O que é risco diversificável?

O risco diversificável, também chamado de não-sistemático, é aquele passível de ser mitigado por meio da estratégia de diversificação de carteira de investimentos, uma vez que considera os riscos de ativos específicos, não do mercado em geral.

Esta classificação de risco não necessariamente se refere apenas a ativos financeiros, aliás, como acontece com ações e títulos gerais. Nesse caso, ativos físicos também se enquadram aqui — como imóveis, por exemplo.

Como funciona o risco diversificável?

O risco diversificável é basicamente amparado pela teoria de que não se deve deixar todos os ovos em uma cesta só. Em outras palavras, diversificar uma carteira de investimentos aumenta a sua segurança, já que equilibra os riscos individuais de cada ativo.

Ainda em relação à individualidade de cada papel, temos vários fatores que podem interferir na rentabilidade de um título — risco de crédito, risco de liquidez e estruturação da concorrência, por exemplo. Na prática, são ameaças setoriais, que podem acometer nichos específicos e não vários mercados simultaneamente, como acontece com os riscos econômicos, de proporções macro.

Em resumo, um risco diversificável terá seus impactos minimizados dentro de uma carteira, já que, enquanto os rendimentos de um título caem, os lucros de outros podem subir, gerando uma relação de equilíbrio.

Quais os principais riscos diversificáveis?

O risco de mercado, setorial, de crédito e de liquidez estão entre os principais riscos diversificáveis em uma carteira de investimentos.

Risco de mercado

Também chamado de risco de volatilidade, está relacionado às variações de preço de um ativo. Um papel volátil, então, oferece mais risco, já que seu valor tende a sofrer mudanças com frequência.

Para lidar com esse problema e torná-lo diversificável, o ideal é que o investidor faça aplicações em ativos de classes diferentes. Na combinação mais básica, a título de exemplo, temos o mix de ações e títulos do Tesouro Direto — papéis, portanto, de renda fixa (menos volátil) e variável (mais volátil) em uma mesma carteira.

Risco setorial

É o risco específico relacionado a determinado setor, aquele a qual pertence o ativo em questão. Títulos conectados ao petróleo, por exemplo, poderão sofrer mudanças ocasionadas pela oscilação de preços desta matéria-prima.

Nesse caso, a recomendação é que se invista em setores distintos e cujos riscos não sejam similares. De volta ao exemplo, poderia ser incluído nessa carteira um título no setor de serviços diversos, como atividades relacionadas à tecnologia.

Risco de crédito

Esse é o risco de inadimplência. Nesse cenário, é a possibilidade de o investidor não receber o seu dinheiro de volta. Para evitá-lo, pode-se optar apenas por ativos e empresas bem avaliados, cuja credibilidade é alta.

No entanto, títulos de maior risco de crédito também são os que possibilitam uma rentabilidade maior. Para se valer dessa vantagem, então, sem abrir mão da segurança, o investidor pode variar as aplicações, distribuindo o seu patrimônio em papéis de riscos diversos, maiores e menores.

Risco de liquidez

Se um ativo tiver liquidez baixa, é impossível resgatar o valor aplicado antes do prazo combinado. Assim, um investidor que estiver no meio de uma emergência não terá a chance de usar esse dinheiro. 

Contudo, assim como acontece nos riscos anteriores, ativos de alta liquidez pagam menos que os demais. Para evitar apuros frente a imprevistos, o investidor pode facilmente diversificar a sua carteira, optando por títulos com graus variados de liquidez.

Exemplo de risco diversificável

Um investidor que aplique em commodities de soja, por exemplo, assumirá os riscos desse tipo de título, cujo valor pode ser afetado, entre outros fatores, pelo clima ou por uma safra ruim. Se esta mesma pessoa, porém, tiver uma carteira de investimentos bem diversificada, com outros ativos rendendo bem nesse período, então o prejuízo da commodity não deverá impactar tanto o seu patrimônio.

Outro exemplo clássico de risco diversificável são as estratégias utilizadas por gestores de fundos de investimento. Em vários contratos há uma grande variedade de ativos distintos, para que assim o patrimônio do fundo não desvalorize facilmente, considerando as oscilações de todos os títulos que o compõem. 


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