Com um mercado em franca expansão e comissões atrativas, a profissão de corretor de seguros desponta como uma das mais promissoras para quem quer ingressar no mercado financeiro. Por isso, se você tem perfil comercial e gosta de lidar com pessoas, essa pode ser a oportunidade que está buscando.
Para chegar lá, claro, é preciso antes conhecer todo o processo de como se tornar um corretor de seguros e, se de fato, essa é uma carreira adequada para você. Mas, não se preocupe não. Este artigo foi preparado justamente para te ajudar.
Aqui, você encontrará as respostas para as principais dúvidas de quem está começando nessa profissão, como:
- O que faz um corretor de seguros;
- O que é preciso para ser um corretor de seguros;
- O que fazer depois de aprovado na ENS;
- Como trabalhar como corretor de seguros pessoa física e pessoa jurídica;
- Quanto custa para ser corretor de seguros;
- Vale a pena ser corretor de seguros;
- Qual o salário médio de um corretor de seguros;
- Como se preparar para o exame da ENS.
Pronto para começar sua jornada profissional? Então, vem comigo!
O que faz um corretor de seguros?
Parafraseando livremente o artigo 1 da Lei Nº 4.594/64, que regula a profissão, o corretor de seguros é um intermediário legalmente autorizado a captar e promover contratos de seguros entre as sociedades seguradoras e as pessoas físicas ou jurídicas. Em termos mais simples, ele é o profissional que faz a mediação das negociações de apólices entre seguradoras e segurados.
Embora tenha um foco comercial, o papel do corretor de seguros é mais próximo ao de um consultor do que ao de um vendedor. Diferentemente do que muitos pensam, esse profissional não trabalha para a seguradora, mas sim para o cliente.
Sua principal função é auxiliar o segurado a identificar a cobertura ideal para suas necessidades, negociar as melhores condições com as seguradoras e acompanhar todo o processo, desde a contratação até o eventual uso do seguro.
As atribuições do corretor de seguros, conforme listadas na lei, incluem:
- I – Identificar o risco e o interesse que se pretende garantir;
- II – Recomendar providências para obtenção da garantia do seguro;
- III – Identificar e recomendar a modalidade de seguro mais adequada ao segurado e ao beneficiário;
- IV – Indicar e recomendar a seguradora;
- V – Prestar assistência ao segurado durante a vigência do contrato e, quando necessário, na regulação e liquidação de sinistros;
- VI – Auxiliar na renovação e manutenção da garantia.
Os tipos de seguros que podem ser oferecidos por um corretor incluem:
- Seguros de pessoas: vida, saúde, acidentes pessoais, previdência privada;
- Seguros de bens: residencial, automóvel, empresarial, transporte, agrícola;
- Seguros de responsabilidade civil: profissional, produto, ambiental;
- Seguros financeiros: crédito, garantia, títulos.
O corretor de seguros pode se especializar em um ou mais desses segmentos, permitindo um atendimento mais personalizado e eficiente. A variedade de produtos com os quais trabalha depende diretamente de sua habilitação profissional.
O que é preciso para ser um corretor de seguros?
Os pré-requisitos para ser um corretor de seguros são os seguintes:
- Ser maior de 18 anos: a idade mínima é exigida para garantir a capacidade legal de exercer atividades profissionais e firmar contratos, de acordo com o Código Civil Brasileiro;
- Ter ensino médio completo: diferentemente de outras carreiras no mercado financeiro, não é necessário ter formação superior em nenhuma área específica para atuar como corretor de seguros;
- Aprovação no Exame para Habilitação de Corretores de Seguros: é preciso ser aprovado nos exames aplicados pela Escola de Negócios e Seguros (ENS) ou pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). As provas prestadas dependem da habilitação almejada;
- Registro na SUSEP: após a aprovação, o profissional deve se registrar na Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Esse registro é obrigatório para atuar legalmente como corretor de seguros, seja como pessoa física ou jurídica.
O que fazer depois de aprovado na ENS?
Ser aprovado nos exames de habilitação para corretores de seguros da ENS ou da FGV é um grande passo, mas não o último. Para poder atuar profissionalmente, ainda há um caminho a trilhar. De forma resumida, as etapas desta jornada são as seguintes:
- Registro na SUSEP: o primeiro passo é solicitar o registro profissional, na Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Essa etapa, importante frisar, é indispensável para exercer a profissão legalmente;
- Escolha de uma corretora: agora, você precisa decidir se quer trabalhar por conta própria como corretor autônomo ou se filiar a uma corretora já estabelecida. Cada uma dessas opções oferece vantagens e desvantagens que devem ser pessoalmente avaliadas;
- Escolher um segmento de atuação: quer trabalhar com seguros de automóveis, imóveis, saúde ou vida? A escolha de um ou mais segmentos depende da sua preferência, mas também, da habilitação obtida (Vida e Previdência ou Todos os Ramos);
- Capacitação contínua: participe de cursos, workshops e eventos do setor para se manter atualizado sobre as novidades e tendências do mercado;
- Construção de uma carteira de clientes: utilize suas habilidades de comunicação e negociação para conquistar novos clientes e fidelizar os existentes. Com o tempo e com resultados, o “boca a boca” vira seu aliado;
- Investimento em marketing pessoal: quem não é visto, não é notado. Utilize as redes sociais, crie um site ou blog, participe de eventos do setor e distribua materiais de divulgação.
Como trabalhar como corretor de seguros?
Após ser aprovado nos exames de habilitação da ENS ou da FGV, e obter o registro junto à SUSEP, o profissional está legalmente apto para trabalhar como corretor de seguros.
Resta, contudo, uma decisão importante a ser tomada: atuar como pessoa física (PF) ou como pessoa jurídica (PJ).
Ambas as opções têm suas vantagens e desafios, e a escolha dependerá do perfil e dos objetivos do profissional. Para facilitar, que tal analisar cada uma delas em detalhes? Olha só:
Pessoa física
O corretor de seguros pode atuar como pessoa física, o que significa que ele não precisará abrir um CNPJ. Essa opção oferece mais flexibilidade e menos burocracia, já que não é necessário gerenciar uma empresa.
O corretor pode intermediar seguros de diversas seguradoras e receber comissões diretamente, sem a necessidade de emitir nota fiscal, o que torna a administração mais simples.
No entanto, os impostos para pessoa física são mais altos, com uma alíquota de Imposto de Renda que pode variar de 22,5% a 27,5%, dependendo da faixa de renda.
As exigências para atuar como corretor de seguros pessoa física incluem:
- Comprovante de quitação com a justiça eleitoral;
- Certificado de aprovação em exames de habilitação em instituição autorizada;
- Não ter condenações criminais transitadas em julgado (exceto por crimes culposos) ou ter capacidade civil limitada por decisão judicial.
Pessoa jurídica
Apesar de menos prático, abrir uma empresa, ou seja, atuar como pessoa jurídica, oferece algumas vantagens fiscais. A maior delas é se beneficiar do Simples Nacional, um regime tributário que permite o pagamento de impostos reduzidos — 6,2% sobre o faturamento anual de até R$360.000,00.
Além dos benefícios fiscais, ter um cadastro e poder emitir notas fiscais pode transmitir um maior profissionalismo. Prova disso é que as seguradoras tendem a pagar mais comissões para PJs.
No entanto, naturalmente, a abertura de um CNPJ envolve mais burocracia, como a necessidade de procurar um contador para formalizar a empresa, e o cumprimento de obrigações tributárias e contábeis.
Entre os requerimentos necessários para abrir uma corretora de seguros estão:
- Apresentar cópia do ato constitutivo, contrato ou estatuto social;
- Não ter pendências legais;
- Estar devidamente regularizado com o fisco e com a SUSEP;
- Declaração de não impedimento legal, como condenações criminais, de todos sócios, diretores e administradores.
Atenção: para atuar como pessoa jurídica, o corretor de seguros precisa de um registro individual e outro, separado, específico para a empresa. Assim, a SUSEP pode fiscalizar tanto o profissional quanto a corretora.
Quanto custa para ser corretor de seguros?
Por ser um exame bastante longo, com 4 dias de duração e 4 provas, o custo para tirar a Susep é um pouco mais salgado do que a maioria dos outros selos do mercado financeiro. O valor total de inscrição dos exames na ENS, em 2025, pode chegar a R$2013,00.
Contudo, como o candidato não é obrigado a prestar todos os exames de uma só vez, o custo pode variar a depender das provas selecionadas ou do tipo de habilitação pretendida, como explicarei mais adiante.
Qual o valor para tirar a SUSEP?
A SUSEP plena é constituída de 4 provas, cada uma tem um custo específico e pode ser feita a parte. Assim, o valor de inscrição depende dos exames escolhidos.
A tabela de preços da ENS em 2025 é a seguinte:
Provas | Dias de realização | Valor |
Todos os Ramos | 1º, 2º, 3º e 4º dias | R$ 2013,00 |
Capitalização | 1º dia | R$ 528,00 |
Vida e Previdência | 2º dia | R$ 528,00 |
Seguros de Danos (Demais Ramos) | 3º e 4º dias | R$ 1056,00 |
Capitalização, Vida e Previdência | 1º e 2º dias | R$ 1007,00 |
Capitalização e Seguros de Danos | 1º, 3º e 4º dias | R$ 1534,00 |
Vida e Previdência e Seguros de Danos | 2º, 3º e 4º dias | R$ 1534,00 |
É relevante ressaltar que para começar a trabalhar como corretor de seguros não é preciso necessariamente prestar e ser aprovado em todas as quatro modalidades. Isso porque a SUSEP pode ser dividida em duas habilitações, uma completa e mais cara, e outra menor e mais barata. Olha só:
- Habilitação para Vida e Previdência (“susepinha”): autoriza o corretor a atuar com seguros de pessoas, como vida, saúde, acidentes pessoais, previdência privada e produtos similares. Para obter esse selo, é preciso prestar os exames:
- Capitalização (1º dia):
- Vida e Previdência (2º dia).
- Habilitação para Todos os Ramos (“susepona”): permite ao corretor atuar em todos os segmentos, incluindo seguros de bens, seguros de responsabilidade civil e seguros financeiros. Para tirar esse selo, é preciso prestar os exames:
- Capitalização (1º dia):
- Vida e Previdência (2º dia);
- Seguro de Danos (3º e 4º dia).
Assim, o corretor de seguros pode, se lhe for conveniente, começar oferecendo apenas produtos de Vida e Capitalização e, mais tarde, realizar o exame para os demais ramos, ampliando sua atuação.
Nesse caso, contudo, é necessário concluir a aprovação em todas as quatro modalidades dentro de um prazo de dois anos. Vencido esse prazo, será obrigatório refazer todos os exames para ser habilitado em todos os ramos.
Vale a pena ser corretor de seguros?
Se tornar um corretor de seguros exige preparação e um investimento considerável, o que pode levar à dúvida: será que compensa? A resposta é sim, e há boas razões para isso. Entre os motivos pelos quais vale a pena considerar ser um corretor de seguros estão:
- Flexibilidade e autonomia;
- Carreira diversificada;
- Mercado em crescimento;
- Rede de contatos;
- Independência financeira.
Vamos juntos entender melhor a seguir.
Flexibilidade e autonomia
Uma das grandes vantagens da profissão é a autonomia para definir horários e locais de trabalho, permitindo um equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Além disso, os corretores têm liberdade para construir sua carteira de clientes, focando nas modalidades de serviço com as quais se sentem mais confortáveis.
Carreira diversificada
A profissão de corretor de seguros oferece múltiplas possibilidades de atuação. É possível trabalhar em um ou mais segmentos, como seguros de vida, saúde ou automóveis, permitindo que o profissional concentre seus esforços nas áreas que mais se alinham aos seus interesses ou que apresentem maior demanda no mercado.
Mercado em crescimento
O mercado de seguros cresce ano após ano, prova da conscientização cada vez maior da população da importância de ter uma salvaguarda financeira.
Segundo levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), a demanda por seguros aumentou 13% só nos primeiros três trimestres de 2024. Em 2025, a expectativa é de um novo crescimento na casa dos 10%. Para os corretores de seguros, esse cenário representa um futuro de oportunidades e a possibilidade de construir uma carreira sólida e lucrativa.
Rede de contatos
Com o corretor de seguros você atuará diretamente com o público, tendo a chance de conhecer muitas pessoas. Ao longo da carreira, de forma natural, você terá a oportunidade de construir uma grande rede de contatos, o que pode ser muito valioso tanto para o seu negócio quanto para sua vida pessoal.
Independência financeira
Com experiência e uma rede de clientes fidelizada, o corretor de seguros pode ampliar significativamente seus ganhos e alcançar a independência financeira.
Graças às comissões atrativas, os rendimentos nessa profissão são diretamente proporcionais ao desempenho, permitindo altos rendimentos para quem se dedica e constrói uma boa reputação.
Já sei: agora, provavelmente você está se perguntando:
Qual o salário médio de um corretor de seguros?
Não há uma resposta exata para essa pergunta. Esse valor pode variar bastante, a depender da combinação de uma série de fatores, como a cartela de clientes, do tipo de relação de trabalho (se autônomo, pessoa jurídica ou empregado de uma corretora), dos tipos de seguros oferecidos e, até mesmo a cidade ou região atendidas.
Segundo a Glassdoor — plataforma que compila o salário médio de diferentes profissões —, a média fixa recebida por um corretor de valores é de R$2.000,00 a R$4.000,00, podendo chegar a até R$11.000,00 para profissionais mais experientes.
No entanto, é importante ressaltar que essa é apenas a renda fixa.
As comissões representam uma parcela significativa da remuneração de um corretor e podem até mesmo multiplicar o valor do salário fixo. A taxa de comissão média por apólice fica em torno de 20%, mas pode variar de acordo com o tipo de seguro, o valor da apólice, a complexidade da negociação e a qualificação do corretor.
Por exemplo, um corretor que fecha um seguro de vida no valor de R$100.000, com uma comissão de 20%, receberá R$20.000 de comissão. Interessante, não é mesmo?
Como se preparar para o exame da ENS?
O exame de habilitação de corretores de valores da ENS é bastante longo e seu custo não é nada baixo. Por isso, tenho certeza que você, que quer ingressar nessa carreira, não quer ter que repetir esse processo.
Mas pode relaxar, com muita dedicação e estudo qualquer um pode tirar esse selo. Mas por onde começar?
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