O que é autoridade monetária?
Autoridade monetária é um termo que faz alusão às instituições ou organizações públicas responsáveis pela definição e execução das políticas monetárias de um país.
Esses são, portanto, os entes por trás de medidas econômicas importantes, como o controle do volume de moeda em circulação, a regulação dos meios de pagamentos e o estabelecimento dos critérios de crédito e financiamento.
Qual é a função da autoridade monetária?
As principais funções das autoridades monetárias de um país são o controle do volume de dinheiro em circulação e a regulação do mercado de crédito.
Essas, contudo, não são as únicas atividades desempenhadas por essas instituições. Entre as demais funções que costumam exercer estão:
- Funcionar como banco do Governo;
- Assumir o papel de “banco dos bancos” (supervisor do sistema);
- Supervisionar o sistema financeiro;
- Executar a política monetária;
- Executar a política cambial;
- Administrar as contas onde são mantidas as reservas voluntárias e compulsórias do sistema financeiro;
- Conceder crédito a organizações com necessidades temporárias de liquidez;
- Intervir sempre que houver algum problema relacionado às instituições do Sistema Financeiro Nacional;
- Supervisionar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB);
- Ser o depositário das reservas internacionais.
Ao cumprir essas tarefas, as autoridades monetárias têm como metas principais assegurar o poder de compra da moeda nacional e promover o desenvolvimento de um Sistema Financeiro Nacional (SFN) organizado e eficiente.
Quais são as autoridades monetárias?
De maneira geral, o papel de autoridade monetária cabe ao banco central de cada país. Esse é o caso dos Estados Unidos, onde a Reserva Federal (Fed) é quem conduz a política monetária do país.
Contudo, existem exceções. Na Zona do Euro, por exemplo, a autoridade monetária é desempenhada pelo Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC). Essa instituição é composta pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelos bancos centrais de cada um dos 20 estados-membro da União Europeia, que adotaram o euro como moeda oficial.
Nesse cenário, cada banco central é responsável pela emissão de moeda e pela manutenção da estabilidade financeira de seu respectivo país. Em conjunto — e sob a supervisão do BCE — essas instituições contribuem para a implementação da política monetária unificada do euro.
Quem é a autoridade monetária no Brasil?
Existem duas autoridades monetárias em atuação no Brasil: o Banco Central do Brasil (Bacen) e, acima dele, o Conselho Monetário Nacional (CMN), reconhecido como o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Juntas, essas instituições coordenam e executam a política monetária nacional. Cada qual, contudo, possui suas próprias atribuições, conforme demonstrado abaixo:
- Conselho Monetário Nacional: composto pelo Ministro da Fazenda (presidente do Conselho), pela Ministra de Estado do Planejamento e Orçamento, e pelo Presidente do Banco Central do Brasil, esse órgão pode ser compreendido como o principal conselho brasileiro de política econômica. Estão entre suas funções:
- Autorizar a emissão de papel moeda;
- Aprovar os orçamentos monetários do Bacen;
- Coordenar as políticas da dívida pública interna e externa;
- Determinar as normas de contabilidade e estatística a serem seguidas pelas instituições financeiras;
- Desenvolver regulamentos para constituição, funcionamento e fiscalização de intermediários financeiros;
- Estabelecer a meta de inflação;
- Formular as políticas monetárias, creditícia e cambial;
- Orientar a alocação de recursos de instituições financeiras;
- Promover aperfeiçoamentos das instituições e instrumentos financeiros;
- Regular os investimentos do Governo Federal;
- Zelar pela liquidez das instituições financeiras.
- Banco Central do Brasil: autarquia federal ligada ao Ministério da Fazenda, o Bacen tem por finalidade executar as disposições discutidas pelo CMN, sendo o órgão responsável por viabilizar o SFN. Estão entre suas obrigações:
- Administrar a circulação de moedas e as taxas de juros;
- Atuar como banco do Governo;
- Divulgar as decisões tomadas pelo CMN;
- Desempenhar as metas para controle da inflação;
- Executar a política monetária;
- Fiscalizar as instituições financeiras e monitoras suas operações de crédito;
- Gerir o SFN.
O Brasil conta ainda com diferentes órgãos públicos que servem de apoio às autoridades monetárias. São eles:
- Banco do Brasil (BB): antiga autoridade monetária, atualmente o BB se assemelha a um banco comercial convencional. Contudo, ainda desempenha a função de câmara de compensação. Além disso, responde pontualmente ao Governo Federal ao assumir o crédito agrícola e ao usar de seu poder de concorrência com bancos privados para promover baixas sistêmicas nas taxas de juros;
- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): entidade encarregada pela política de investimentos de longo prazo do Governo Federal e pela gestão de processos de privatização. É considerada a principal instituição financeira de fomento do país, agindo diretamente para promover o desenvolvimento econômico, mitigar desigualdades regionais, impulsionar as exportações e muito mais;
- Caixa Econômica Federal: é um instrumento governamental utilizado para a promoção de políticas sociais nas áreas de financiamento habitacional e de saneamento básico. Seus recursos provêm das cadernetas de poupança, do Fundo de Assistência ao Trabalhador (FAT) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
- Comitê de Política Monetária (Copom): órgão composto pelo presidente do Bacen e pela Diretoria Colegiada do Banco. Sua principal função é definir o valor da taxa Selic — a taxa básica de juros da economia brasileira;
- Comissão de Valores Mobiliários (CVM): órgão normativo que atua na fiscalização de operações envolvendo ações e debêntures. Sua missão pode ser resumida ao fortalecimento do mercado acionário nacional.
Como a autoridade monetária afeta a economia?
As políticas monetárias, definidas e executadas pelas autoridades pertinentes, podem afetar a economia de um país de diferentes formas, a começar pelo controle da inflação e da taxa de juros de um país.
Esses dois fatores estão atrelados, sobretudo, à dosagem da circulação da moeda e a sua liquidez.
Nesse sentido, as medidas propostas pelas autoridades monetárias devem promover um equilíbrio, de forma que o dinheiro em circulação não seja excessivo a um grau que aumente o consumo de maneira descontrolada. E tampouco pode ser baixo demais a ponto de superestimular a procura por empréstimos.
Ao controlar esses dois fatores, as autoridades monetárias cooperam para a estabilização dos preços e, por conseguinte, com a preservação do poder de compra.
Além disso, outras funções das autoridades monetárias, como a regulação dos meios de pagamento e o desenvolvimento da política creditícia, também têm impacto sobre a economia.
Uma vez que essas entidades públicas são responsáveis por autorizar e supervisionar todas as instituições financeiras em atuação no país, o poder dos bancos acaba por ser limitado, o que assegura o respeito aos direitos dos cidadãos, bem como promove uma concorrência mais limpa.
Cabe ao Bacen, por exemplo, orientar os bancos quantos aos serviços que devem ser ofertados gratuitamente, e quais os valores mínimos, médios e máximos para as tarifas bancárias. Essa regulação é o que assegura, por exemplo, que serviços como o cartão de débito sejam oferecidos sem custos.
Por fim, a supervisão das corretoras de valores também é outro fator importante, uma vez que promove maior segurança aos investidores e, consequentemente, aumenta a confiança desses quanto ao bom funcionamento do mercado financeiro.