Como todo ativo que existe no mercado financeiro, as Debêntures também possuem seus riscos.
Acredito que dentro dos produtos de renda fixa, as Debêntures precisam de mais cuidado na hora de investir.
Por se tratar de um ativo que não possui garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) ou tão pouco, suporte do Tesouro Nacional. As Debêntures têm suas garantias somente vinculadas a empresa emissora.
Funcionamento
As empresas no Brasil têm diversas opções para conseguir crédito na praça, ou melhor, no mercado.
Elas podem vender parte das ações e assim, abrir o capital da companhia captando recursos pela oferta publica.
Dessa forma o dono da empresa, ainda poderia manter o controle, porem teria vários outros sócios.
Existe a maneira mais convencional, que seria captação de recursos através de bancos e instituições financeiras.
Essa opção, dentre as outras, pode ser a mais onerosa. Isso ocorre devido aos altos encargos que os bancos acabam aplicando em suas transações.
Dependendo dos negócios envolvidos haverá um grande volume de dinheiro sendo emprestado, fato que pode exigir maior dispêndio com encargos e juros.
Os bancos, principalmente os privados tendem a realizar um rigoroso processo de cadastro, avaliando o tempo de duração do empréstimo, garantias, e condições de pagamento.
Fato que até pode ser mais rápido do que elaborar uma oferta pública de ações, porem esta não funciona como a forma de um empréstimo.
Por ultimo, as Debêntures. Elas funcionam como uma forma de empréstimo, mas ao invés de tratar com os bancos os credores serão os investidores.
Portanto, quando a empresa realizar todo procedimento burocrático junto aos órgãos competentes como a CVM, e posteriormente a oferta publica de debêntures é liberada. As pessoas podem comprar as Debêntures e dessa forma, as mesmas acabam financiando a companhia.
As pessoas investem em Debêntures devido ao ótimo rendimento.
Exemplo: Vamos simular que você está precisando de dinheiro, e assim acaba recorrendo à linha de credito tradicional dos bancos.
Essa linha de credito pessoal tem um juro de aproximadamente 4% ao mês!
Sem levar em consideração o juro composto, em 12 meses o encargo sobre tal empréstimo poderia chegar a mais de 48%!
Por outro lado, através do mercado existe a possibilidade de conseguir a mesma quantidade de dinheiro recorrendo aos investidores pessoa física e jurídica.
Mas ao invés de pagar 4% ao mês, seria possível realizar uma oferta oferecendo rendimento de IPCA +9% ao ano.
Levando em consideração que o IPCA nos últimos 12 meses está próximo dos 4,5% teríamos um rendimento próximo a 13,5% ao ano.
Melhor não é? As pessoas que recorrem a produtos de renda fixa, atualmente não vão conseguir rendimento superior a 12% ao ano. Imagina 13,5%!
Analisando a diferença que existe entre os encargos cobrados pelas instituições financeiras e os valores de rendimento que o mercado exige para investir em tais papeis, o mercado parece ser o mais interessante para ambas as partes.
Vale a pena tomar o risco?
Hoje já existem fundos de investimento em Debêntures, uma ótima solução para aqueles que gostariam de surfar no rendimento atraente que tal produto oferece.
Dependendo do tipo do fundo, ele pode contar com isenção de imposto de renda. Fundos que investem em Debêntures incentivadas contam com essa vantagem.
O único detalhe negativo desses fundos fica por conta da demora em concretizar o resgate. Dos fundos em Debêntures incentivadas que tenho experiência, todos precisam de no mínimo um mês para realizar a operação.
Investir de maneira individual, em contrapartida comprando cada Debênture pode ocasionar maior risco.
Muitas empresas permanecem anos no mercado, mas algumas acabam sucumbindo. Nunca saberemos quem será a próxima e as garantias que as companhias oferecem nas emissões de Debêntures são pouco relevantes e, tecnicamente não podem ser realmente consideradas
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