O que significa capital de risco?
O capital de risco é uma modalidade de investimento na qual a aplicação é feita em empresas de pequeno e médio porte, mas que apresentam grande potencial de crescimento. Dito de modo mais simples, é quando se faz um investimento em Startups — companhias emergentes, que baseiam suas atividades na inovação e na tecnologia.
Esse termo também é chamado de venture capital e, nesse contexto, o investidor que compra ações dessas empresas está disposto a tolerar riscos mais elevados em troca de retornos altos.
Como o capital de risco funciona?
Quando uma empresa está em expansão, buscando aumentar o faturamento e escalar o crescimento, abre o seu capital de maneira privada para encontrar investidores para capital de risco. Ou seja, elas não estão listadas na Bolsa de Valores. Os recursos levantados com as ações serão reinvestidos na própria companhia, alavancando as suas atividades.
Do outro lado da equação, temos o investidor. Este, por sua vez, tem por objetivo lucrar com a valorização de ações de maior risco e atuar como sócio minoritário, auxiliando a companhia a crescer não somente com a injeção de patrimônio, mas também emprestando seus conhecimentos em estratégias corporativas e de gestão.
O lucro desse investidor está na futura venda de sua parte nas ações, quando estes papéis estiverem com um valor mais alto do que aquele pago inicialmente. Em geral, os rendimentos mais significativos são obtidos dentro de um período de cinco anos, embora algumas empresas apresentem notório crescimento em questão de um ano também.
Quais são os tipos de capital de risco?
O capital de risco pode variar, dependendo do estágio atual da empresa — se esta ainda é só uma ideia ou se já está estruturada, por exemplo. Assim, essa modalidade de investimento pode ser categorizada como venture capital, FFF, investimento anjo, private equity e seed capital.
Vamos entender cada um deles:
- Venture capital: é o tipo de investimento visto até aqui, de capital de risco. Recapitulando, é quando investidores aplicam em empresas de pequeno e médio porte, apostando no seu potencial de crescimento e na valorização de suas ações no futuro;
- FFF: é a sigla para Founders, Friends and Family (fundadores, amigos e família). Aqui, temos empresas que estão em fase de planejamento, mas já precisam reunir recursos para operar. Nessa etapa, as aplicações dos investidores costumam girar em torno dos R$50.000,00;
- Investimento anjo: quando esse tipo de investidor enxerga um grande potencial em uma empresa em estágio inicial (na etapa de planejamento, por exemplo), pode realizar injeções de capital de R$50.000,00 a R$100.000,00 — ou mais — para financiar o seu crescimento e lucrar com a valorização posterior;
- Private equity: nesta categoria, temos empresas que já estão em ascensão no mercado, e disponibilizam as suas ações para compra de maneira privada, ou seja, não as listam na Bolsa de Valores;
- Seed capital: em tradução livre, esse termo significa “capital semente”. Nessa modalidade, os investimentos na empresa são feitos de maneira coletiva, em companhias que já estão operando, mas ainda em fase inicial. Em geral, essas instituições já possuem CNPJ, equipes formadas e sites de venda. O objetivo com a captação de recursos é financiar o crescimento.
Como funciona o capital de risco no Brasil?
Sem dúvidas, o Brasil se mostra há tempos como um país promissor quando se trata de Startups, o que é uma excelente notícia para os investidores e, é claro, para o cenário econômico também. Para você ter uma ideia, algumas das mais famosas são o Nubank, o PagSeguro e o Gympass.
De acordo com a Associação Brasileira de Startups, até o segundo semestre de 2023, o país contava com mais de 12,7 mil empresas do tipo, que apresentam um crescimento constante e que se destacam no mercado pelas suas capacidades tecnológicas e de inovação em segmentos diversos.
Considerando o mesmo período citado — segundo semestre de 2023 —, temos ainda as estatísticas da plataforma global Carta, apontando um crescimento significativo nos investimentos em companhias emergentes não somente no Brasil, mas em toda a América Latina. Em números, a captação total na região bateu os US$441 milhões, e representou uma grande evolução no cenário do capital de risco, uma vez que a pandemia de Covid-19, que iniciou em 2020, resultou em uma queda nos aportes.
De acordo com os mesmos relatórios, as empresas na fase de seed são as preferidas dos investidores, ou seja, aquelas que ainda estão no começo das operações, mas já contam com uma estrutura considerável, como equipes, sites e redes sociais.