;
- Prestação de contas: regularmente, o administrador e o gestor prestam contas aos cotistas, ou seja, fornecem relatórios e informativos detalhados sobre o desempenho do fundo e a composição da carteira;
- Distribuição de resultados: os lucros gerados podem ser distribuídos aos cotistas a partir do pagamento de dividendos. O cotista ainda pode lucrar ao vender as suas cotas por um preço maior do que aquele pago inicialmente.
Como os fundos de investimento são administrados?
Um fundo de investimento pode ser administrado de forma ativa ou passiva. Em geral, os primeiros têm maior potencial de retorno, ao passo que também cobram taxas de administração mais altas. Os fundos passivos, por outro lado, costumam ser mais estáveis e acessíveis.
Na prática, o funcionamento de cada forma de administrar é o seguinte:
Gestão passiva
Um fundo de administração passiva visa apenas replicar o desempenho de um índice econômico. Ou seja, o objetivo é unicamente alcançar a mesma rentabilidade oferecida pelo indicador em questão, que pode ser o CDI ou o Ibovespa, por exemplo.
Já que a intenção não é conquistar um resultado acima da média, essa gestão é considerada mais “simples”. Logo, é natural que os custos de administração praticados sejam mais acessíveis.
Atenção: embora a estratégia adotada seja menos arrojada, isso ainda não significa que um fundo de investimento pode garantir rendimentos exatos ou que será menos volátil.
Gestão ativa
Na gestão ativa, por outro lado, o objetivo é superar o desempenho de um índice, popularmente chamado de benchmark. O gestor, então, tem a tarefa de selecionar títulos e ativos de forma que os resultados do fundo sejam acima da média, ao contrário do que ocorre na gestão passiva.
Como essa meta dá mais trabalho e exige que o gestor se valha de estratégias mais complexas, as taxas de administração neste caso são compreensivelmente mais altas.
Além disso, frequentemente os ativos escolhidos podem apresentar riscos maiores, na busca por lucros mais robustos.
Vale lembrar que o investidor pode (e deve) estar sempre a par das decisões do gestor do fundo. Afinal, periodicamente são divulgados informes e relatórios aos cotistas, detalhando a performance do portfólio, o andamento da estratégia, a situação macroeconômica e possíveis ajustes que possam ter sido feitos ao longo do tempo.
Como os fundos de investimento distribuem os rendimentos?
Alguns fundos fazem uma distribuição periódica dos rendimentos, ou seja, dos lucros obtidos no período. A frequência varia de acordo com o contrato em questão e nem todos vão operar da mesma maneira. As taxas de administração e performance são deduzidas desse valor.
Outro aspecto importante sobre o assunto é que os retornos dos fundos de investimento não são garantidos. Isto é, podem ser afetados pela qualidade da gestão, pelo histórico de desempenho, fatores do mercado, ciclos econômicos, entre outros. Por exemplo: quando a inflação está baixa, os títulos de renda fixa não apresentam rentabilidades muito atrativas. Logo, os fundos atrelados a eles podem registrar uma queda nos lucros.
Outra maneira de obter lucros em um fundo de investimento é por meio da venda das cotas. Esse é o ato de repassar as posições adquiridas inicialmente a outro investidor, interessados em se tornar cotista do fundo. Se o preço praticado for maior que aquele pago inicialmente, então, o investidor sai no lucro.
Quanto rende um fundo de investimento?
Os rendimentos de um fundo de investimento vão depender dos títulos e ativos que fazem parte da sua composição. Como o desempenho destes papéis oscila de acordo com fatores econômicos em geral, não é possível antever com exatidão quais seriam os lucros de um investidor — nem mesmo para os fundos de renda fixa.
Em geral, os fundos possuem objetivos de rendimento e isso se expressa principalmente na forma como são administrados. Nas opções de gestão ativa, por exemplo, a meta é superar um indicador econômico. Ou seja, os esforços do gestor serão direcionados para este fim, mas nada pode garantir que a rentabilidade será exata de qualquer maneira.
Para começar a exemplificar, pense nos títulos de renda fixa. Estes normalmente estão atrelados à taxa Selic ou ao CDI. Em momentos macroeconômicos nos quais estes indicadores estão com baixo desempenho, um fundo que os carrega na sua composição teria a performance afetada.
Note ainda que, seguindo o mesmo exemplo, um fundo de renda fixa é obrigado a ter 80% de sua carteira voltada para esta classe. No entanto, ainda sobram 20% que podem ser dedicados até mesmo a ativos de renda variável. Assim, se estes estivessem passando por um mau momento, ainda assim teriam certo impacto na rentabilidade geral do fundo.
Dá uma olhada nesta lista de fatores gerais que podem impactar a rentabilidade de um fundo:
- Eventos políticos;
- Alterações nas taxas de juros;
- Comportamento dos investidores;
- Decisões tomadas pela gestão do fundo;
- Desempenho das empresas emissores dos títulos;
- Movimentações setoriais;
- Variações nas taxas de câmbio;
- Crescimento econômico;
- Inflação.
Quais são os tipos de fundos de investimento?
Algumas dos tipos de fundos de investimento que existem no mercado são:
- Fundos de renda fixa;
- Fundos de ações;
- Fundos multimercado;
- Fundos imobiliários;
- Fundos cambiais;
- Fundos de previdência;
- Fundos de criptomoedas;
- Fundos de índices;
- Fundos de fundos.
Basicamente, o tipo de um fundo de investimento é definido a partir dos títulos e ativos que compõem o seu portfólio.
Bora conhecer mais detalhes sobre cada um deles.
Fundos de renda fixa
Um fundo de renda fixa deve ter pelo menos 80% de sua composição em títulos desta classe. Logo, é uma modalidade afetada mais facilmente pela variação da taxa de juros e pela inflação.
Eles ainda podem ser encontrados nestas subcategorias:
- Fundos DI: seu rendimento se baseia no desempenho da taxa do CDI. Já em relação à carteira, temos principalmente títulos emitidos pelo Governo Federal;
- Fundos de crédito privado: os títulos que fazem parte do portfólio desses fundos são majoritariamente emitidos por empresas privadas. Como são mais arriscados, podem apresentar rendimentos mais atrativos;
- Fundos de debêntures incentivadas: os títulos também são emitidos por empresas, no entanto, é uma modalidade que conta com isenção de Imposto de Renda.
Em geral, os fundos de renda fixa são escolhas populares entre perfis mais conservadores e investidores que desejam fortalecer a exposição aos títulos de renda fixa no portfólio, para construir uma base de segurança.
Fundos de ações
Como o nome sugere, estes fundos se valem principalmente de ações nos portfólios e, já que se tratam de investimentos de renda variável, não são considerados para quem tem pouca tolerância ao risco.
Mesmo com o foco nessa classe específica, os fundos de ações podem ter objetivos específicos. Olha só:
- Pagamento de dividendos: a estratégia se concentra em empresas com bom histórico de distribuição de dividendos;
- Small caps: incluem principalmente empresas com menor capitalização;
- Blue chips: são o oposto das small caps, ou seja, se tratam de empresas com grande capitalização e posições mais sólidas em seus mercados;
- Governança ESG: focam em organizações com boas práticas ambientais, sociais e corporativas;
- Setoriais: a seleção de empresas emissoras de ações é feita de acordo com o setor no qual atuam;
- Livres: a estratégia fica inteiramente a critério do gestor, sem nenhuma delimitação ou regra específica.
Aqui, com uma única aplicação — assim como em outros tipos de fundos — o investidor obtém diversificação instantânea. Em vez de aplicar individualmente em cada ação que deseja, um fundo proporciona a possibilidade de, com uma cota apenas, adquirir todo um cesto de ativos.
Outro benefício é confiar a um profissional a tarefa de analisar os ativos a serem escolhidos, sem a necessidade de averiguar os pormenores de cada um deles individualmente e por conta própria.
Fundos multimercado
Aqui, temos uma opção que mescla renda fixa e renda variável. O gestor, então, pode selecionar os papéis da forma como achar melhor, sem necessariamente seguir uma proporção de exposição para cada classe. Como resultado, os rendimentos costumam ser mais altos que os fundos de renda fixa.
Para além da mistura, o gestor ainda tem a opção de se valer de técnicas de alavancagem. Ou seja, de operar com recursos que não possui em caixa, com o objetivo de maximizar os retornos.
Dentro dessa categoria, o investidor tem várias estratégias possíveis para escolher e comprar cotas, como fundos focados no longo prazo, em operações de curto prazo, na valorização dos ativos, entre outros.
Fundos imobiliários (FIIs)
Como o nome indica, os ativos selecionados estão relacionados ao mercado imobiliário. Logo, o rendimento dos papéis vem da antecipação de recebíveis para empresas do setor, ou da valorização e dos aluguéis de espaços diversos — galpões, apartamentos, hotéis, hospitais, entre outros. Um imóvel pode já existir ou ainda estar em construção.
Nessa modalidade, o investidor encontra FIIs de categorias variadas, cada um com suas estratégias específicas. Veja os principais:
- Fundos de papel: em vez de estarem lastreados a imóveis físicos, os investimentos são voltados a LCIs, CRIs e outros títulos do mercado imobiliário. Os rendimentos, por sua vez, vêm dos juros e pagamentos de dividendos, ou do lucro obtido pela venda da cota;
- Fundos de tijolo: ao contrário dos fundos de papel, são baseados em imóveis reais. Nesse caso, os lucros vêm da renda proveniente do pagamento de aluguel pelos inquilinos, ou pela aquisição dos imóveis por parte de outros investidores;
- Fundos de fundos: os recursos dos cotistas são direcionados para as cotas de outros fundos imobiliários, que podem mesclar fundos de papel e de tijolo. Como resultado, a diversificação conquistada é ainda maior.
Quem aplica em fundos imobiliários deve ficar de olho nos riscos específicos desse tipo de investimento. Se os ativos do fundo estiverem atrelados ao aluguel de salas comerciais, por exemplo, há o risco de inadimplência. Ou seja, se um inquilino deixar de cumprir suas obrigações mensais, os lucros dos cotistas serão afetados.
Para citar outro exemplo, temos o caso dos galpões. Estruturas do tipo são bastante específicas e encontrar um interessado em alugá-las pode ser uma tarefa difícil. A isso damos o nome de risco de vacância, que é quando o espaço permanece desocupado, sem gerar lucros ao fundo.
Fundos cambiais
O portfólio desse tipo de fundo deve ser composto por, no mínimo, 80% de ativos atrelados a moedas estrangeiras. O restante fica livre para que o gestor decida como distribuir o patrimônio. Em geral, os investidores encontrarão opções voltadas para moedas fortes, como o dólar e o euro.
Fundos assim costumam ser mais vantajosos no longo prazo. Afinal, a ideia é se valer da valorização histórica dessas moedas — embora o cotista ainda possa se desfazer de suas posições a qualquer momento, se assim o preferir.
Aqui, é importante que você compreenda dois conceitos que são peças-chave no funcionamento dos fundos cambiais:
- Taxa de câmbio: é o preço que se paga por uma moeda estrangeira, em comparação com o real. Se o dólar estiver custando R$5, por exemplo, essa será a quantia necessária para adquirir US$1;
- Moeda de referência: essa é sempre o dólar. Antigamente, o ouro cumpria o papel de referência, porém a moeda norte-americana tem ocupado esse espaço desde 1970, servindo então de referência de câmbio.
Fundos de previdência
Os fundos de previdência são geralmente contratados sob o propósito de servir de complemento à aposentadoria. Logo, são investimentos de longo prazo.
A maioria dos fundos disponíveis sob essa premissa se valem de portfólios bastante voltados para a renda fixa, como uma maneira de proteger o patrimônio dos cotistas por muitos anos. No entanto, há opções mais arrojadas, que podem incluir até mesmo ações e moedas estrangeiras na carteira, em busca de retornos mais atrativos.
Os aportes e as formas de resgate variam de acordo com a instituição financeira emissora. É possível, por exemplo, receber o montante acumulado em forma de renda vitalícia, de saques mensais ou resgatar todo o dinheiro de uma vez só.
Na hora de investir em um fundo de previdência, dois planos serão oferecidos, cuja principal diferença está na tributação do Imposto de Renda sobre cada um. Entenda:
- Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL): a tributação incide sobre o valor total investido e os lucros, logo, é recomendado para quem pode deduzir até 12% da renda bruta anual no IR;
- Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL): é indicado para quem faz a declaração simplificada do IR, já que os tributos incidem apenas sobre os rendimentos, não sobre o valor total investido.
Fundos de criptomoedas
O portfólio dos fundos de criptomoedas são compostos por uma proporção de 20% de ativos digitais, como a Bitcoin e a Ethereum — dois criptoativos com desempenho histórico relativamente mais estável e bastante populares no Brasil. Os outros 80% devem ser destinados a títulos de renda fixa.
Se um fundo for destinado unicamente a investidores profissionais ou qualificados, então a parcela reservada para as criptomoedas pode ser maior, variando de 40% a 100%.
A razão para tanto cuidado é que estes se tratam de ativos extremamente voláteis. Da mesma maneira como podem passar uma alta brusca e intensa, também podem desvalorizar vertiginosamente em apenas um dia.
Fundos de índices (ETF)
A sigla ETF vem do inglês Exchange-Traded Funds. Aqui, um índice é tomado como referência. Então, o gestor vai aportar os recursos dos cotistas nos mesmos fundos que fazem parte do indicador, com o objetivo de replicar o seu desempenho.
Quando um dos ativos listados no fundo paga dividendos, os valores são redirecionados para a compra de novas ações. Dessa maneira, a estratégia é fortalecida e o potencial de retorno é maior.
Diferentemente de outros fundos, os de índice são abertos. Ou seja, novas cotas podem ser abertas a qualquer momento, da mesma forma como uma cota existente pode ser cancelada. Nesse último caso, o cotista será ressarcido pela sua parte, sem ter nenhum prejuízo.
Fundos de fundos
Por fim, temos os fundos que investem em cotas de outros fundos. Normalmente, as opções desta categoria investem em ativos imobiliários, ações ou combinações de títulos e ativos de renda fixa e renda variável.
Para o investidor, essa é uma maneira ainda mais eficaz de obter diversificação instantânea. No entanto, há de se prestar atenção aos custos. Afinal, além da taxa de administração cobrada pelo fundo no qual alguém está investindo, ainda são adicionados os valores dos demais fundos que compõem o portfólio.
Qual a vantagem de investir em fundos de investimento?
Acessibilidade, diversificação instantânea, gestão profissional, liquidez e boa rentabilidade são algumas das principais vantagens de aplicar em um fundo de investimento.
No entanto, lembre que cada fundo opera sob estratégias e gestão próprias, então, os pontos negativos e positivos variam de um para o outro.
Vem comigo entender melhor:
Acessibilidade
Para começar, adquirir uma cesta de ativos com uma única aplicação é muito mais fácil do que analisar e comprar várias opções individualmente.
Além disso, há várias opções de fundos de investimento disponíveis nas plataformas das corretoras de valores, com aportes iniciais variados. Logo, é uma alternativa bastante acessível até mesmo para aqueles que desejam começar a investir aos poucos ou que não têm tempo para diversificar o portfólio por conta própria.
Diversificação
Mais do que simplesmente diversificar o portfólio dentro de uma mesma classe (renda fixa ou renda variável, por exemplo), há uma infinidade de fundos que mesclam modalidades, setores e dinâmicas de rendimento.
Como resultado, o investidor obtém uma composição especialmente formada para que os retornos sejam os melhores possíveis dentro do objetivo proposto e para que os riscos inerentes aos investimentos sejam mantidos sob controle.
Gestão profissional
Quando um investidor coloca dinheiro em um fundo, ele é gerido por especialistas financeiros experientes, que possuem conhecimento aprofundado sobre o mercado.
Esses profissionais são responsáveis por tomar decisões estratégicas de investimento, ou seja, selecionar ativos, analisar tendências e ajustar a carteira conforme necessário para maximizar os retornos e minimizar os riscos.
Dessa forma, mesmo quem não tem conhecimento avançado sobre finanças pode se beneficiar de uma gestão competente e qualificada.
Não menos importante, a gestão profissional permite uma diversificação mais eficiente dos investimentos. Os gestores dos fundos têm acesso a uma ampla gama de ativos e estratégias que, muitas vezes, são inacessíveis para investidores individuais. Isso inclui a possibilidade de investir em mercados internacionais, títulos de renda fixa, ações de diferentes setores e até ativos alternativos.
Liquidez
Em muitos casos, os fundos oferecem a possibilidade de resgatar suas cotas e obter o dinheiro investido em prazos relativamente curtos, como diariamente ou semanalmente.
Isso proporciona flexibilidade ao investidor, uma vez que permite o acesso aos recursos quando for necessário, seja para aproveitar outras oportunidades de investimento ou bancar necessidades financeiras imprevistas. Em termos mais simples, a facilidade de conversão dos investimentos em dinheiro torna os fundos uma opção atraente para quem busca combinar rentabilidade com a possibilidade de resgates ágeis.
Contudo, é importante reconhecer que nem todos os fundos possuem a mesma liquidez. Alguns fundos, por exemplo, podem ter prazos de resgate mais longos ou penalidades associadas ao resgate antecipado, o que pode resultar em prejuízos.
Além disso, se o cotista repassar as suas posições para outro investidor interessado, não necessariamente a operação será vantajosa, a depender do preço pago inicialmente.
Rentabilidade
A rentabilidade é uma vantagem que se deve ao fato de que os fundos permitem acesso a uma ampla gama de ativos, desde ações e títulos de renda fixa até commodities e imóveis, muitas vezes diversificando em mercados internacionais.
Com a gestão profissional e estratégias sofisticadas, os fundos têm potencial para obter rendimentos superiores aos de investimentos individuais, especialmente quando se considera o tempo e os conhecimentos necessários para gerir um portfólio próprio.
E mais: a diversificação inerente aos fundos de investimento ajuda a mitigar riscos, o que pode resultar em uma performance mais estável e vantajosa ao longo do tempo.
Afinal, mesmo que alguns ativos tenham desempenho abaixo do esperado, outros podem compensar essas perdas, equilibrando o portfólio. Em resumo, esse balanceamento resulta em uma rentabilidade consistente.
Como escolher um fundo de investimento?
Na hora de escolher um fundo de investimento, é essencial que esses tópicos sejam levados em consideração:
- Documentação do fundo;
- Perfil de investidor;
- Resgate e liquidez;
- Indicador econômico utilizado na estratégia;
- Taxas cobradas;
- Aplicação inicial;
- Rating.
Esse tipo de decisão não é uma questão de certo ou errado. Afinal, diferentes investidores terão objetivos, estratégias e expectativas distintas.
Entenda melhor o que avaliar em cada um dos critérios:
Documentação do fundo
Todos os fundos de investimento contam com um documento chamado “lâmina”. Nele, se encontram resumidas as principais informações do regulamento vigente, dos objetivos da gestora e do histórico de rentabilidade, relativo aos últimos 5 anos.
É nessa apresentação que estão compilados os dados mais relevantes ao investidor que deseja analisar as opções que têm em mãos. Logo, vale dar uma olhada também nas taxas cobradas, na composição da carteira e no grau de risco do investimento.
Perfil de investidor
Esse perfil serve para avaliar qual é o nível de tolerância ao risco que o cotista possui. Essa resposta é obtida através de um teste de suitability — um conjunto de questões relacionadas às condições financeiras do investidor, seu grau de conhecimento sobre o mercado de capitais e seus objetivos para o futuro.
O questionário é aplicado pelas corretoras de valores assim que um usuário cria uma nova conta. Além disso, profissionais certificados também podem aplicá-lo aos clientes que assessoram.
Um investidor, portanto, pode se encaixar em uma dessas quatro categorias:
- Conservador: prioriza a segurança e prefere investimentos de baixo risco, mesmo que isso signifique rendimentos menores;
- Moderado: busca um equilíbrio entre segurança e rentabilidade, aceitando riscos moderados para obter melhores retornos;
- Arrojado: está disposto a assumir riscos maiores em troca de potenciais maiores retornos;
- Agressivo: foca em maximizar retornos e até mesmo aceita altas volatilidades e riscos significativos.
Por fim, cabe ao investidor identificar as oportunidades de investimentos em fundos que mais se adequam ao seu perfil. Um fundo de renda fixa, por exemplo, é frequentemente a melhor opção para conservadores, enquanto os de criptomoedas, por serem mais voláteis, são opções recomendadas para os mais experientes, ou seja, que têm perfis moderados, arrojados ou agressivos.
Resgate e liquidez
Essa tarefa é facilitada ao investidor: o regulamento do fundo deve detalhar tanto a data de conversão, que é quando o valor das cotas é calculado para o pagamento do resgate, quanto a data de pagamento, que é quando os recursos são efetivamente disponibilizados na conta do cotista.
Por exemplo: se o regulamento de um fundo estabelece que a data de conversão é D+1, isso significa que o cálculo do valor das cotas será realizado um dia útil após a solicitação do resgate.
Assim, na data de conversão, o valor das cotas pode ser maior ou menor do que no dia em que o pedido foi feito.
Se o mesmo fundo define a data de pagamento como D+3, o dinheiro será depositado na conta do investidor três dias úteis depois. Dependendo da composição da carteira do fundo, esse prazo pode ser ainda mais longo, como D+10, D+30 ou até D+90.
E tem mais: é importante também estar ciente de que alguns fundos podem impor um prazo de carência, durante o qual o investidor não pode solicitar o resgate.
Indicador econômico utilizado na estratégia
Também nos documentos do fundo estará listado qual é o índice econômico utilizado na estratégia, servindo de parâmetro à performance do portfólio.
Para você entender melhor, tome de exemplo os fundos de renda fixa, que geralmente tem o CDI ou a Selic como benchmark. Nesse caso, a rentabilidade almejada replicaria o desempenho do índice.
Para fundos de ações, por outro lado, a referência pode ser o Ibovespa — que é, aliás, o principal indicador brasileiro. Aqui, a alocação de recursos teria como meta o acompanhamento ou a superação do desempenho desse benchmark, a depender se a gestão é passiva ou ativa.
Resumidamente, analisar esse ponto é uma maneira de compreender de que forma o fundo trabalha para obter os rendimentos aos quais se propõe.
Taxas cobradas
Esses valores jamais devem ser ignorados, já que afetam a rentabilidade líquida do investidor. No caso da taxa de administração, por menor que ela pareça, o impacto pode ser grande a longo prazo.
Já em relação à taxa de performance, esta se trata de uma cobrança aplicada quando o rendimento do fundo supera o indicador utilizado como referência. Logo, é praticada quando a gestão é ativa.
O valor é uma espécie de “remuneração do gestor”. Então, quanto mais complexa for a estratégia utilizada e os ativos incluídos no portfólio, mais cara ela será. Ao mesmo tempo, é mais provável que o fundo apresente um desempenho acima da média.
Aplicação inicial
Para os investidores comuns — aqueles que não são classificados como “profissionais” ou “classificados”, os aportes iniciais ficam na casa dos R$100. No entanto, essa quantia varia de fundo para fundo.
Aplicações mais complexas, por outro lado, vão exigir aportes maiores, ultrapassando os R$5.000,00. Cabe ao investidor, então, encontrar a opção do tamanho que mais convém.
Atenção: há fundos que exigem também um valor mínimo de movimentação. Ou seja, se um novo aporte for feito depois do inicial, este também deve ser superior a uma determinada quantia.
Rating
No mercado financeiro, há inúmeras casas de análise, nas quais especialistas realizam avaliações detalhadas de uma série de fundos de investimentos. Rentabilidade, grau de risco e estratégia adotada são alguns dos critérios seguidos para discernir se um fundo é ou não uma boa opção de aplicação.
Geralmente, essas avaliações constam na própria corretora de valores, que elenca a nota concedida pelas casas ou especialistas mais sólidos do mercado.
É seguro investir em fundos de investimento?
Sim, desde que o fundo de investimento esteja devidamente registrado junto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A consulta pode ser feita no site da instituição e serve para garantir que o fundo está operando dentro das leis relacionadas ao mercado financeiro.
No que tange à segurança, vale trazer o termo para o âmbito dos riscos financeiros. Naturalmente, se um fundo adota estratégias mais arrojadas ou seleciona ativos voláteis, a opção parecerá pouco segura para um investidor iniciante ou que priorize desempenhos mais estáveis.
Nesse sentido, a melhor forma de avaliar se um fundo de investimento é seguro, é preciso verificar o portfólio em questão e o histórico de rentabilidade, por exemplo.
Vale, ainda, ficar de olho em todos os documentos periodicamente divulgados pela administradora do investimento, assim como nas opiniões de demais cotistas.
Quais são os riscos dos fundos de investimento?
Ao fazer aportes em um fundo de investimento, três riscos principais devem ser considerados: risco de crédito, risco de mercado e risco de liquidez. Como os fundos não contam com proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), ter um cuidado extra ao analisar as opções é fundamental.
Siga comigo para saber o que cada risco significa:
Risco de crédito
O risco de crédito é simplesmente a chance de o emissor do ativo não pagar com as suas obrigações. Em termos mais simples, dar calote no cotista. Por isso, inclusive, é tão importante checar qual é a seleção de ativos proposta pela gestora.
Em fundos de renda fixa, por exemplo, é bastante comum encontrar títulos do Tesouro Direto, ou seja, emitidos pelo Governo Federal. Aqui, as chances de o Governo causar esse tipo de prejuízo ao investidor seriam mínimas, já que apenas uma catástrofe ou crise de proporções colossais causaria tamanho desfalque.
No caso das debêntures, que ainda são de renda fixa, o risco seria maior. Afinal, as emissoras dos títulos são empresas privadas, que precisam ter o seu desempenho e histórico de pagamentos avaliados para definir se o risco de crédito é alto ou não.
Risco de mercado
O risco de mercado diz respeito a todos os fatores externos e internos que podem afetar o desempenho de um ativo e, consequentemente, do portfólio de um fundo de investimento.
Crises políticas, desastres ambientais e alta na inflação são alguns dos elementos com potencial de afetar uma carteira. Não significam que vão, com certeza, prejudicar o investidor — mas a possibilidade existe.
Risco de liquidez
A liquidez é a capacidade de transformar uma cota em dinheiro. Em termos mais simples, o cotista pode acabar tendo que vender sua posição por um preço inferior àquele pago inicialmente, saindo no prejuízo.
Note ainda que os fundos de investimento trabalham com datas de conversão. Ou seja, o cálculo do que o investidor receberá ao repassar uma cota pode ser feito, por exemplo, no dia seguinte à solicitação, ou depois de um mês — tudo depende do que consta em contrato.
Riscos específicos
Por fim, temos os riscos específicos de cada tipo de fundo de investimento. Um fundo imobiliário, por exemplo, tem acoplado a si o risco de vacância. Ou seja, de um espaço permanecer desocupado, sem gerar renda aos cotistas. Isso não é algo que ameaça um fundo de renda fixa.
Para citar outro exemplo, temos os fundos cambiais. Nestes, os ativos podem ter o seu desempenho afetado pela cotação de moedas estrangeiras — um fator específico da categoria.
Como resgatar um fundo de investimento?
O processo de resgate de um fundo de investimento é relativamente simples: basta que o investidor acesse a plataforma da corretora na qual tem conta, selecione as cotas que deseja resgatar e faça a solicitação.
Aqui, alguns prazos devem ser levados em consideração:
- Prazo de cotização: é o tempo que leva para a cota ser vendida e transformada em dinheiro outra vez;
- Prazo de liquidação: tempo que demora para que a gestão repasse o dinheiro das cotas ao investidor;
- Prazo de resgate: é a soma dos dois períodos acima, de cotização e liquidação.
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