O mercado financeiro é daqueles termos tão amplos que chega a soar abstrato demais para ser compreendido? De fato, esse setor é bastante complexo e sua estrutura é ampla – afinal, é parte do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e não se limita somente ao âmbito dos investimentos, já que abrange até aqueles produtos bancários que utilizamos o tempo todo, como contas correntes e cartões de crédito.
Nos termos mais simples possíveis, este mercado é composto principalmente pela compra e venda de ativos. Ao mesmo tempo, desdobra-se em inúmeras aplicações, a fim de cumprir o seu papel mais importante, que é o de conectar pessoas comuns, assim como você e eu, às instituições financeiras tomadoras de recursos.
Dizer que compreender esse esquema é fundamental para a sua carreira não seria nenhuma novidade, certo? Então, vamos pular logo para a parte boa: neste artigo, você vai entender o que é o mercado financeiro, como ele funciona, quais tipos existem e como iniciar uma carreira neste setor. Vamos lá?
O que é o mercado financeiro?
O mercado financeiro é o ambiente no qual se negociam valores mobiliários. Ou seja, onde se compram e vendem títulos de renda fixa, ações, fundos de investimento e até mesmo papéis de mercadorias como as do mercado agrícola, por exemplo.
Essas operações requerem a presença de duas partes fundamentais: quem empresta recursos e quem toma a quantia emprestada. Nessa dinâmica, o dinheiro movimentado é devolvido com a incidência de juros.
Essa configuração nos leva a outra parte importante para a definição do mercado financeiro – as instituições intermediadoras. Como a relação entre quem toma ou cede recursos não é direta, são necessárias plataformas e empresas que supervisionem todas as aplicações, garantindo a segurança de todas as partes envolvidas.
Qual é a função do mercado financeiro?
Primordialmente, seu objetivo é conectar compradores e vendedores de ativos e providenciar um ambiente seguro para que suas transações sejam realizadas com o mínimo de interferência externa.
Por meio de leis, boas práticas, regras e mecanismos de segurança, o mercado financeiro permite, então, que credores e captadores transfiram títulos, consigam recursos e capital e comercializem moedas de maneira facilitada.
Ao conectar todos esses agentes econômicos (indivíduos, famílias, empresas e instituições financeiras), o mercado cumpre, consequentemente, outras funções também – veja só:
- Estímulo à economia de recursos: um investidor pode aplicar seus recursos em instituições diversas, que irão lhe oferecer ativos distintos, com vários graus de liquidez. Ademais, o dinheiro sempre retorna ao seu proprietário acrescido de juros, o que serve de fomento à criação de poupanças;
- Facilitação de transações: um exemplo bastante comum de como isso acontece são as poupanças em bancos. Ao deixar o seu dinheiro em uma, o banco pode utilizá-lo para ceder recursos a tomadores de empréstimos – razão pela qual o valor aplicado resulta em rendimentos, apesar de esta não ser a opção mais rentável do mercado;
- Garantir liquidez ao mercado: a liquidez imediata geralmente origina-se de depósitos em contas correntes ou à vista. Assim, por meio desses instrumentos, temos uma enorme parcela dos pagamentos realizados todos os dias por agentes econômicos.
Como funciona o mercado financeiro?
Ao aproximar quem quer investir e quem precisa de recursos, pode-se dizer que o mercado financeiro movimenta o fluxo econômico. Assim, seu funcionamento se dá principalmente por meio das instituições que fazem o intermédio nessa relação e que realizam as aplicações solicitadas.
Funciona assim: imagine um investidor que tenha aplicado determinada quantia em um título do Tesouro Direto. Nesse caso, esse montante está sendo “emprestado” ao Governo, que o devolverá acrescido de juros. Dessa forma, o Governo utilizou esse recurso em seus projetos e o investidor conseguiu aumentar seu patrimônio.
Essa mesma operação pode ser intermediada por instituições distintas, desde o próprio site do Tesouro até corretoras e bancos que ofertam esse serviço. Assim, se garante, de forma simplificada, que a quantia aplicada seja enviada à instituição que captou os recursos e que o investidor possa resgatar o seu dinheiro com os rendimentos previstos – desde que o faça no final do prazo combinado entre ambas as partes.
Por lidar com o patrimônio alheio – que, na maioria das vezes, envolve quantias altíssimas de dinheiro – é natural que haja órgãos cuja função é assegurar o cumprimento das leis vigentes. Vamos conhecê-los?
Quais as instituições do mercado financeiro?
Para estabelecer normas e boas práticas aos integrantes do mercado financeiro, há duas instituições principais: o Banco Central (Bacen) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). De formas distintas, ambas fiscalizam bancos, gestoras, corretoras e fintechs para se certificar que nenhuma atuação esteja fora daquilo que é previsto pela lei.
Assim, prevenir lavagem de dinheiro, regulamentar aplicação de taxas e autorizar instituições a operar são algumas das atribuições de ambas.
Banco Central (Bacen)
O Banco Central (Bacen) está ligado ao Ministério da Economia e é uma autarquia federal autônoma. Isso significa que, apesar de a entidade não estar subordinada a nenhum outro órgão, ainda é supervisionada pelo Governo Federal.
Em outras palavras, pode-se definir o Bacen como uma autoridade monetária nacional – o “banco dos bancos”, como é popularmente chamado.
Em relação às outras empresas do mercado financeiro, o Banco Central tem pleno controle sobre quais podem operar em solo brasileiro. Assim, o grande banco fiscaliza não somente suas atividades, mas também a relação dessas instituições com a população – uma forma de evitar a práticas abusivas, por exemplo. Dessa forma, garante o cumprimento de leis e o bom funcionamento do setor.
A inflação do país também está sob a autoridade do Bacen. Como a entidade tem o poder de afetar a quantidade de moeda em circulação no Brasil, através de sua emissão ou retirada, consequentemente suas ações incidem sobre a SELIC, taxa básica de juros da nossa economia. Essa atuação se dá por meio do Comitê de Política Monetária (Copom), no qual o presidente e os diretores do banco agem em conjunto a outros departamentos ligados ao sistema econômico.
Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também é uma autarquia e existe para fiscalizar, normatizar e disciplinar o mercado de valores mobiliários no Brasil. Ainda, protege os investidores e lhes garante a acessibilidade de informações confiáveis sobre o setor.
Aqui, sua função se assemelha, de certa forma, à do Bacen, já que a CVM também supervisiona os participantes do mercado financeiro (empresas, profissionais e até investidores) para prevenir manipulações e fraudes. Portanto, fundos de investimentos, Bolsa de Valores, corretoras e sociedades anônimas de capital aberto estão subordinadas a este órgão.
Para isso, a autarquia se encarrega de aplicar leis e regras sobre valores mobiliários, supervisionar a atuação de profissionais de investimento, monitorar ações negociadas no âmbito corporativo e garantir que todas as empresas de capital aberto divulguem seus relatórios de forma regular e transparente.
É por estarem subordinados à CVM que muitos profissionais precisam de registro junto à instituição para poder trabalhar, ou que tanto se recomenda que investidores nunca apliquem seus recursos em empresas que não foram autorizadas pela entidade a operar.
Quais são os principais mercados?
Pela sua dimensão, é natural deduzir que o setor financeiro precise se dividir em outros mercados: de capitais, de câmbio, de crédito e monetário. Essa organização se deu ao longo do tempo, conforme novos ativos, operações e demandas foram surgindo no país.
Ao diferenciá-los, fica mais fácil de entender seu funcionamento e analisar seus riscos. Contudo, é preciso ter em mente que todos os quatro estão interligados – as taxas do mercado monetário, por exemplo, afetam todos os demais. Para começar a compreendê-los, primeiro vejamos um resumo sobre cada um dos tipos:
- Mercado de capitais: sistema de captação de recursos por empresas que disponibilizam títulos para serem comprados por investidores;
- Mercado de câmbio: ambiente no qual se negociam moedas de todas as nações, tendo o dólar como principal;
- Mercado de crédito: sistema no qual pessoas físicas e jurídicas podem obter empréstimos e financiamentos;
- Mercado monetário: vertente que negocia títulos públicos a curto e curtíssimo prazo.
Agora que você já conhece o básico de cada um, vamos nos aprofundar um pouco mais sobre seu funcionamento. Vem comigo!
Mercado de capitais
O mercado de capitais já foi um termo utilizado para se referir apenas ao mercado de ações, porém, como a gama de instrumentos financeiros disponíveis hoje aumentou, esse segmento também inclui debêntures, notas promissórias e recebíveis.
Do ponto de vista das empresas, esse mercado é uma excelente maneira de captar recursos para, posteriormente, investi-los em expansões e projetos. Ao olharmos para o todo, podemos interpretar essa característica como um bem-vindo estímulo ao desenvolvimento do país.
Já sob o olhar do investidor, esse tipo de ativo oferece rendimentos mais atrativos do que aqueles de renda fixa. Contudo, os riscos assumidos também aumentam, uma vez que inúmeros fatores externos podem levar essas pessoas ao prejuízo – como quando uma empresa perde seu valor de mercado, por exemplo, causando uma queda no preço de seus ativos.
O mercado de capitais ainda divide-se em primário e secundário. Em resumo, suas diferenças são:
- Mercado primário: quando o título de uma empresa é lançado pela primeira vez. Os investidores podem, então, adquirir essas cotas diretamente com a organização de capital aberto e os recursos captados já podem ser utilizados pelas tomadoras;
- Mercado secundário: aqui, os acionistas que compraram esses títulos no mercado primário podem negociá-los com outros investidores. O objetivo principal desse esquema é a lucratividade dos compradores, já que nenhum recurso extra é repassado à empresa.
As negociações do mercado de capitais ainda podem acontecer em dois outros “submercados”, digamos assim. São eles:
- Bolsa de Valores: é o ambiente no qual se negociam ações, commodities e outros ativos. É nela que o dono de uma ação da Petrobrás, por exemplo, pode vendê-la para outro investidor. No Brasil, a Bolsa de Valores é abrangida pela B3 (Brasil, Bolsa e Balcão) – instituição que também se encarrega de manter a segurança da transação para ambas as partes envolvidas;
- Mercado de Balcão: é onde realizam-se as operações que não estão registradas na Bolsa de Valores. As negociações são, portanto, realizadas de forma online por meio do sistema da B3.
Mercado de câmbio
Como você já sabe, é onde se negociam moedas estrangeiras. Por isso, todos os agentes econômicos que realizam transações no exterior fazem parte desse mercado. Nesse contexto, temos ainda a taxa de câmbio, que é o preço que se paga para comprar outra moeda.
O mercado de câmbio também desdobra-se em primário e secundário. Nesse caso, as diferenças entre um e outro são:
- Primário: ambiente no qual ocorrem entradas e saídas de moedas estrangeiras no Brasil. Nessa dinâmica, podemos ter empresas que exportam ou importam produtos, ou até mesmo turistas que estão viajando para fora do país e precisam trocar seus reais;
- Secundário: também chamado de interbancário, é onde os bancos compram e vendem moedas estrangeiras entre si. Corretoras, agências de turismo e até hotéis estão autorizadas a participar desse mercado.
É verdade que a taxa de câmbio é flutuante. Mesmo assim, aqui temos outra vez a presença do Banco Central, que é responsável por fiscalizar esse mercado. Logo, a entidade pode agir para influenciar a taxa sempre que julgar necessário – como para controlar o volume de reservas internacionais, por exemplo.
Mercado de crédito
No mercado de crédito, indivíduos, famílias ou empresas podem recorrer às instituições financeiras para tomar recursos emprestados. As finalidades variam conforme o caso – desde projetos de expansão até o financiamento de imóveis – e quem toma o empréstimo precisa devolvê-lo futuramente com o acréscimo de juros.
Esse tipo de operação pode ser de curto ou médio prazo e uma de suas principais características é que as empresas que emprestam o dinheiro assumem o risco de crédito. Este, por sua vez, indica a possibilidade de alguém não honrar com o seu compromisso de devolver os recursos que tomou.
Para você ter ideia da importância desta vertente para o mercado financeiro, saiba que, se em um cenário fictício esses instrumentos não existissem, então a economia sofreria um grande baque. Afinal, haveria uma diminuição drástica na quantidade de dinheiro em circulação.
Mercado monetário
Apenas instituições financeiras realizam operações no mercado monetário. Essas transações, inclusive, têm um prazo de 24h. Ou seja, são aquelas que ocorrem todos os dias entre os bancos, por exemplo, para que estes sempre terminem o dia com o caixa positivo – uma obrigatoriedade do mercado.
É desta dinâmica, aliás, que nasce a taxa CDI. Seu valor é bastante similar ao da taxa Selic e ela basicamente se refere aos juros praticados durante esses empréstimos interbancários.
O mercado monetário também é utilizado pelo Banco Central para controlar a liquidez econômica no país. Dessa forma, quando a quantidade de moeda em circulação é maior do que o ideal, a entidade executa a retirada de recursos do mercado – tornando-o, por consequência, menos líquido.
O cenário oposto também acontece. Ou seja, se o volume de moeda estiver, na verdade, baixo demais, então o Bacen pode injetar dinheiro a fim de restaurar a sua liquidez.
Outros mercados financeiros
Apesar de estes quatro mercados que você acabou de conhecer serem os principais pilares do mercado financeiro, ainda temos outros dois bem importantes para o seu funcionamento e que merecem destaque. São eles o derivativo e o de obrigações.
Mercado derivativo
Como o seu próprio nome indica, este mercado é composto por aplicações que derivam de outros ativos. Em outras palavras, temos operações que baseiam-se nas expectativas sobre um valor futuro, aplicado sobre determinado instrumento.
As negociações dentro desse mercado ocorrem de três formas: a termo, futuro e opções. Olha só:
- Mercado a termo: quando ambas as partes de uma transação se comprometem a comprar e vender um ativo real (ou seja, uma mercadoria) em quantidade e qualidade determinadas. Grãos e minérios são exemplos comuns de ativos negociados nesse caso;
- Mercado futuro: é onde se negociam ativos para uma data futura. Ou seja, em vez de comprar ou vender o ativo em si, a transação envolve, na verdade, um contrato que obriga seu titular a finalizar o negócio futuramente;
- Mercado de opções: instrumentos que dão ao seu titular o direito de comprar ou vender um ativo por um valor pré-determinado em uma data específica. A principal diferença entre este e o mercado futuro é que, aqui, o dono do contrato não tem nenhuma obrigação, apenas um direito.
Mercado de obrigações
Os ativos aqui negociados são de dívida ou de crédito, oriundos de empresas ou do Tesouro Direto. Dessa forma, as transações existem para que estas organizações possam reunir capital de giro.
Este ambiente também é chamado de “mercado de dívida” e suas operações podem incluir financiamentos, empréstimos e arrendamento.
Quais os principais tipos de investimentos no mercado financeiro?
Está se sentindo mais familiar sobre este mercado e seus diferentes ambientes? Então, agora vamos voltar a atenção aos objetos de todas essas negociações: os famigerados ativos financeiros.
Ativos financeiros não são, em geral, bens tangíveis. Ou seja, são títulos, ações e depósitos e não possuem nenhuma representação física. Ademais, ainda apresentam mais liquidez do que os tangíveis – como um apartamento, por exemplo. Em outras palavras, podem ser convertidos em dinheiro com mais facilidade.
Em resumo, esses ativos servem como conectores para aquela relação que você já conhece, estabelecida entre quem poupa e quem precisa de recursos. Vamos recapitular? Qualquer organização que busque fundos para um projeto ou para expansão pode lançar títulos no mercado, que serão comprados por aqueles que querem ver seu dinheiro render enquanto poupam.
Ao trabalhar no mercado financeiro, independente da função que exerça, esses ativos estarão presentes o tempo todo em sua rotina. Vem comigo conhecer a fundo os principais, que dividem-se em duas categorias: renda fixa e renda variável.
Investimentos em renda fixa
Para investidores de perfil conservador, aqueles cuja tolerância ao risco é menor, temos os investimentos em renda fixa. Em resumo, são títulos sobre os quais é possível saber o prazo e o valor do montante a ser resgatado no momento da aplicação.
Nessa modalidade, ao resgatar o dinheiro fora do prazo combinado, é possível que haja um prejuízo – que chamamos de risco de liquidez. O lucro que se tem ao optar por estes ativos varia de acordo com as opções escolhidas.
Aqui, os investimentos em renda fixa mais populares são:
Caderneta de poupança
Sem dúvidas a caderneta de poupança foi, por muitos anos, a primeira opção do brasileiro quando o assunto era guardar dinheiro. Afinal, a aplicação é segura e os bancos sempre ofereceram essa facilidade no momento de abertura de conta corrente de um cliente, concentrando economia e demais serviços (cartões e recebimento de salários, por exemplo) no mesmo lugar.
Até o momento em que esse artigo foi escrito, no primeiro semestre de 2023, o rendimento da poupança é de 6,17% ao ano + Taxa Referencial (TR). Quando a Taxa Selic está acima de 8,15% ao ano, a caderneta rende 0,5% ao mês + TR. Já se a Taxa estiver abaixo ou nessa mesma porcentagem, então o rendimento será de 70% da Selic + TR.
O resgate pode ser feito a qualquer momento e, por mais que isso possa até parecer atrativo à primeira vista, aqui há uma armadilha: se a retirada acontecer antes da “data de aniversário” das aplicações, o lucro do mês todo será perdido. Em outras palavras, o dinheiro permaneceu parado em vão.
É por essa razão, inclusive, que o mais aconselhável aqui é que cada montante seja aplicado na poupança sempre na mesma data (a de aniversário), e que os resgates também aconteçam nesse dia.
De qualquer forma, a poupança está longe de ser a melhor opção de ativo disponível no mercado financeiro. Ao comparar seu rendimento e condições com outros títulos, percebemos que a caderneta definitivamente não é a opção mais rentável existente e que outras modalidades podem ser tão seguras (e mais lucrativas) do que ela.
Tesouro Direto
Tal qual empresas comuns, digamos assim, o Governo também precisa captar fundos para seus projetos e para ter fluxo de caixa a ser utilizado em dívidas públicas. Assim, há o Tesouro Direto, que é basicamente um programa do Tesouro Nacional e da B3, no qual títulos públicos são vendidos para pessoas físicas.
Por ser um investimento de baixíssimo risco, costuma ser a alternativa em renda fixa mais recomendável para investidores de perfil conservador que desejam migrar da caderneta de poupança para aplicações mais rentáveis. Isso porque o Tesouro conta com títulos de diferentes rentabilidades, prazos de resgate e modo de remuneração.
As aplicações têm valor mínimo de R$30 e os títulos mais populares são:
- Tesouro RendA+: modalidade recente do Tesouro Direto, foi desenvolvida como uma alternativa à aposentadoria. Nesse caso, o investimento pode ser resgatado em 240 parcelas – para que o investidor receba um valor mensal durante 20 anos. A aplicação protege o patrimônio contra as variações da inflação. Ou seja, os rendimentos são corrigidos na hora do resgate para que o poder de compra não seja perdido;
- Prefixados: os títulos pertencentes a esta modalidade têm rentabilidade mensal fixa. Dessa forma, o investidor sabe exatamente quanto deverá receber ao final do prazo escolhido para resgate. Esta é uma característica bastante atrativa para quem aplica o dinheiro. No entanto, futuramente será importante lembrar seus clientes de que o montante final não acompanha a inflação. Por consequência, o poder de compra pode ser afetado;
- Tesouro Selic: este é um título pós-fixado. Em outras palavras, protege o poder de compra do investidor no futuro. O rendimento da aplicação está atrelado à Taxa Selic e, dentre todas as opções do Tesouro Direto, é a que oferece maior liquidez – tornando-a ideal para objetivos de curto prazo;
- Tesouro IPCA: nesse caso, o rendimento do título está atrelado à inflação, por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Na prática, além dos lucros iguais à variação, há ainda uma taxa de juros prefixada. É uma modalidade bastante vantajosa para objetivos de longo prazo.
Previdência privada
Esta é uma excelente opção para quem deseja garantir uma aposentadoria mais confortável. Assim, a previdência privada não está vinculada ao INSS, mas sim à Superintendência de Seguros Privados (Susep).
A modalidade é oferecida pelo Governo, ideal para investimentos de longo prazo. A sua mecânica consiste simplesmente no aporte periódico – geralmente mensal – de uma determinada quantia, durante cerca de 20 a 30 anos, que pode futuramente ser resgatada em quantas parcelas for mais conveniente ao seu titular.
Investir na previdência privada não tem restrição de idade mínima – qualquer um pode começar a planejar o seu futuro assim que o preferir. Além disso, esta modalidade divide-se de duas formas:
- Previdência aberta: são planos de previdência privada oferecidos por instituições financeiras para qualquer um que tenha interesse em começá-los. A supervisão do investimento fica a cargo da Susep;
- Previdência fechada: aqui, os planos existem apenas para públicos específicos, como funcionários e associados de determinada empresa. Esse tipo de título também é conhecido como “fundo de pensão” e é supervisionado pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).
Investimentos em renda variável
A principal característica de um ativo de renda variável é a sua imprevisibilidade. Ou seja, no momento da aplicação é impossível saber qual será o retorno exato – e até mesmo se sequer haverá algum. A performance do investimento, nesse caso, dependerá de fatores externos e oscilações do mercado.
Apesar de a renda variável apresentar riscos maiores, também traz lucros mais atrativos. Seus títulos são recomendados para perfis de investidores moderados, arrojados e agressivos. Em outras palavras, pessoas com mais experiência e conhecimento no mercado de investimentos ou que estejam dispostas a arriscar mais em prol de uma rentabilidade maior.
Partiu conhecer as opções mais populares?
Ações
Eis aqui a modalidade mais popular no âmbito da renda variável! Ações são pequenas parcelas do capital que uma empresa disponibiliza na Bolsa de Valores a fim de captar recursos. Dessa forma, um investidor pode comprá-las e lucrar com sua valorização. Ou seja, se o preço desses papéis subirem, seu titular pode vendê-los. Do contrário, se o preço baixar, então pode haver prejuízo.
Outra forma de obter rendimentos por meio de ações é com a distribuição de dividendos – parte dos lucros de uma empresa, destinada aos acionistas. Por lei, o pagamento de proventos deve ser composto por, no mínimo, 25% dos ganhos da organização.
Apesar de a lei da oferta e demanda ser bem importante para ditar quais serão os custos de uma ação – se estes irão subir ou descer, ainda temos outros fatores que causam essas oscilações, tais como:
- Desempenho e consolidação de determinada empresa em seu nicho;
- Condições do panorama geral da economia do país;
- Oscilações da Taxa Selic;
- Decisões políticas de grande impacto;
- Variação do dólar, quando pertinente à ação específica;
- Notícias relevantes para o setor.
Fundos de investimento
Aqui, temos investimentos coletivos, onde os recursos de cada cotista (investidor) são reunidos e administrados por um gestor de fundos, que distribuirá o patrimônio total em ativos diversos, dependendo do que foi especificado em contrato. Esse gestor trabalhará, então, para que essas aplicações performem da melhor forma possível, recalculando rota e adaptando a estratégia sempre que necessário.
Muitos fundos de investimento são voltados para aplicações em renda variável. Olha só:
- Fundos de ações: carteiras que obrigatoriamente devem ter, no mínimo, dois terços de seu patrimônio aplicados em ações;
- Fundos multimercados: estes consistem na aplicação simultânea de recursos em modalidades diversas, como renda fixa, variável e moedas;
- Fundos imobiliários: o patrimônio do fundo é aplicado na construção ou aquisição de imóveis que posteriormente serão alugados ou arrendados;
- Fundos cambiais: as aplicações devem estar concentradas em pelo menos 80% de ativos relacionados a moedas estrangeiras.
Câmbio
A operação com moedas internacionais é geralmente recomendada para quem deseja diversificar a carteira e se proteger das oscilações econômicas brasileiras. Aqui, o principal risco consiste na flutuação do preço dessas moedas e do cupom cambial, que é a taxa de juros em dólares.
Uma forma bem comum de investir em câmbio, além dos fundos cambiais que você já conhece, é por meio dos contratos futuros de dólar. Eles estão disponíveis na B3 e, em resumo, consistem em acordos de compra ou venda desta moeda em determinada data, sob um preço específico.
Contratos futuros
Os contratos futuros funcionam da mesma forma que os contratos do dólar. Aqui, contudo, se negociam ativos – também com datas e preços especificados.
Outra peculiaridade bastante característica dos futuros são os ajustes diários. Na prática, todos os dias a Bolsa deve apurar os ganhos e perdas de cada posição, seja ela comprada ou vendida. Por consequência, os titulares do contrato que tiveram perdas em um dia precisarão fazer um depósito para compensá-la. O cenário oposto, aliás, também pode acontecer.
No Brasil, esse mercado é composto principalmente por contratos de commodities. Assim, negociam-se milho, soja, café e boi gordo, por exemplo.
O que estudar para entender o mercado financeiro?
Se você chegou até aqui, pode ter certeza de que já construiu uma base sólida de conhecimento sobre o mercado financeiro. Afinal, compreendeu seus principais mercados e investimentos e como essa estrutura toda funciona – requisitos básicos para quem deseja construir uma carreira nesse nicho.
Vamos recapitular tudo aquilo que você precisa aprender independente da função específica que almeja exercer?
- Taxa de juros;
- Sistema Financeiro Nacional (SFN);
- Bolsa de Valores;
- Renda fixa;
- Renda variável;
- Sistema econômico;
- Riscos financeiros;
- Legislação e ética;
- Matemática financeira.
Além destas áreas técnicas, também é recomendado que você busque aprender inglês, especialmente a parte do idioma voltada para o mercado financeiro, bem como Excel e calculadora financeira. Técnicas de venda e de comunicação também serão bem importantes na sua jornada e valem a pena o esforço para desenvolvê-las!
Acompanhar as notícias do mercado financeiro
Notou como são inúmeros os fatores que podem movimentar o mercado financeiro? Em resumo, é um setor que requer estudos e observações contínuas.
Ao se manter atualizado, algumas boas práticas são fundamentais para garantir que suas fontes de conhecimento e informações sejam sempre confiáveis:
- Prefira veículos de comunicação sólidos e, na dúvida, cheque os fatos diretamente na fonte oficial (um boato sobre a Anbima, por exemplo, pode ser facilmente posto à prova ao acessar o site da instituição);
- Tome cuidado com influenciadores. Ao mesmo tempo em que há muitos profissionais sérios compartilhando conteúdo relevante nas redes sociais, há quem não o seja. Antes de beber desse tipo de fonte, cheque sempre as qualificações destas pessoas;
- Duvide de notícias enviadas por aplicativos de mensagem, como o WhatsApp. Muitas vezes os links são de procedência duvidosa e seus conteúdos são errôneos ou inconsistentes.
Fazer cursos sobre mercado financeiro
Requisitos para entrar no mercado financeiro, os cursos de graduação e especialização são fundamentais para que você possa conseguir até mesmo as suas primeiras oportunidades na área.
No que tange aos diplomas, os mais populares são:
- Administração;
- Economia;
- Ciências Contábeis.
Ainda, algumas especializações com certeza serão necessárias quando você estiver buscando por uma promoção ou pela chance de finalmente conseguir atuar naquele cargo específico que sempre desejou. Algumas opções de pós-graduação e MBA são:
- Investimentos;
- Banking;
- Performance financeira;
- Economia aplicada à empresas;
- Gestão de recursos;
- Mercado de capitais;
- Ciência de dados para o mercado financeiro.
Lembra das demais habilidades que comentei, como técnica de vendas e inglês para mercado financeiro? Para isso, é extremamente importante que você também invista tempo e recursos em cursos de desenvolvimento profissional.
Como trabalhar no mercado financeiro?
Enquanto você ainda estiver na faculdade, pode buscar suas primeiras oportunidades no mercado financeiro por meio de ofertas de estágio ou trainee nas instituições financeiras – como bancos, por exemplo. Esse tipo de programa geralmente é voltado para pessoas que estão estudando, ou que recém finalizaram seus cursos.
Além da possibilidade de ser futuramente efetivado, outras grandes vantagens de experiências assim são a possibilidade de começar a construir sua rede de networking e aprender na prática muitas tarefas que serão indispensáveis ao longo de toda a sua carreira.
Outra forma de entrar no mercado financeiro e encontrar vagas é através do LinkedIn. Manter seu perfil atualizado é imprescindível para encontrar potenciais boas conexões e aplicar para posições em instituições financeiras. Com o mercado de trabalho cada vez mais tecnológico, utilizar essa plataforma ao seu favor certamente facilitará a sua jornada.
Seja qual for o caminho que tomar, há uma obrigatoriedade que certamente vai fazer toda a diferença ao se candidatar para uma vaga: as certificações financeiras.
As certificações são obrigatórias para trabalhar no mercado financeiro?
Diferentes funções podem exigir diferentes certificações financeiras. Assim, enquanto algumas são obrigatórias por lei, outras são facultativas. Contudo, na prática, o que acontece é que estes selos serão requisitados em praticamente todas as oportunidades disponíveis no mercado, inclusive promoções.
As certificações existem para capacitar profissionais a atuar em determinados nichos, bem como para nivelar o setor – designando salários e hierarquizando funções. Logo, é comum que pelo menos as mais básicas sejam uma exigência inicial. A CPA-10, por exemplo, é um requisito mínimo para trabalhar em banco, mesmo que nenhuma lei tenha feito essa imposição. Em um processo seletivo, um candidato que não a possua não terá grandes chances de conseguir o cargo.
A minha principal recomendação aqui é que você busque suas primeiras certificações ainda enquanto estiver estudando, e que jamais se contente com uma só. Essa decisão implicaria em estagnar a sua carreira e ficar para trás em comparação com a concorrência – e eu tenho certeza que isso não está nos seus planos.
A TopInvest te ajuda a entrar no mercado financeiro
É isso mesmo que você acabou de ler: por aqui, mais do que construir uma base sólida de conhecimento por meio de artigos como este, sobre o mercado financeiro, nós te ajudamos a dar seus primeiros passos na área e até a conseguir aquela sonhada promoção.
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Comentários
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Eu amei todo o conteúdo, e agora, mais do que nunca, sei qual o curso devo fazer. Feliz e grata por tudo. Muito obrigada! 🙏🏻