O que é um indicador?
De maneira ampla, o indicador pode ser definido como algo que mostra ou serve para demonstrar alguma outra coisa por meio de sinais ou de indícios.
Os indicadores compreendem desde sinais físicos (como placas de trânsito e semáforos, que transmitem, em forma de sinais, informações importantes aos motoristas) até dados estatísticos (utilizados para apresentar e mensurar o desempenho de algum processo em específico).
Enquanto amostra ou resultado estatístico, os indicadores são utilizados como meios confiáveis de acompanhar e avaliar o andamento de programas, projetos ou ações ao longo do tempo.
Para que serve um indicador?
A depender do que se pretende analisar, os indicadores podem servir a diferentes fins. Indicadores físicos, por exemplo, são utilizados estritamente para transmitir alguma informação por meio de um sinal de fácil compreensão. Além das placas de trânsito, é possível pensar, ainda, nos ponteiros de um relógio que indicam as horas, ou na agulha de uma bússola que aponta o norte.
Os indicadores, de maneira mais abstrata, também são utilizados nos campos da economia e da sociologia como uma forma de representar quantitativa ou qualitativamente uma determinada situação.
Na macroeconomia, os indicadores podem demonstrar os resultados de políticas públicas e indicar mazelas que necessitam maior atenção por parte do Estado.
Na microeconomia, são usados tanto para comprovar o sucesso ou o bom andamento de um projeto, quanto para apontar a necessidade de redirecionar esforços de modo a corrigir os resultados. Investidores, por sua vez, podem se valer dessas informações para analisar a saúde financeira de uma companhia.
Os indicadores vão além, portanto, de um mero demonstrativo, sendo também uma importante ferramenta de gestão pública e privada.
Qual é o objetivo de um indicador?
Os indicadores possuem múltiplos objetivos, podendo ser utilizados para indicar, demonstrar, ordenar, medir ou comparar informações.
Servindo duplamente como demonstrativo e guia de ações, os indicadores são úteis, entre outras coisas, para:
- Analisar a saúde financeira e a eficiência produtiva oue ou de gestão;
- Atestar a relevância e o impacto de políticas, programas e projetos;
- Estabelecer a situação atual;
- Examinar cenários e permitir um olhar abrangente e comparativo sobre a realidade;
- Identificar deficiências, estabelecer prioridades e redirecionar estratégias;
- Monitorar processos para assegurar o alcance de metas e a boa utilização dos recursos;
- Servir como histórico, permitindo o acompanhamento de uma empresa, de um segmento econômico, entre outros;
- Verificar resultados.
Por que é importante acompanhar os indicadores de desempenho?
De maneira geral, os indicadores de desempenho auxiliam a interpretar a realidade, apresentando, por meio de dados, os resultados de uma ação, projeto ou programa em específico.
Na macroeconomia, é possível compreender o acompanhamento dessas informações enquanto diagnóstico de políticas sociais e econômicas, capaz de apresentar os acertos do Governo, bem como as áreas que precisam ser atendidas com prioridade.
Os índices de desempenho, contudo, são tão ou ainda mais importantes para gestores e investidores, sendo verdadeiros direcionadores do mercado financeiro. Por meio desses dados, é possível ter uma melhor ideia da saúde financeira de uma companhia e de quão rentável um negócio pode chegar a ser.
Indicadores de desempenho financeiro como o ROI (Return over Investment), a margem líquida e o fluxo de caixa são fundamentais para que o gestor identifique quais os acertos e as falhas dos processos produtivos e gerenciais de sua companhia. Por meio dos resultados do passado analisado, pode,pode-se ter uma ideia mais clara, então, sobre o futuro da empresa.
No que tange aos investidores, esses dados podem ser lidos como a própria essência das análises fundamentalistas. O ROE (Return on Equity) — que avalia se uma empresa está sendo rentável — e a liquidez corrente — que demonstra se a companhia possui recursos para arcar com seus compromissos —, são alguns exemplos de indicadores capazes de atestar qual a situação de uma companhia.
Acompanhar indicadores de lucro e endividamento auxilia o investidor na tomada de decisões, sendo de grande importância tanto para avaliar se deve adquirir determinada ação, ou o oposto: quando se desfazer de algum produto de sua carteira.
Essas decisões devem ser reforçadas, ainda, por indicadores econômicos externos, que oferecem uma visão macro do mercado financeiro como, por exemplo, o Índice Geral de Preços (IGP) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), entre outros.
O que são indicadores econômicos?
Indicadores econômicos são índices utilizados para demonstrar o desempenho de uma região a partir de determinado enfoque e da compilação de dados estatísticos.
Utilizados pelo governo, empresários e investidores, os indicadores funcionam como parâmetro para entender o mercado e suas movimentações, além de servirem de ponto de partida para projeções.
Quais são os principais tipos de indicadores?
Enquanto compilação de informações capazes de apresentar a realidade e ordenar as ações, a lista de indicadores é bastante extensa, tornando a tarefa de enumerá-las praticamente impossível. De forma mais ampla, contudo, pode-se dizer que existem indicadores de maior peso para analisar a realidade de um país como um todo.
Entre os indicadores mais conhecidos e importantes estão:
PIB
Indicador econômico mais popular ao se medir a riqueza de um país, estado ou município, o Produto Interno Bruto (PIB) representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos ao longo de um período — normalmente ao longo de um ano.
Em suma, quanto melhor for o resultado desse índice, maior o movimento do mercado interno.
O PIB pode ser visto, assim, como um termômetro econômico: quando esse indicador cresce, é sinal de que a economia está aquecida, que as taxas de desemprego estão menores e que a população está gastando mais. Quando cai, é possível compreender que a atividade econômica está recuando.
PIB per capita
O PIB per capita corresponde ao resultado do PIB dividido pela população da região analisada.
Essa é uma maneira considerada mais assertiva de medir a grandeza econômica, uma vez que permite apontar a renda média de cada cidadão.
Para uma melhor visualização desse indicador, vamos, juntos, comparar a economia brasileira e a argentina no primeiro trimestre de 2023.
Neste período, o PIB do Brasil foi bem superior ao da Argentina. Contudo, para mensurar o movimento real do mercado interno, seria necessário considerar a população dos dois países, uma vez que o Brasil é aproximadamente 4 vezes mais populoso que o país vizinho.
Considerado o PIB e a população, o PIB per capita desses países ficaria assim:
- Argentina: com um PIB de US$771 bilhões e 46 milhões de habitantes, o PIB per capita argentino é de aproximadamente US$16 mil;
- Brasil: com um PIB de US$2,6 trilhões e 215 milhões de habitantes, o PIB per capita brasileiro é de aproximadamente US$12 mil.
Balança Comercial
Indicador econômico de grande relevância, a balança comercial representa a diferença entre as exportações e importações realizadas por um país, durante o período de tempo analisado. Esse resultado é sempre apresentado em dólares americanos.
Além de ser mais um índice capaz de atestar a saúde financeira, a balança comercial também serve como parâmetro de comparação entre nações.
A balança é considerada positiva quando há um superávit. Ou seja, quando o valor exportado é superior ao importado. Já a balança negativa ocorre quando o cálculo resulta em déficit. Isto é, quando o valor importado é maior que o exportado.
IPCA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o índice oficial de inflação do Brasil. Atualizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), usando como base o Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC), esse indicador apresenta, portanto, as variações de preço de produtos e serviços básicos consumidos pelo brasileiro.
O IPCA serve ainda para projeções de oferta e demanda de produtos. A partir disso, é possível mensurar a inflação (quando a demanda supera a oferta) e a deflação (quando a oferta é maior que a procura). Essas informações afetam de maneira direta o valor da moeda nacional.
INPC
Semelhante ao IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também serve para indicar a variação do preço de produtos e serviços básicos de consumo, como alimentos, remédios, produtos de higiene, transporte, entre outros. A diferença, contudo, é que este indicador é segmentado.
Enquanto o IPCA levanta dados relativos a famílias com rendimentos entre 1 e 40 salários mínimos, o INPC tem por meta mensurar e administrar a inflação que atinge famílias de baixa renda (com rendimentos de até 5 salários mínimos).
Dado que o aumento do preço de produtos como gás de cozinha, feijão ou azeite não é sentido da mesma forma por quem ganha um salário mínimo e quem ganha 40 salários, se deu a necessidade de criar o INPC, um índice capaz de estipular o impacto real da inflação sobre famílias mais pobres — as quais comprometem a maior parte de seus rendimentos com itens básicos e são mais suscetíveis, portanto, as variações de preços.
As categorias analisadas para estimar o INPC são:
- Alimentação e bebidas;
- Artigos de residência;
- Comunicação;
- Despesas pessoais;
- Educação;
- Habitação;
- Saúde e higiene pessoais;
- Transportes;
- Vestuário.
De acordo com essas informações, o IBGE pode calcular qual o percentual do rendimento familiar é destinado para o consumo desses itens, além de apontar as variações de preço entre um mês e outro.
Quando o rendimento das famílias não acompanha o aumento dos produtos — ou seja, quando o dinheiro já não é capaz de pagar pelos mesmos produtos — o INPC sobe.
Esse indicador serve, portanto, para demonstrar qual o poder de compra da população de baixa renda. Com base nele, o Governo, então, estipula políticas financeiras importantes como o reajuste do salário mínimo e a correção do valor da aposentadoria.
IDH
O mais popular indicador social e econômico a nível global, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é utilizado para mensurar e comparar a qualidade de vida entre os países. Elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU), esse indicador é visto como um parâmetro da riqueza e do desenvolvimento de uma nação.
O IDH é medido em uma escalaum escala que vai de 0 até 1, sendo que quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é considerado o país. A classificação é feita da seguinte forma:
- Desenvolvimento muito alto: países com um IDH superior a 0,80;
- Desenvolvimento alto: países com um IDH entre 0,70 e 0,80;
- Desenvolvimento médio: países com um IDH entre 0,55 e 0,70;
- Desenvolvimento baixo: países com um IDH inferior a 0,55.
O Índice de Desenvolvimento Humano é medido com base em três critérios. São eles:
- Educação: o objetivo desse critério é estipular o grau de instrução de uma população. Para isso, são consideradas as taxas de alfabetização e escolarização (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Superior), usadas para estipular a média de anos escolares de um adulto. Além disso, são observadas as taxas de evasão e repetência, além dos resultados de políticas públicas educacionais;
- Saúde: esse critério observa os fatores relacionados à qualidade de vida da população. Os dados de maior peso nesse levantamento são a expectativa de vida, e as taxas de natalidade e mortalidade infantil. Também é levado em conta a eficiência das políticasdas política públicas de saúde — a capacidade de fornecer medicamentos e vacinas, bem como o acesso a tratamentos públicos de saúde;
- Renda: focado na economia, esse critério avalia qual o padrão de vida médio da população de um país. Para isso é considerado, sobretudo, o PIB per capita.
Assim, enquanto reflexo do cenário social e econômico de uma nação, o IDH é um indicador de grande valor para os governos, uma vez que delimita quais as áreas que merecem mais atenção por parte da administração pública.