Em 2024, a Anbima trouxe uma grande novidade para o mercado: o surgimento das certificações CPA, C-Pro I e C-Pro R.
Com isso, temos uma despedida das conhecidíssimas CPA-10, CPA-20 e CEA, e também o início de um novo momento na estrutura da formação oferecida pela entidade, que vem para adaptar os certificados à realidade do mercado financeiro atual.
Se você tem alguma das certificações antigas no currículo ou pretende prestar os exames da Anbima em um futuro próximo, tenho certeza que esta notícia vem acompanhada de muito nervosismo e incerteza. Mas não precisa se preocupar: preparei este artigo justamente para compilar todas as mudanças das novas certificações Anbima e tudo o que você precisa saber para planejar o próximo passo na sua carreira.
Vem comigo na leitura que hoje você vai ter uma resposta para todas essas perguntas:
- As CPAs vão deixar de existir?
- Por que a CPA-10, CPA-20 e CEA irão mudar?
- Quais as novas certificações ANBIMA?
- Qual a ordem das novas certificações ANBIMA?
- Quem tem CPA-10, CPA-20 e CEA, vira qual certificação?
- Qual o período de transição das atuais para as novas certificações?
- O que muda nas novas avaliações ANBIMA?
- Quando vão mudar as certificações?
- Quando será divulgado o conteúdo das provas das novas certificações?
Curtiu? No final, ainda reservei uma dica especial para você que já pretende sair daqui hoje e começar a se preparar para o futuro. Bora?
As CPAs vão deixar de existir?
Sim! A CPA-10, CPA-20 e a CEA não vão mais existir, dando lugar à CPA, à C-Pro I e à C-Pro R. Afinal, as novas certificações foram desenhadas para acompanhar mudanças nas dinâmicas do mercado e dos profissionais e, por isso, as antigas não têm nenhuma equivalência com os modelos que vão substituí-las.
Quem já tem algum certificado da Anbima, porém, não precisa se preocupar: será possível migrar de forma gratuita para os novos selos. Para isso, basta que realizem
o curso de atualização disponível na plataforma ANBIMA Edu.
Além disso, a necessidade de migrar de certificação não vai impedir que os profissionais sigam exercendo suas funções, nem vai resultar em penalidades para as instituições que tiverem colaboradores em situação de transição em 2026.
Por que a CPA-10, CPA-20 e CEA irão mudar?
O processo de migração da CPA-10, CPA-20 e CEA para os novos modelos Anbima começou a partir da necessidade de oferecer uma formação que acompanhe as demandas de um mercado financeiro em constante distribuição, e de alinhar as práticas do setor aos padrões internacionais.
Desse modo, a nova proposta é que essas certificações sejam baseadas nas atividades dos profissionais, e não nas instituições, em cargos ou segmentos de clientes, como vinha acontecendo até então.
Outro motivo para a mudança vem da demanda dos exames em si por aperfeiçoamento. Até então, o foco das provas estava nos conhecimentos técnicos dos candidatos. Agora, porém, também serão avaliadas habilidades comportamentais e a capacidade de aplicar a teoria em casos práticos.
A título de informação, todas essas mudanças e propostas são resultado de um amplo estudo feito em parceria com a Deloitte, elaborado a partir de pesquisas e entrevistas com o mercado. Nele, foram traçados perfis, detalhes sobre a atuação dos profissionais, e também as competências técnicas e comportamentais necessárias para o exercício dessas atividades.
Quais as novas certificações Anbima?
As novas certificações da Anbima se chamam CPA, C-Pro R e C-Pro I e, além das nomenclaturas distintas, também não têm equivalência com a CPA-10, a CPA-20 e a CEA.
Vem comigo entender qual é o papel de cada uma no mercado financeiro e como elas podem se enquadrar nos seus planos de carreira.
CPA (Certificado Profissional Anbima)
Para quem deseja começar a carreira na área de distribuição de produtos de investimento, a CPA é o ponto de partida — especialmente porque ela é obrigatória para obter as outras duas.
Afinal, exige uma compreensão básica sobre os investimentos disponíveis no mercado, bem como sobre outros produtos financeiros. Ainda, é um selo conveniente para quem almeja atuar em cargos comerciais — prospecção de clientes, atendimento e suporte, por exemplo.
Na prática, a CPA te torna apto a:
- Fornecer informações básicas sobre os produtos e serviços financeiros da instituição onde trabalha;
- Ser a porta de entrada para o sucesso financeiro dos clientes;
- Identificar e prospectar possíveis investidores;
- Analisar as necessidades dos clientes para orientá-los aos profissionais mais adequados em cada caso;
- Intermediar a relação entre clientes e especialistas em investimentos, prestando suporte a ambos;
- Atingir metas de vendas.
E mais: com a CPA em mãos, você estará apto a evoluir na carreira e conquistar também a C-Pro R e a C-Pro I.
C-Pro R (Certificado Profissional Anbima de Relacionamento)
Aqui, temos o exame focado nos profissionais com perfil comercial e conhecimento profundo sobre a relação entre os investimentos disponíveis e as necessidades dos investidores — ou seja, é um selo voltado para a adequabilidade, também chamada de suitability.
A C-Pro R vem com o objetivo de atestar que um profissional está apto a compreender de maneira profunda as demandas do público, realizar análises de perfil de investidor, gerir riscos e recomendar um portfólio detalhado ao cliente.
As funções exercidas no dia a dia de um profissional com C-Pro R incluem:
- Acompanhar o investidor em diferentes ciclos do cliente;
- Analisar os objetivos dos clientes;
- Gerenciar portfólios;
- Prestar informações claras e completas sobre investimentos e respectivos riscos;
- Buscar soluções para as necessidades dos clientes.
Atenção: para ter a C-Pro R no currículo, é obrigatório obter a CPA primeiro.
C-Pro I (Certificado Profissional Anbima de Investimento)
A C-Pro I, por sua vez, é voltada para profissionais com perfil técnico. Logo, a abordagem foi criada para atestar um entendimento sólido sobre as estruturas dos produtos de investimento, com a finalidade de elaborar carteiras recomendadas.
Quem tiver esse selo no currículo, inclusive, pode atuar de maneira complementar àqueles que possuem a CPA e a C-Pro R. Algumas das tarefas diárias incluem:
- Analisar o perfil de risco de cada cliente na hora de montar carteiras recomendadas;
- Zelar pela ética na proteção de dados;
- Prestar informações claras e analíticas sobre investimentos;
- Assessorar outros profissionais na jornada do cliente dentro da instituição;
- Entender de maneira profunda sobre a construção de portfólios.
Atenção: para obter essa certificação é obrigatório conquistar a CPA primeiro.
Qual a ordem das novas certificações Anbima?
A CPA é a primeira certificação que deve ser obtida na nova hierarquia da Anbima, já que ela é obrigatória para conquistar as outras duas. Quanto à C-Pro R e à C-Pro I, não há uma ordem específica, já que ambas estão voltadas para duas atuações distintas.
Quem tem CPA-10, CPA-20 e CEA, vira qual certificação?
Aqueles que já são certificados com algum selo da Anbima e precisam migrar para os novos modelos devem seguir uma linha específica de transição, que é a seguinte:
- Profissionais com CPA-10 podem obter a CPA;
- Profissionais com CPA-20 podem obter a CPA e a C-Pro R;
- Profissionais com CEA podem obter a CPA, a C-Pro R e a C-Pro I.
Lembre-se: embora a transição do modelo antigo para o novo seja gratuita, os profissionais ainda devem realizar um curso de atualização para estarem de acordo com com a hierarquia proposta pela Anbima.
Qual o período de transição das atuais para as novas certificações?
Em janeiro de 2026 inicia o período de transição para os profissionais que devem migrar da CPA-10, CPA-20 e CEA para os novos modelos da Anbima. Até dezembro do mesmo ano, o status daqueles que ainda não concluíram a atualização constará como “em transição”, já que os selos antigos deixarão de existir.
Atenção: o processo de transição só será concluído quando o profissional finalizar todas as microcertificações indicadas na plataforma ANBIMA Edu e ativar a atualização anual.
Lembrando que, durante essa fase de migração, os profissionais poderão seguir exercendo suas funções normalmente, assim como as instituições não serão penalizadas por contarem com colaboradores em status de transição.
O que muda nas novas avaliações Anbima?
As novas certificações da Anbima — CPA, C-Pro I e C-Pro R — vão trazer consigo novos formatos de prova também. Algumas das principais mudanças incluem:
- Foco em habilidades técnicas e comportamentais: alguns exemplos são técnicas de vendas, ética, viéses, liderança, comunicação, diversidade e autogestão;
- Questões contextualizadas e cases: um formato que vem para trazer simulações de situações reais aos exames;
- Feedback detalhado e plano de estudos personalizado: esses recursos serão concedidos independente do resultado obtido na prova, como uma forma de estimular a evolução do candidato;
- Uso de diversos formatos de questões: a mescla inclui questões dissertativas, interativas, estudos de caso e simulações;
- Matriz de avaliação estruturada: uma organização de todos os elementos avaliativos em um único documento, para otimizar a compreensão, a transparência da avaliação e a gestão do banco de questões.
Quando vão mudar as certificações?
Em dezembro de 2025 as certificações atuais da Anbima e o modelo de atualização em três ou cinco anos deixam de existir. Já em janeiro de 2026 inicia o processo de transição para as novas certificações Anbima, que finaliza em dezembro deste mesmo ano. Até lá, portanto, todos os profissionais com CPA-10, CPA-20 e CEA deverão ter migrado para os novos modelos.
O cronograma da mudança da Anbima fica, então, assim:
- 2025: disponibilização das microcertificações dos novos exames na plataforma ANBIMA Edu;
- Dezembro de 2025: fim das certificações CPA-10, CPA-20 e CEA, bem como do modelo atual de atualização, realizado em três ou cinco anos;
- Janeiro de 2026: início da vigência das novas certificações (CPA, C-Pro R e C-Pro I);
- Até o fim de 2026: término do período de transição para as novas certificações.
Quando será divulgado o conteúdo das provas das novas certificações?
A divulgação dos conteúdos da CPA, C-Pro I e C-Pro R, que estavam marcados para o começo de 2025, já começou. As novas estruturas estão organizadas em macro e microtemas, de forma a facilitar a preparação das pessoas candidatas aos exames.
Vem comigo conhecer os detalhes de cada programa.
CPA
Esse é o ponto de partida dos novos modelos. Seu conteúdo programático é o seguinte:
Estrutura e dinâmica do Sistema Financeiro Nacional:
- Política econômica;
- Operações no mercado financeiro;
- Regulação e infraestrutura de mercado.
Produtos do mercado financeiro:
- Produtos de investimento;
- Produtos de previdência complementar (PGBL e VGBL);
- Produtos de financiamento e serviços bancários.
Relacionamento com o cliente – prospecção, atendimento e suporte:
- Finanças pessoais;
- Orientações financeiras para o cliente;
- Classificação das pessoas investidoras;
- Seguro de vida e patrimonial;
- Regras e condutas aplicáveis para atuação profissional bem como no relacionamento com o cliente.
Inovação e desenvolvimento de mercado:
- ESG no mercado financeiro;
- Introdução aos investimentos ESG;
- Identificação dos Fundos de Investimento Sustentável (IS);
- Fundos que integram questões ESG;
- Finanças descentralizadas (DeFi);
- Open banking, open insurance e open investment;
- Inteligência Artificial (IA);
- Fintechs e meios de pagamento.
C-Pro I
Para essa certificação cujo foco está em perfis mais técnicos, o conteúdo programático é o seguinte:
Produtos de investimento:
- Fundos de Investimento;
- Resolução CVM 175;
- Clubes de investimento;
- Carteira administrada;
- Tributação;
- Código Anbima de administração;
- Gestão de recursos de terceiros;
- Instrumentos de renda fixa;
- Renda variável;
- Derivativos;
- Certificado de Operações Estruturadas (COE);
- Tributação de derivativos.
Investimentos alternativos, digitais e no exterior:
- Introdução aos investimentos alternativos;
- Private equity;
- Crédito privado;
- Tipos de FIDCs;
- Cotas;
- Carteiras;
- FIIs em cotas de Fundos de Investimento em direitos creditórios;
- Investimentos imobiliários;
- Fiagros;
- Commodities;
- Instrumentos de investimento no exterior;
- Criptoativos;
- Estruturação e comercialização de fundos de investimento alternativos.
Previdência complementar:
- Agentes de regulamentação da previdência complementar e legislação vigente;
- Principais características da previdência privada, VGBL, PGBL;
- Resoluções 463 e 464/24;
- Tábua atuarial ou biométrica;
- Excedente financeiro;
- Tipos de renda e benefícios;
- Regimes de tributação;
- Classificação Anbima (renda fixa, balanceado, multimercado, ação);
- Diferentes níveis de risco;
- Rentabilidade dos planos de previdência;
- Regras para composição dos fundos previdenciários;
- Desacumulação;
- Previdência complementar corporativa.
Gestão de risco, análise de carteiras e indicadores de performance:
- Risco, retorno e mercado;
- Seleção de carteiras;
- Modelo de Markowitz;
- Modelo de precificação de ativos;
- Alocação de ativos;
- Gestão de riscos em fundos de investimento;
- Carteiras administradas;
- Rebalanceamento de uma carteira de ativos;
- Otimização de investimentos nas diversas classes de ativos em função do perfil de investidor;
- Atualização da API;
- Administração e gerenciamento de risco.
C-Pro R
Como a C-Pro R é voltada para o relacionamento com os clientes, o conteúdo programático apresentado pela Anbima inclui:
Prospecção e relacionamento com a pessoa investidora:
- Psicologia e tomada de decisão;
- Aplicações práticas das finanças comportamentais;
- Características da pessoa investidora no Brasil;
- Prospecção e habilidades comerciais;
- Coleta de informações da pessoa investidora;
- Regras para o relacionamento com a pessoa investidora e distribuição de produtos de investimento.
Análise de informações do cliente:
- Capacidade de poupança da pessoa investidora;
- Liquidez;
- Endividamento;
- Análise do perfil do investidor.
Indicação de investimentos:
- Asset Allocation;
- Instrumentos de renda fixa;
- Instrumentos de renda variável;
- Certificado de Operações Estruturadas (COE);
- Instrumentos de investimento coletivo;
- Instrumentos de investimento no exterior;
- Produtos de previdência complementar;
- Criptoativos no contexto da pessoa investidora.
Análise de portfólio e monitoramento da carteira:
- Boas práticas de rebalanceamento da carteira;
- Planejamento de investimentos para eventos ou novos objetivos;
- Processo de transferência de custódia;
- Tributação e impacto no rebalanceamento de carteiras;
- Risco de ativos;
- Risco de uma carteira;
- Desvio-padrão da carteira e o benefício da diversificação;
- Relação entre risco, retorno e o princípio da dominância entre carteiras;
- Beta da carteira e sua interpretação;
- Risco absoluto e risco relativo;
- Conceitos sobre risco sistemático e risco não sistemático (diversificável);
- Medidas de performance: conceito dos indicadores e suas limitações.
Olha só: na página dos novos programas da Anbima, além de encontrar essa lista de conteúdos que vão ser cobrados na CPA, C-Pro I e C-Pro R, você ainda pode conferir com exatidão os subtópicos de cada item que vão aparecer nos exames, bem como as razões da entidade para incluir cada tema nos novos modelos.
Como se preparar para as novas certificações da Anbima?
A resposta é simples: com a TopInvest, é claro! Por aqui, nosso time de educação já está trabalhando para acompanhar as novidades da Anbima e preparar os melhores cursos preparatórios para te ajudar quando chegar a hora de migrar para os novos modelos de certificação da entidade. Enquanto isso, te convido a ficar de olho no Instagram da Top para não perder nenhuma atualização sobre o assunto e, de quebra, ainda começar a se atualizar sobre os temas que vão figurar nas provas da CPA, C-Pro I e C-Pro R. Te vejo por lá?
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