A poupança é uma das formas de investimento mais populares do Brasil, e com o menor rendimento. Pior que ela do que a poupança, somente a rentabilidade do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).
O rendimento oferecido pela caderneta é de 0,5% ao mês (com a taxa SELIC acima de 8,50% a.a), mais TR (Taxa Referencial).
Mas afinal, o é esta taxa TR?
Taxa referencial (TR)
Essa taxa já foi mais presente na vida do brasileiro, hoje parece ter ficado um pouco de lado. Principalmente devido a pequenas oscilações que a mesma possui.
Enquanto o IPCA (índice que mede a inflação média no Brasil) vem desempenhando a função de principal indicador para identificar a inflação a taxa TR acabou ficando de lado.
Só para ser ter uma ideia, a poupança em 2015 teve rendimento inferior a inflação. A TR no mesmo período foi de 1,80%, o IPCA marcou 10,57%.
Está certo que a TR não tem a missão de representar os valores fieis da inflação. Mas antigamente o verdadeiro objetivo da TR era de controlar a inflação.
Criada na década de 90 pelo governo de Fernando Collor, a TR tem o seu cálculo elaborado pelo Banco Central.
Regra nova da Poupança!
Ainda falando sobre rendimento, a poupança passou por algumas mudanças por meados de 2012.
Essas alterações estão relacionadas ao rendimento. Quando a taxa de juro básica da economia SELIC, chegar abaixo dos 8,5% ao ano, a Poupança deixa de remunerar o investidor com 0,5% mais TR ao mês, para 70% da taxa SELIC.
Por se tratar de um investimento com isenção de IR e IOF, um rendimento de 0,5% mais TR ao mês, poderia ser muito alto em um mercado com juro baixo.
Levando em consideração que os outros produtos financeiros como o CDB têm retenção de IR e IOF (prazos inferiores a 30 dias).
Auferindo rentabilidade próxima dos 8,5% ao ano e contanto com o imposto sobre do rendimento, tais aplicações estariam correndo perigo de sofrerem uma grande saída por parte dos investidores.
Quem iria permanecer em um papel que começou a pagar menos e com características semelhantes à caderneta de poupança? Ninguém não é verdade?
Na época em que essa alteração foi realizada, o juro brasileiro chegou aos 7,25% ao ano, a menor taxa desde o inicio do plano Real.
O que acontece com aqueles que já vinham com o saldo antes da queda do juro?
Esses valores depositados antes, vão continuar recebendo o rendimento de 0,50 ao mês mais TR. Não sofrem quaisquer alterações.
No momento em que escrevo esse artigo, ainda estamos longe dos 8,5% ao ano. Portanto o investidor precisa ficar de olho, quando a taxa se aproximar de tal nível.
A poupança pode sim se tornar um investimento interessante, a partir do momento em que o juro cair ainda mais junto da inflação.
Lembrando que a TR nunca será negativa. No máximo ela pode ficar zerada. Isso significa que o rendimento da poupança permaneceria, ao menos, em 0,50% ao mês.
Vamos supor que o Brasil consiga emplacar os ajustes, e comece a ter superávit primário novamente. Esse cenário favoreceria uma redução da inflação, e da Selic também.
Dessa forma, o rendimento da poupança poderia se destacar ainda mais. Novamente, o momento ainda não é o melhor mas se tudo de certo, logo-logo a poupança pode sim se tornar interessante.
Veredito
Dentre todas as formas de aplicar, a poupança nesse momento é uma das piores. Mesmo contando com isenção de IOF e IR, a caderneta oferece ganho abaixo da média do mercado.
Fato que pode mudar com o passar dos tempos. Sugiro ao leitor, começar a acompanhar a poupança bem de perto quando a taxa Selic estiver abaixo dos 10% ao ano.
Nesse nível, investimentos que oferecem 100% do DI em outras palavras os 10% ao ano, sofrendo a retenção de IR em 15% já estaria rendendo algo próximo de 8,5% ao ano (fazendo uma conta muito básica).
Esse resultado já estaria próximo do rendimento da poupança. Fique atento!
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