Margem Operacional: o que é, como calcular e analisar?

A análise e a interpretação de diferentes indicadores operacionais de uma companhia é um trabalho constante para os profissionais do mercado financeiro. Entre esses indicadores, um dos mais comuns e relevantes é a margem operacional. Você, investidor ou gestor, com certeza já se deparou com ele. Correto?

Esse é um dos principais dados utilizados para atestar a saúde financeira de uma companhia. Sendo assim, trata-se de um parâmetro fundamental a se analisar por quem busca boas oportunidades de investimento. 

Quer saber um pouco mais como aplicar e estudar esse indicador? Então, vem comigo! Ao longo deste artigo, te mostrarei como fazer seu cálculo, explicarei quais as suas vantagens e as suas limitações, e detalharei sua importância, tanto para o investidor, quanto para a própria companhia.

O que é margem operacional?

A margem operacional (MO) é uma métrica financeira utilizada para avaliar a eficiência operacional e a lucratividade de uma companhia. Por meio de sua fórmula, é calculado o quanto a empresa consegue lucrar para cada R$1,00 em vendas líquidas.   

Para isso, ela se vale da comparação entre o lucro operacional e a receita líquida, possibilitando estimar o quanto percentualmente de cada venda se converte em lucro para a empresa.

É preciso destacar que não há um valor padrão estimado para a margem operacional. Esse valor vai depender de fatores específicos como o setor e o tamanho da empresa analisada.

Porém, de modo geral, quanto maior for a margem operacional, melhor está a saúde financeira da empresa. Por isso, empresas que não possuem uma boa MO podem representar um sinal de mau investimento.  

Qual a diferença entre receita líquida e lucro operacional?

Como citado, a margem operacional é calculada com base em dois indicadores financeiros: a  receita líquida e o lucro operacional (também conhecido como EBIT). Portanto, saber diferenciar um do outro, é essencial para se fazer uma análise correta. 

Vale, portanto, explicar cada um deles, para que não te restem dúvidas:

• Receita líquida: é o valor originário das vendas brutas em um determinado período de tempo;
• Lucro operacional: é o total da receita líquida descontado os custos de produção (aqui não são incluídos os custos financeiros como taxas ou impostos).

Entre as despesas mais comuns contabilizadas no lucro operacional estão:

• Custos de distribuição;
• Custos com maquinários;
• Aluguel de escritórios;
• Salários de colaboradores;
• Publicidade;
• Gastos diários.

Importante destacar, também, que o lucro operacional e a receita líquida são dados levantados na Demonstração de Resultado de Exercício (DRE). Geralmente, a DRE de uma empresa presente na Bolsa de Valores é publicada trimestralmente, permitindo o seu acompanhamento por acionistas.

Qual é a importância da Margem Operacional?

A margem operacional funciona como uma importante métrica financeira para avaliar a saúde financeira de uma empresa e sua eficiência produtiva. Esse indicador é, portanto, um  dos  mais importantes dados analisados tanto por gestores e empreendedores, quanto por potenciais investidores.

Por meio da margem operacional é possível, por exemplo, avaliar como cada insumo da empresa afeta seu lucro final. Podendo, eventualmente, auxiliar o gestor a encontrar formas de minimizar seus custos operacionais. 

Da mesma forma, esse indicador pode auxiliar investidores, servindo como parâmetro comparativo de rentabilidade entre empresas do mesmo ramo.

Entre alguns dos principais pontos que podem ser considerados pelo investidor na hora de observar a margem operacional de uma empresa em específico estão:

• Potencial de lucros da companhia;
• Eficiência administrativa e operativa;
• Riscos de investimento.

  Em resumo, para o investidor, uma empresa que apresenta uma maior margem operacional tende a representar um maior potencial de rentabilidade. Já para gestores, esse indicativo pode ajudar na criação de estratégias para reduzir custos produtivos e, consequentemente, incrementar os lucros.  

Como calcular a margem operacional?

Calcular a margem operacional é bem fácil e não requer muito esforço. Para chegar ao valor desse indicativo financeiro, basta dividir o lucro operacional da companhia em um tempo determinado por sua receita líquida.

Dessa forma, é possível definir qual o lucro real em cada R$1 de venda realizada. 

Fórmula da margem operacional

  A fórmula da margem operacional é esta aqui:

MO = Lucro Operacional / Receita  Líquida

Para melhor entender a fórmula, vou aplicá-la em um exemplo simples. Imagine que uma empresa obteve um lucro operacional de R$410.000,00 durante um determinado trimestre. E nesse mesmo período sua receita líquida foi de R$995.000,00. Agora é só aplicar esses dados à fórmula:

Margem Operacional = Lucro Operacional ÷ Receita Líquida

Margem Operacional = 410.000,00 ÷ 995.000,00

Margem Operacional: 0,412 x 100

Margem Operacional: 41,20%

Assim, vemos que 41,20% das vendas brutas resultaram em lucros operacionais. Em outras palavras, a cada R$1,00 real em vendas, o lucro da companhia é de R$0,41.

Como analisar a margem operacional de uma empresa?

Antes de mais nada, para poder analisar a margem operacional, o investidor precisa buscar os dados referentes ao lucro operacional e a receita líquida das companhias que pretende comparar. Vale lembrar que empresas de capital aberto são legalmente obrigadas a divulgar seus relatórios contábeis. 

De modo geral, é possível dizer que quanto maior for a margem operacional de uma empresa, melhor tende a ser sua eficiência operacional e seus lucros. Da mesma forma, quanto menor for o valor desse indicativo, mais arriscado é investir na companhia.

Porém, como citado, não há uma margem operacional padrão pela qual se guiar, uma vez que esse indicador está atrelado, sobretudo, ao setor da companhia analisada. Empresas de tecnologia, por exemplo, costumam atuar com margens maiores. Enquanto companhias de varejo, por sua vez, costumam trabalhar com margens operacionais menores. 

Assim, não seria válido comparar duas empresas de setores distintos com base nesse indicativo. 

A margem operacional, entretanto, pode ser aplicada na análise de empresas diferentes que atuam no mesmo segmento, como um indicador de eficiência dessas companhias. Dessa forma, o investidor pode, por exemplo, escolher comprar ações de uma em detrimento da outra. 

A margem operacional ainda pode ser utilizada como um dado relevante para análises técnicas, uma vez que permite comparar a margem atual de uma empresa com seu desempenho histórico.

Quais as limitações da Margem Operacional?

A margem operacional não deve ser vista como o dado determinante e muito menos como o único fator a ser observado por quem pretende comprar ações de uma companhia ou analisar sua saúde financeira. 

Assim como outros indicativos financeiros, essa métrica conta com limitações. Ela deve ser usada, tão somente, como um dado complementar de uma análise mais abrangente, que considere outras variáveis e fórmulas.

Entre as principais limitações que você deve considerar estão:

• Falta de um valor padrão: como dito, empresas de segmentos distintos costumam atuar com margens e expectativas diferentes. Não há, portanto, como se valer da margem operacional para comparar companhias que não atuem no mesmo setor. É impossível, assim, definir uma ideia de valor padrão;
• Comportamentos atípicos da margem: nem sempre a margem operacional acaba se aliando à expectativa da companhia. Inconsistências, custos operacionais inesperados, e crises setoriais, por exemplo, podem causar a queda desse indicador. É preciso atenção para o investidor não ter sua decisão impactada por um comportamento atípico da margem;
• A margem não considera o setor financeiro: às vezes, uma margem operacional positiva não garante, sozinha, que a companhia terá um bom resultado. Uma empresa endividada pode apresentar bons lucros e margem operacional, mas mesmo assim, ter prejuízos devido ao desempenho financeiro.   

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Noto que, apesar de seu cálculo ser bastante simples, só a margem operacional sozinha não representa um indicador econômico de peso – é preciso que esta seja analisada junto a outros fatores também.

Assim é o mercado financeiro: complexo e extremamente interligado. Contudo, não há nada com o que se preocupar. Afinal, aqui na Top, nossa missão é te transformar em um profissional atualizado e fora da curva a partir de um método de estudos exclusivo e que te faz aprender de verdade. Curtiu? Então, vem dar uma olhada em nosso perfil no Instagram e no canal da TopInvest no YouTube.