Essa aqui é uma das dúvidas que os alunos mais possuem, só que é um dos assuntos que eu mais gosto da CEA. Pois eu fui Planejador Financeiro por muito tempo, e as etapas do Planejamento Financeiro são essenciais SABER para exercer essa profissão.
A profissão de Planejador Financeiro
A profissão de Planejador Financeiro não é uma profissão regulada no Brasil. No entanto é uma profissão autoregulada pela Planejar em parceria com a Anbima.
Com isso, o profissional habilitado com CEA está apto a orientar seus clientes no processo de Planejamento Financeiro. Ou ainda, fazer a própria certificação para essa atuação, a CFP.
Mas, recapitulado sobre o profissional, partiremos ao que interessa:
Conhecendo as etapas do Planejamento Financeiro
É importante você ficar por dentro que a Planejar é a instituição que define as etapas, ou seja, o processo do Planejamento Financeiro, em apenas 5 passos.
Sendo eles:
- Definição do relacionamento entre planejador e cliente
- Obtenção de informações e objetivos do cliente
- Desenvolvimento e sugestão de alternativas do planejamento
- Execução das recomendações do planejamento
- Monitoramento e adequação das recomendações do planejamento
Aprofundando cada uma das etapas!
Definição do Relacionamento entre Planejador e Cliente
Óbvio que para que algo comece a ser planejado é essencial que haja a definição de um planejamento entre cliente e profissional.
Pense que se você vai ao médico, a um psicólogo ou outro profissional, você define como será o relacionamento que vocês seguirão como planos, pagamentos e afins.
E quando se trabalha como Planejador Financeiro é comum ouvir a pergunta: Como você trabalha?
Por ser uma profissão que não é regulamentada, só autorregulada, a primeira coisa que deve ser feito é definir como será prestado o serviço com o cliente. A partir de alguns requisitos:
- Explicar e documentar quais os serviços serão fornecidos
- Definir a responsabilidade do planejador e do cliente durante o trabalho
- Definir a forma de remuneração:
- Fee
- Comissão de produtos
- Híbrida
É muito importante ressaltar ainda que a responsabilidade não é somente do profissional, mas como também do cliente. Isso porque, o Planejador Financeiro pode se responsabilizar até determinado parte e outra é do cliente. Pois, muitas coisas devem ser executadas pelo próprio cliente.
Criando o escopo do trabalho
Além disso, há a criação de um documento que traz o escopo de trabalho, isto é, tudo nele se documenta como será todas as funcionalidades do serviço. E deve ser desenvolvido antes de que se inicie qualquer tipo de trabalho.
Devendo constar:
- Responsabilidades do cliente e do planejador
- Prazo estimado da prestação dos serviços
- Documentação e orientação para possíveis conflitos de interesse
Obtenção de Informações e Objetivos do Cliente
Combinado tudo com o cliente, agora é hora de coletar as informações essenciais do mesmo. Lembrando que, essa parte é um aprofundamento bem maior.
Para obter as informações, pode se optar por:
- Entrevista
- Questionário:
- Perguntas Abertas
- Perguntas Fechadas
Com essa etapa concluída é possível identificar a atuação patrimonial do cliente, conhecer os objetivos, avaliar as expectativas sobre eles e determinar o perfil de risco. Com isso, será possível avaliar quais são as melhores formas de orientar o cliente e compreender o que ele deseja, por exemplo:
- Comprar um imóvel
- Trocar de carro
- Preparar uma aposentadoria
- E até mesmo para situações mais críticas, como divórcio e doenças
Cuidar das necessidades e Desejos
Em diversos casos, não é possível verificar tudo, por isso cuidado com o que é prioridade entre:
- Necessidades: Devem ser atendidas obrigatoriamente. Como pagamento de financiamentos, planejamento de aposentadoria. Importante considerar curto, médio e longo prazo.
- Desejos: Não são obrigatórios. Imóvel de praia, carro de luxo, hospedagem em hotéis 5 estrelas.
Desenvolvimento e sugestão de alternativas do planejamento
Aqui é a melhor parte, pois vamos desenvolver e sugerir o que é melhor para o planejamento do cliente. Tudo mediante o que ele nos passou anteriormente, assegurando o adequado atendimento:
- Das premissas atuais que fundamentam as recomendações
- Dos riscos da estratégia
- Da obtenção ou não dos resultados e suas expectativas
É relevante informar e ressaltar que o Planejamento Financeiro precisará ser revisto e modificado periodicamente devido às mudanças de cenário do próprio cliente e econômico.
E se tudo foi desenvolvido de acordo com o esperado e o cliente está disposto a seguir as etapas do planejamento proposto, é possível passar para a criação do IPS!
Criando o IPS – Investment Policy Statement
Este é um documento que contém todas as informações obtidas e os passos a serem seguidos contendo:
- Objetivos do Cliente
- Alocação de Ativos
- Filosofia de investimentos e restrições
- Passos a serem adotados
Ao final, coleta-se assinatura do planejador e do cliente.
Execução das recomendações do planejamento
A implementação de parte do plano pode ou não estar a cargo do Planejador Financeiro, isso vale tudo em relação ao escopo definido lá na primeira etapa com o cliente.
Caso seja do profissional, é essencial a criação de um cronograma detalhado com toda a implantação. Uma vez que qualquer movimentação necessita de autorização do cliente.
Monitoramento e adequação das recomendações do planejamento
Bem como já falei, o Planejamento Financeiro é dinâmico e exige grande acompanhamento, devido às mudanças que podem ocorrer.
Por isso que é importante a periodicidade da revisão estar registrada no IPS. Sempre acompanhando a evolução dos resultados, suas previsões e ainda as correções necessárias a serem realizadas.
Deve-se identificar se tudo permanece igual, se houveram alterações, retornos e se as condições se mantêm, tanto do cliente, quanto de produtos financeiros, para caso seja necessário uma revisão de documentos.
Viu, agora sim você pode seguir com as recomendações aos clientes, sempre cuidando de estar correto com as etapas fundamentais do Planejamento Financeiro.
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