Ao mesmo tempo em que o ato de investir se popularizou de forma tão intensa nos últimos anos, também é verdade que esta prática demanda tempo, estudo e esforço dos investidores.

 Além disso, o mercado não conta somente com indivíduos movimentando quantias pequenas de dinheiro, mas também somas altíssimas em aplicações variadas e até empresas que gerenciam os seus recursos dessa forma. Nesse contexto, os fundos de investimento certamente recebem destaque especial.

A profissão de gestor de fundos, então, vem como uma tendência para o futuro dentro do mercado financeiro. Nessa função, temos o profissional que assume o controle sobre esses fundos de investimento, alocando recursos em diferentes títulos e obedecendo às expectativas e aos objetivos de seus investidores.

Se você quer saber mais sobre a profissão, quais as atribuições dessa posição e qual a sua remuneração, vem comigo, pois neste artigo eu te explico tudo isso!

O que é o gestor de fundos?

O gestor de fundos é quem gerencia um fundo de investimentos, investindo os recursos de terceiros nessa aplicação. As estratégias adotadas pelo profissional devem ser claras e regulamentadas. Já no que tange aos investidores – chamados, aqui, de “cotistas”, podemos ter clientes comuns, corporações e até famílias.

Este é um profissional que detém conhecimento profundo sobre o mercado econômico e suas oscilações, bem como alguém com grande experiência no ramo. Por gerir patrimônios gigantes – às vezes excedendo os milhões e bilhões de reais – é comum que muitos gestores por aí contem com mais de 15 anos de atuação em grandes bancos e corretoras.

Qual a diferença entre gestor e administrador de fundos?

Enquanto o gestor é quem realiza as compras e vendas de ativos que irão compor o fundo, o administrador é a pessoa jurídica que se responsabilizará por assuntos gerais e operacionais relacionados à aplicação, como prestação de informação aos cotistas e elaboração de atas em todas as assembleias.

Embora os termos sejam bastante confundidos, é importante ter em mente as suas diferenças, já que a definição de funções vem, na verdade, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

Como atua o gestor de fundos?

A abordagem do gestor de fundos pode se dar de duas formas: ativa ou passiva. Veja a diferença:

  • Ativa: seu trabalho consiste em desenvolver estratégias de investimentos cujo objetivo seja obter lucros que superem determinado índice econômico (também chamado de benchmark);
  • Passiva: também tem foco em um índice econômico – como o Ibovespa, porém sua meta é apenas acompanhar seu desempenho.

Esse viés de atuação, ativo ou passivo, é também o que mais dita quão alto será o nível de desafio da rotina desse gestor.

Em uma gestão ativa, por exemplo, haverá sempre um índice econômico que serve de referência, como você já aprendeu. CDI, Ibovespa e Taxa de Câmbio são alguns dos indicadores que comumente devem ser ultrapassados. Ao trabalhar dessa forma, o profissional obrigatoriamente precisa monitorar o mercado financeiro o tempo todo, a fim de verificar se os ativos aplicados estão performando como deveriam.

Já na gestão passiva, por outro lado, observa-se um fluxo de trabalho menos intenso e caótico. Afinal, se o objetivo do fundo é apenas acompanhar o indicador, em vez de superá-lo, o ritmo de alterações de rota será menor.

Qual a função do gestor de fundos de investimentos?

Primordialmente, a função do gestor de fundos é alocar os recursos dos cotistas nos títulos que compõem o fundo de investimento. Todo esse patrimônio, então, será aplicado de acordo com a estratégia vigente no contrato em questão.

Contudo, as suas responsabilidades não se limitam a isso. Controlar os recursos do fundo requer, na verdade, observações constantes sobre o mercado financeiro, bem como supervisão sobre a performance dos ativos e agilidade para recalcular rotas sempre que necessário

Na prática, o gestor dedica seu tempo às análises de ativos, a fim de classificá-los como pertinentes ou não à estratégia atual e às metas firmadas em contrato junto aos cotistas. Ainda, deve mensurar riscos, efetuar a venda e a compra de ativos, substituição de títulos para outros que sejam mais rentáveis e tudo o mais que for necessário para manter o fundo performando bem

Qual a importância da Gestão de Investimentos para o mercado financeiro?

O gestor de fundos é um agente importantíssimo para manter o mercado financeiro aquecido. Isso porque ele realiza grandes movimentações de recursos o tempo todo, além de fazer o patrimônio de seus cotistas aumentar.

Em outras palavras, a função deste profissional possibilita que o dinheiro seja utilizado em operações com mais frequência e também em maior quantidade – uma realidade menos possível quando se trata de um “investidor comum”, digamos assim. 

É por ter essa grande responsabilidade que um gestor normalmente tem uma rotina bastante acelerada e uma remuneração alta.

Como ser gestor de fundos de investimentos?

A bagagem profissional e teórica que um gestor de fundos deve ter é inegavelmente ampla. Como você já sabe, é extremamente comum que encontremos por aí gestores com mais de 15 anos de experiência. Logo, é importante trilhar esse caminho com maestria e estar atento aos passos ideiais para se chegar lá.

Primeiramente, temos a necessidade de um curso completo de ensino superior. Embora essa exigência não parta das instituições certificadoras – ou seja, você não precisa de um diploma para obter nenhum selo, é uma prática comum às empresas gestoras e às demais integrantes do mercado financeiro a obrigatoriedade deste. Assim, Administração de Empresas, Economia e Contabilidade costumam ser boas opções para os estudantes.

Após essa etapa, temos ainda alguns passos cruciais para a sua carreira.

Cursos para gestor de fundos

Ter uma especialização no currículo certamente vai te preparar melhor para a função, bem como transmitir muito mais credibilidade e aptidão para futuros clientes e recrutadoras. 

Há muitos programas de MBA e pós-graduação interessantes para afunilar a sua trajetória, tais como:

  • Análise de ações e finanças;
  • Investimento e riscos financeiros;
  • Gestão de fundos;
  • Gestão de investimentos e mercado financeiro;
  • Gestão de portfólio.

Certificação para gestor de fundos

Agora, temos outra exigência do mercado financeiro para os gestores de fundos: as certificações financeiras. Para se tornar esse profissional, é preciso primeiramente obter a certificação CFG Anbima. Isso porque é este selo que te permite prestar a prova CGA (ou CGE), da mesma instituição. 

Outro caminho possível é a obtenção da CFA (Chartered Financial Analyst), que também permite ao candidato a realização da CGA ou CGE. Esta é uma certificação de alcance internacional, realizada em inglês e que é considerada um dos selos de maior prestígio dentro do mercado financeiro.

Voltando à Anbima, dá uma olhada nas características de cada uma das certificações necessárias para gestor de fundos:

CFG

Este exame tem 60 questões para serem resolvidas em até 3h. O aproveitamento mínimo para aprovação é de 70% e a prova contempla 12 áreas de conhecimento. São elas:

1. Métodos quantitativos;

2. Economia;

3. Análise de relatórios financeiros;

4. Finanças corporativas;

5. Mercados e instrumentos financeiros;

6. Teoria moderna de carteiras e modelos de precificação de ativos;

7. Finanças comportamentais;

8. Política de investimento;

9. Alocação de ativos;

10. Novas tecnologias em finanças;

11. Ética e autorregulação;

12. Legislação e regulação.

CGA

Aqui, temos 45 questões e 2h30 de prova. Novamente o aproveitamento mínimo é de 70%. Este selo foi especialmente desenvolvido para que um profissional esteja autorizado a atuar com gestão de fundos de investimento em renda fixa, cambial, multimercados e de índice. 

Os conteúdos que caem são:

1. Gestão de carteiras – renda variável;

2. Gestão de carteiras – renda fixa;

3. Investimentos no exterior;

4. Avaliação de desempenho;

5. Gestão de risco;

6. Legislação, regulação e tributação.

CGE

Bastante similar à CGA, esta é voltada para profissionais que desejam atuar na indústria de produtos estruturados. Assim, lidará com fundos de investimento em Direitos Creditórios, imobiliários, índice e de participações. Também assim como sua “certificação irmã”, digamos assim, é obrigatória para cargos que trabalhem nestes mercados.

Outra vez temos um exame composto por 45 questões, 2h30 de duração e aproveitamento mínimo de 70%. Os temas da prova são:

1. Investimentos imobiliários;

2. Private equity;

3. Securitização de recebíveis;

4. Fundos de índice;

5. Investimentos no exterior;

6. Avaliação de desempenho;

7. Gestão de risco;

8. Legislação, regulação e tributação.

Perfil de gestor de fundos

Graduação, especialização, certificações financeiras e experiência na área: até aqui, você teve um compilado bem técnico sobre como se tornar um gestor de fundos. No entanto, exercer essa função requer muitas outras habilidades também, principalmente comportamentais – ou soft skills, na sua versão em inglês.

Aqui, eu separei algumas das principais:

  • Olhar analítico: fundamental para compreender diferentes cenários econômicos e estabelecer conexões entre eles e os fundos que gere;
  • Boa comunicação: as mudanças de estratégia e todas as demais informações relativas ao fundo precisam ser comunicadas aos cotistas;
  • Proatividade: uma característica importante para que se possa construir bons portfólios e tomar decisões assertivas;
  • Inteligência emocional: além de conhecimentos técnicos, essa soft skill é necessária para uma atuação que lide de forma tão constante com riscos e oscilações do mercado.

De alguns anos para cá, o mercado financeiro não somente passou por uma transformação tecnológica, como também na maneira como se percebe e se valoriza o capital humano. Por essa razão, ao longo de sua trajetória para se tornar um gestor de fundos, tenha a certeza de que o seu comportamento será avaliado e as habilidades pertinentes a este âmbito serão requeridas. 

Qual é o salário de um gestor de fundo de investimentos?

O salário de um gestor de fundos pode variar entre R$10.000,00 até os mais de R$40.000,00, dependendo da empresa na qual atua. A localidade no Brasil também pode ser um fator capaz de causar algumas diferenças nesse valor.

A remuneração desse profissional pode ser composta por duas modalidades diferentes de pagamento.

Taxa de administração

Essa é uma taxa fixa e que cumpre a função de remunerar o gestor e o administrador do fundo. Ela incide sobre seu patrimônio total e é representada em forma de porcentagem anual.

Lembra das diferenças entre as gestões ativa e passiva e de seus diferentes volumes de trabalho? Esse é um dos principais pontos considerados no estabelecimento da taxa de administração, que será proporcional aos esforços do gestor. Sob essa lógica, portanto, temos a gestão ativa como a modalidade de gerenciamento que apresenta taxas mais altas.

Taxa de performance

A taxa de performance é fixa e também muda de acordo com o tipo de gestão e costuma incidir somente sobre a ativa. Isso acontece pois ela representa um percentual sobre o valor que ultrapassar o indicador econômico utilizado como referência.

Em geral, seu valor fica entre os 10% e 15% sobre a quantia excedida e, por ser tão alta, costuma ser um estímulo para que gestores trabalhem duro em prol dos melhores resultados possíveis para o fundo.

Como a TopInvest pode te ajudar a se tornar um gestor de fundos?

Desde as certificações financeiras mais básicas, fundamentais para você empreender a sua jornada até a profissão de gestor de fundos, até os cursos mais específicos, a TopInvest tem absolutamente tudo o que você precisa para se tornar um candidato fora da curva. Olha só:

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