Sempre que falamos de bolsa de valores o pessoal já lembra da BVM&F Bovespa. Afinal, esta era a única bolsa de valores em território nacional.

OPA! Era? Sim. A BVM&F Bovespa mudou e agora é B3. 

Mas essa fusão da B3 vai muito mais longe do que uma mudança de nome.

Primeiramente você deve saber que não foi apenas uma mudança de nome e sim uma fusão com a CETIP (Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados). Essa fusão começou em março de 2017 e demorou mais uns 10 meses para a integração completa ocorrer.

Antes da finalização, era necessário que o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovasse a fusão da B3.

Mas para que isso ocorresse o CADE exigiu alguns compromissos para definir regras de acesso e revisão de preços. Além é claro do acesso aos concorrentes ao mercado para evitar o monopólio.

Com esta fusão da B3, o Brasil se torna a quinta maior potência do mercado de capitais do mundo. Temos hoje um patrimônio de 13 bilhões de dólares.

A CETIP

A CETIP era uma empresa de prestação de serviços financeiros no mercado de balcão organizado principalmente em ativos de renda fixa. A central de títulos como era conhecida é um sistema eletrônico que processa as transações de títulos, sendo os principais títulos de renda fixa privados, títulos públicos estaduais e municipais (títulos federais são operados pelo SELIC).

O seu diferencial é por realizar as liquidações em mercado de balcão possibilitado então uma maior flexibilidade para o registro e a negociação de títulos. Diferente da Câmara de Ações que realiza as liquidações das operações realizadas em ambiente de bolsa de valores.

Apesar de a maioria dos títulos transacionados serem escriturais (eletrônicos) ainda existem alguns títulos emitidos em papel que são transferidos ao CETIP no ato da negociação e custodiados fisicamente pelo registrador.

Estas operações são realizadas em Mercado de Balcão.

  • CDI
  • CDB
  • RDB
  • Letras Hipotecárias
  • Debêntures
  • Swaps
  • TED
  • DOC

De acordo com o tipo da transação realizada e o horário em que é efetuada, a sua liquidação pode ser imediata, em D (no mesmo dia) ou em D+1 (no próximo dia útil).

A grande maioria das operações são liquidadas através da compensação multilateral das obrigações, tendo a CETIP como contraparte. Já as operações realizadas em mercado de balcão secundário são realizadas com liquidação bruta em tempo real e através da compensação bilateral.

A CETIP deixou de ser uma instituição sem fins lucrativos e foi a maior depositária de títulos privados da América Latina até que ocorresse a fusão da B3.

No início de 2017 a CETIP contava com mais de quinze mil instituições que utilizam seus serviços. Entre eles:

Além destas instituições financeiras, milhões de pessoas físicas são beneficiadas diariamente pela liquidação de DOCs, TEDs, registros de gravame, CDBs, RDBs, Fundos de Investimento.

BVM&F Bovespa

As bolsas de valores são instituições administradoras dos mercados de capitais. No Brasil, a B3 (antiga BVMF&Bovespa) é no momento a única bolsa em atuação no mercado brasileiro.

Além do mercado á vista de ações, a B3 atua também na administração dos mercados de balcão e balcão organizado. A diferença entre esses mercados está nas regras de negociação estabelecidas para os ativos registrados em cada um deles.

O centro de negociação de valores mobiliários são as bolsa de valores, que utilizam sistemas eletrônicos de negociação para efetuar compras e vendas destes ativos.

No Brasil, as bolsas devem ser organizadas sob a forma de sociedade anônima, e são reguladas e fiscalizadas pela CVM. As bolsas têm ampla autonomia para exercer seus poderes de autorregulamentação sobre as corretoras de valores que nela operam.

Todas as corretoras são registradas no BACEN e na CVM e também são consideradas instituições financeiras.

A principal função de uma bolsa de valores é proporcionar um ambiente transparente e líquido, adequado à realização de negócios com valores mobiliários.

A Bolsa de Valores no Brasil funciona eletronicamente através de um sistema chamado MegaBolsa, sistema o qual apenas as corretoras de valores tem acesso uma vez que os investidores necessitam obrigatoriamente de uma corretora de valores para intermediar estas transações.

A BVM&F Bovespa também já era uma fusão entre a BFM&F e a Bovespa. Veja quais eram seus mercados de atuação:

Ativos Negociados Bovespa
Ativos Negociados Bovespa
Ativos Negociados BVM&F
Ativos Negociados BVM&F

Objetivo da fusão da B3

O objetivo dessa união era fortalecer a atuação da bolsa que até então era principalmente renda variável como uma provedora de infraestrutura para o mercado financeira principalmente em renda fixa.

Ao investir em renda privada o banco informa a B3 o seu CPF e o investimento que o possuidor deste CPF realizou. Desta forma você têm a prova de que realizou o investimento e que ele está em seu nome o que evita atos de má fé de instituições financeiras como alguns casos que ocorreram no passado.

As instituições financeiras credenciadas têm o selo CETIP certifica. Selo este que garante que todas as operações realizadas serão registradas na B3, identificando o CPF ou CNPJ do cliente. 

Caso o banco vá a falência e ele tiver também o selo o FGC, o cliente pode pedir a lista de investidores a B3. Esta ferramenta deixa mais fácil o processo do FGC para restituir o dinheiro aos segurados.

Explicando de forma mais simples, alguns investimentos ficam guardados na B3. Como são as operações de compra e venda de ações assim como o Tesouro Direto. Se você investir em títulos públicos a aplicação estará guardada em seu nome.

A B3 cobra dos investidores o valor de 0,3% ao ano do valor de seu investimento para realizar a custódia de seu investimento no tesouro direto, este valor se chama taxa B3.

Negociação das Ações da Bovespa e da CETIP

Não haverá mais ações da CETIP e nem da Bovespa negociadas em Bolsa.

Os acionistas da companhia receberam para cada ação CITP3 uma ação ordinária e três preferenciais da emissão da CETIP pela Companhia São José Holding. Depois do processo de fusão, cada ação preferencial será convertida em 0,93849080 ação ordinária da BM&FBovespa e posteriormente será chamada de B3.

Como é esta será uma empresa que exigirá baixo reinvestimento para manutenção de lucros o Payout (pagamento de juros sobre capital próprio e dividendos) deve ficar entre 70 e 80% do lucro líquido.

IMPORTANTE: A fusão da B3 ocorreu em Março de 2017 e entrou em vigor nas provas da ANBIMA em Outubro de 2017.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *