Quando se trata da Bolsa de Valores, é comum que investidores iniciantes sejam instantaneamente atraídos por papéis de grandes empresas, cujo valor de mercado é tão exorbitante que, por si só, soam como promessas definitivas de que seu desempenho só fará aumentar, trazendo lucros excelentes para o portfólio.
Embora essas empresas (chamadas de Blue Chips, em referência às fichas mais valiosas no poker) representem, sim, boas oportunidades em termos de desempenho e de rentabilidade, eu te convido a voltar o seu olhar para outra direção: para as Small Caps. Ao contrário das blue chips, estas organizações não exibem um valor de mercado bilionário, mas também podem ser imensamente promissoras para uma carteira.
Quer entender mais sobre o assunto? Nesse artigo, você vai aprender:
- O que são Small Caps;
- Como uma empresa é classificada dessa forma;
- Quais os principais exemplos de Small Caps;
- Vantagens de investir nesse tipo de ação;
- Diferenças entre Small Caps e Blue Chip.
Se interessou? Então, siga comigo!
O que são Small Caps?
São classificadas como Small Caps empresas negociadas na Bolsa de Valores cujo valor de mercado é baixo em comparação com as demais. São, portanto, pequenas companhias de capital aberto, que podem ter seus ativos adquiridos pelos investidores da mesma forma que qualquer outro título.
Sua denominação vem do fato de que essas empresas apresentam baixa (Small) capitalização de mercado (Caps). Como sua negociação segue a mesma dinâmica das demais (por meio de um home broker), a única diferença visível para o investidor é a sua classificação — marcada como market cap (em português, é a já mencionada capitalização de mercado).
Considera-se como Small Caps empresas não pertencentes ao grupo que representa 85% da bolsa brasileira, a B3. Na prática, não há um valor exato de mercado que categorize uma companhia como Small Cap, por isso, é bastante provável que você encontre grandes nomes listados dessa forma. Mais adiante, aliás, te mostrarei alguns montantes que servem de guia para essa classificação.
Outras características que marcam essas ações são a liquidez mais baixa e a menor quantidade de negociações diárias. Ademais, também podem ser mais suscetíveis às oscilações do mercado, sofrendo alterações de preço mais intensas.
Como funciona uma Small Caps?
Primordialmente, Small Caps são empresas de capital aberto na Bolsa de Valores cujo valor de mercado é baixo. Além desta característica, uma companhia também pode receber essa classificação dado o seu faturamento ou volume de negociação.
Como disse, não há um consenso universal sobre a faixa de valores que automaticamente designa uma empresa como Small Cap. Mesmo assim, trago aqui alguns intervalos de preço e critérios bastante utilizados para esse fim de classificação:
- Faturamento: entre US$500 milhões e US$5 bilhões;
- Valor de mercado: entre US$300 milhões e US$2 bilhões;
- Volume de negociações na Bolsa: menor que US$50 milhões por dia.
Estando ciente dessas possíveis variações, te convido a considerar o valor de mercado entre US$300 milhões e US$2 bilhões para compreender o funcionamento das Small Caps.
Para encontrar esse valor, basta utilizar a seguinte fórmula:
Valor de mercado (VM) = número de ações emitidas x cotação
Com o resultado em mãos, a lógica é fácil: se o valor encontrado estiver dentro da margem considerada para o valor de mercado, então temos aí uma Small Cap. Do contrário, o título pode pertencer a uma outra classe de ação, como Blue Chips, Mid Caps (capitalização de mercado intermediária) ou Mega Caps (capitalização extremamente alta, ultrapassando as Blue Chips), por exemplo.
Quais são as principais características das Small Caps?
Para além do seu baixo valor de mercado, as Small Caps ainda possuem outras características importantes para sua análise, como baixo grau de liquidez, menor cobertura pelo mercado, maior volatilidade, maior risco e bom potencial de retorno.
Para você entender melhor os pormenores de cada um destes pontos de atenção, te convido a olhar para eles em detalhes:
Menor grau de liquidez
Como as Small Caps têm menor volume de negociações diárias na Bolsa, consequentemente também oferecerão menor liquidez. Ou seja, será mais difícil repassar esses títulos.
Por esse motivo, muitos gestores de fundos ou investidores, especialmente os mais experientes, preferem evitá-las. A razão é compreensível: se a porcentagem de Small Caps em uma carteira representasse uma soma grande — 1 bilhão de reais, por exemplo —, encerrar essas posições todas para realocá-las de outra forma seria um processo mais difícil do que se os títulos fossem mais líquidos.
Se incluirmos nessa equação o fato de que o rebalanceamento de carteira é uma das estratégias mais comuns entre gestores e investidores para manter um portfólio rendendo de acordo com seus objetivos específicos, é natural e bastante lógico que uma ação que oferece pouca liquidez seja preterida em relação a outras possibilidades.
Menor cobertura pelo mercado
Essa característica é uma consequência de sua baixa liquidez. Como você já sabe, investidores e gestores de fundos não têm as Small Caps como prioridade. Resultado disso, então, é que essas empresas não são o foco de muitas análises de mercado por aí.
Permita-me te contextualizar: no setor financeiro, há empresas e profissionais (como as casas de research) cuja função é acompanhar e analisar o mercado e seus títulos, para poder divulgar, posteriormente, relatórios de desempenho ou de perspectivas para o futuro.
Dada a sua baixa demanda, as Small Caps acabam sendo deixadas para trás nesses relatórios. Um interessado em adquirir esse tipo de ação, portanto, teria bastante dificuldade para encontrar informações confiáveis que embasassem a sua decisão de investir ou não nessas companhias.
A baixa cobertura de mercado ainda tem outro motivo: já que são pouco buscadas, as Small Caps também são menos cobertas pelas próprias corretoras de valores. Afinal, se o volume de negociação é baixo, também será menor a taxa de corretagem para estas empresas intermediárias.
Maior volatilidade na cotação
Basicamente todo movimento significativo no mercado de ações é capaz de afetar de forma intensa a variação de preço das Small Caps. Consequentemente, se um grande investidor, por exemplo, adquire títulos de uma empresa dessa classe, o preço de suas ações pode ter uma alta bem expressiva. Do contrário (se, por um período, muitos desses papéis forem vendidos), o seu preço tende a cair drasticamente.
Essa características é, de certa forma, um resultado das duas anteriores: a baixa liquidez e a escassa cobertura de mercado. A “bola de neve” que culmina nessa volatilidade é a seguinte:
- A liquidez menor faz com que investidores evitem adquirir títulos de Small Caps;
- A baixa procura por essas ações faz com que o mercado acompanhe essas companhias com menor frequência, consequentemente divulgando menos informações para que os investidores compreendam o seu desempenho;
- Com baixa cobertura de análise e monitoramento, as empresas Small Caps são mais imprevisíveis que as demais. Assim, podem ou surpreender os investidores, ou decepcioná-los. Na dúvida, essas pessoas preferem optar por terrenos mais firmes, digamos assim.
A título de comparação, vamos considerar alguma empresa de maior valor de mercado, cujas análises são amplamente divulgadas para os investidores. Nesses casos, tanto as quedas quanto as altas de seus preços podem ser projetadas antecipadamente, ao longo do tempo.
Assim, esse tipo de investimento traz mais segurança e confiança ao investidor. No caso das Small Caps, porém, grandes oscilações só são conhecidas pelo público no momento em que acontecem. Por consequência, a correção de seus valores será muito mais brusca — em termos práticos, os títulos serão mais voláteis.
Maior grau de risco financeiro
Naturalmente, a alta volatilidade das ações de empresas Small Caps pode significar grandes valorizações de seus preços. Aqui, portanto, temos a clássica relação de risco x retorno. Ou seja, ao mesmo tempo em que o ganho potencial pode ser alto, o risco assumido ao adquirir esse título também é muito maior.
O grau de risco das Small Caps, no entanto, não se resume a esse fator. Acontece que essas empresas também costumam vir acompanhadas de mais dívidas.
Uma vez que sua captação de recursos está voltada principalmente para o seu próprio crescimento, o montante levantado deve ser muito maior do que o normal (se as compararmos às empresas de maior valor de mercado). Por esse motivo, mudanças econômicas podem afetá-las com muito mais facilidade.
Como o custo de dívida das empresas Small Caps é maior que as demais, os juros praticados por esses papéis também são maiores. Dessa forma, temos ações menos estáveis e cujo grau de risco é muito maior.
Maior potencial de retorno
Como você já sabe, a relação entre risco e retorno geralmente indica que uma empresa cujo investimento é mais arriscado, também é a que oferece maior potencial de grandes lucros.
No caso das Small Caps, é importante mencionar também a sua possibilidade de crescimento, que costuma ser maior do que a possibilidade de expansão de empresas que já são de grande porte.
Por conta da baixa cobertura de mercado, pode acontecer também de uma Small Cap estar mal precificada. Como assim? Às vezes, por desfrutar de menor visibilidade no setor ou de sua baixa liquidez, o preço da ação dessa empresa pode não corresponder ao seu verdadeiro valor.
Um investidor pode, então, se aproveitar dessa subvalorização para investir, em uma estratégia a longo prazo, em uma posição que possa subir bastante futuramente — sem esquecer dos riscos envolvidos na operação, é claro.
Como investir em Small Caps?
O capital de empresas Small Caps está disponível para negociação na Bolsa de Valores da mesma forma que outros títulos. Dessa forma, os investidores interessados nesses títulos podem encontrá-los em formas de ações, ETFs e fundos de investimentos.
Para entender o funcionamento de cada possibilidade, siga comigo:
Ações Small Caps
Essa é a forma mais simples de investir em Small Caps. Tudo que o investidor precisa fazer é abrir uma conta em uma corretora de valores e escolher a empresa cujas ações deseja adquirir.
Como essa classificação não é exatamente oficial, o investidor não encontrará nenhuma sigla ou qualquer outro indicativo de que determinada empresa seja uma Small Cap. Para descobrir, é preciso averiguar o seu valor de mercado. Além disso, algumas corretoras disponibilizam listas específicas com essas empresas, como uma forma de facilitar o processo para os interessados.
Ao investir em uma companhia do tipo, é importante que se verifique todas as informações possíveis sobre ela, mesmo que, como você já sabe, sua cobertura de mercado não seja tão alta. Dessa forma, como já é de praxe no mercado financeiro, a decisão de aplicação se torna mais segura e assertiva.
ETF Small Caps (SMAL11)
ETF é a sigla para Exchange Traded Funds e se trata de um fundo de investimento que pode ser negociado como ações na Bolsa de Valores. Dessa maneira, aquele que comprar uma única cota do fundo leva um conjunto de ações de várias empresas.
Falando especificamente dos ETFs de Small Caps (SMAL11, como são conhecidos no Brasil), temos um fundo composto por várias empresas dessa classe. A sua gestão é passiva, ou seja, a performance dependerá do desempenho em conjunto de todas as companhias selecionadas.
Investir em um fundo SMAL11 é uma via de mão dupla: da mesma forma que os riscos são amenizados pelo fato de haver um conjunto de empresas Small Caps dentro da cota, a rentabilidade também é menor.
Mesmo assim, há de se reconhecer que essa é uma forma simples e segura de investir nessa categoria. Além disso, é também mais barato — fundos de gestão passiva costumam ter uma taxa de administração menor do que aqueles de gestão ativa.
Se um investidor, porém, fizer questão de tentar aproveitar ao máximo o potencial de uma Small Cap, recomenda-se que a aplicação seja feita diretamente em suas ações.
Fundos de Small Caps
Há também a possibilidade de simplesmente investir em fundos de Small Caps que realizam aplicações nessa categoria de empresa.
Aqui, um gestor reúne os recursos dos cotistas e os utiliza para realizar aplicações nesses títulos específicos. Sendo um profissional no mercado financeiro, esse gestor é capaz de encontrar melhores oportunidades de investimento — oportunidades estas que um investidor iniciante, por exemplo, não teria tempo ou conhecimento suficientes para identificar.
Vale lembrar que esse serviço de gestão não é de graça: as taxas administrativas dos fundos de investimentos podem variar, mas costumam ficar nos 2% anuais.
Exemplos de Small Caps brasileiras
Toda Blue Chip já foi uma Small Cap no passado. Te apresento esse fato principalmente para te mostrar como o Brasil tem uma lista bem promissora de empresas desta classe para negociação na Bolsa de Valores.
A título de exemplo, pensemos na Cielo, que evoluiu aos poucos até se tornar uma Blue Chip. Inicialmente categorizada como Small Cap, a empresa do setor de pagamentos eletrônicos expandiu sua participação e relevância neste mercado até evoluir o seu porte e aumentar seu valor de mercado. A Magazine Luiza e a Ambev são outros dois exemplos de empresas que já foram Small Caps e que hoje são algumas das mais valiosas em território nacional.
Lista de small caps negociadas na B3
Com essa introdução, quero chamar a sua atenção para o grande potencial das empresas de baixo valor de mercado, que justificam os seus altos níveis de risco. A título de curiosidade, dá uma olhada nessa lista de principais Small Caps brasileiras:
Empresa | Código na Bolsa | Setor de atuação |
Hering | HGTX3 | Varejo de moda |
Movida | MOVI3 | Locação de veículos |
Petrorio | PRIO3 | Petrolífera |
Wiz | WIZS3 | Seguros |
Locaweb | LWSA3 | Tecnologia |
CVC Brasil | CVCB3 | Turismo |
Embraer | EMBR3 | Aéreo |
Centauro | SBFG3 | Varejista esportiva |
Smiles | SMLS3 | Programa de fidelidade |
TOTVS | TOTS3 | Tecnologia |
Trisul | TRIS3 | Incorporadora |
Unicamente a título de curiosidade: reparou que todos os códigos listados terminam em 3? Essa é a forma da Bolsa de Valores identificar as ações que são “ordinárias”. Com esses papéis, os investidores têm direito ao voto e à participação nas decisões das companhias emissoras.
Como encontrar Small Caps?
Como as Small Caps não necessariamente estarão identificadas dessa forma, o investidor interessado em obtê-las poderá encontrá-las das seguintes formas:
- Checando o índice SMLL B3, no próprio site da Bolsa;
- Calculando o seu valor de mercado e averiguando se este se encontra entre US$300 milhões e US$2 bilhões;
- Observando a composição de ETFs SMAL11 ou fundos de investimento em Small Caps;
- Checando as classificações criadas pelas próprias corretoras de valores, que muitas vezes destacam quais empresas fazem parte dessa categoria, a fim de facilitar o processo para os investidores.
Qual a diferença entre Small Caps e Blue Chips?
Enquanto as Small Caps são todas as empresas na Bolsa de Valores cujo valor de mercado é baixo, as Blue Chips são aquelas cujo valor de capitalização é alto e cujos papéis representam os maiores índices de participação no índice BOVESPA.
Em termos mais simples, podemos pensar nas Small Caps como empresas menores, porém promissoras, enquanto as Blue Chips são as gigantes do mercado, carregando nomes dos quais todo mundo já ouviu falar. Petrobras, Ambev, Itaú, Netflix e Apple, por exemplo, são algumas das mais populares na lista de mais valiosas da Bolsa de Valores.
Para que a diferença entre ambas as classes fique ainda mais clara, preparei essa tabela com alguns pontos fundamentais de cada:
Small Caps | Blue Chips |
Possibilidade de excelentes rendimentos, apesar dos riscos também serem maiores | Excelentes rendimentos e pagamento de dividendos |
Baixo valor de mercado | Alto valor de mercado |
Pode apresentar um bom horizonte de valorização | Crescimento constante e sólido |
Bastante volátil e sensível às oscilações do mercado | Oscilações menos intensas |
Liquidez baixa | Liquidez alta |
Desempenho corporativo ainda em desenvolvimento | Boa governança corporativa |
Não se engane: apesar de as Small Caps serem empresas de porte menor, não significa definitivamente que são “suspeitas” ou de tamanho e presença irrelevantes no seu mercado de atuação — a Hering e a CVC, por exemplo, são dois exemplos dessa categoria que, como você deve saber, são amplamente conhecidas pelo território brasileiro.
Embora cada uma tenha seus prós e contras, riscos e retornos, como você já deve saber, a escolha de um investidor na hora de selecionar seus ativos deve levar em consideração seus objetivos específicos, situação atual, metas para o futuro e perfil de investidor.
Quais são as ações Small Caps mais procuradas da Bolsa?
Dentro da categoria de Small Caps, alguns nomes são mais populares e bastante buscados pelos investidores. TOTVS, Eneva, Movida e Arezzo são alguns exemplos.
Como conhecer essas empresas é imprescindível para quem tem interesse em adquirir seus papéis, eu trouxe aqui um resumo de cada uma.
- TOTVS (TOTS3): definitivamente um dos maiores nomes no ramo da tecnologia, a TOTVS se tornou líder do setor oferecendo softwares para empresas de indústrias variadas na América Latina.Muitas de suas plataformas de gestão servem, inclusive, aos propósitos do mercado financeiro.
- Eneva (ENEV3): atuante na geração de energia elétrica e exploração de hidrocarbonetos no Brasil, é a 2ª maior operadora de gás natural em território nacional e é responsável por 11% de toda a capacidade térmica a gás no país;
- Movida (MOVI3): empresa do setor de locação de veículos e gestão de frotas. Se mostrou bem organizada e promissora mesmo em situações de crise econômica e utiliza os recursos captados na Bolsa para otimizar sua estrutura e expandir suas atividades;
- Arezzo (ARZZ3): há tempos que a Arezzo vem sendo bem sucedida na sua missão de se tornar uma das marcas de maior renome no setor de calçados. Com uma taxa de vendas bastante altas e com sua influência crescendo cada vez mais, se tornou uma das Small Caps mais populares do país;
- Camil (CAML3): empresa cujas atividades estão concentradas na industrialização e distribuição de grãos (principalmente arroz e feijão), tem, no mercado, várias marcas que não raro marcam presença na mesa dos brasileiros, como a do açúcar União e dos atuns e sardinhas Pescador. Além disso, a Camil também exporta mercadorias para fora do Brasil;
- Multiplan (MULT3): desde 1975 a Multiplan administra imóveis comerciais, com foco em shoppings centers. Seu portfólio conta com imóveis nas principais regiões do Brasil e sua estrutura vem apresentando alta nos lucros já há bastante tempo;
- M.Dias Branco (MDIA3): atua no setor de massas, bolos e biscoitos e também vem há bastante tempo sendo considerada como uma das melhores opções entre analistas e investidores. Uma de suas boas decisões dos últimos anos foi a aquisição da marca Piraquê, marca cuja força já era bem reconhecida no país;
- Yduqs (YDUQ3): empresa do setor educacional privado. Quando adquiriu a QConcursos em 2021, atingiu a marca de 1 milhão de estudantes matriculados. Além disso, também possui a Estácio e a Ibmec;
- Odontoprev (ODPV3): esta companhia oferece planos odontológicos em toda a América Latina e está presente na Bolsa de Valores desde 2005. Ao longo de sua história, fez várias aquisições de empresas menores a fim de aumentar ainda mais o seu número de beneficiários — estratégias que trouxe bons resultados também para suas ações;
- EZTec (EZTC3): com foco na construção de imóveis e empreendimentos residenciais e comerciais de padrão médio e alto, concentra sua atuação na capital paulista e região. Como o setor imobiliário costuma apresentar riscos financeiros específicos e maiores, o bom desempenho da EZTec é uma das razões pelas quais ela está listada aqui como uma das Small Caps mais populares do país;
- Petz (PETZ3): a estreia da Petz na Bolsa foi um sucesso — ao abrir seu capital em 2020, foi capaz de movimentar quase R$3 bilhões. Atuando no setor de comercialização de produtos diversos para animais de estimação, sua marca tem ganhado força inegável no país. Atualmente, também é dona da marca Seres, conhecida como a maior rede de centros veterinários no Brasil;
- Taesa (TAEE11): focada na transmissão de energia elétrica, tem vivido momentos bastante positivos na Bolsa, com grandes movimentações de recursos (R$2 bilhões em 2020, por exemplo). Por essa razão, tem sido uma das Small Caps mais buscadas. A empresa, vale citar, possui mais de 11.000 km de linhas em operação na maioria dos estados brasileiros.
Quais são as vantagens de investir em Small Caps?
A principal vantagem de investir em uma Small Cap está no fato de que, historicamente falando, são empresas cujo potencial de crescimento é enorme, em setores que ainda não foram tão explorados.
Contudo, essa não é a única razão pelas quais um investidor pode se sentir tão tentado a alocar seu patrimônio nas empresas dessa classe. Por isso, eu te trouxe mais algumas vantagens relevantes.
Possibilidade de os ativos estarem mal precificados
Uma vez que as Small Caps têm menor liquidez e demanda na Bolsa de Valores, como você já sabe, é possível que não haja tantas informações e análises disponíveis sobre essas empresas para o investidor que deseja ponderar e embasar a sua decisão.
Logo, existe a chance de que o potencial das Small Caps ainda não tenha sido completamente reconhecido, o que ocasiona em uma precificação equivocada de seus ativos.
Para o investidor cujos objetivos são de longo prazo, essa pode ser uma grande vantagem. Isso porque, ao aproveitar uma boa oportunidade de aplicação, alocando seus recursos em uma empresa que realmente tem potencial para expandir, é muito provável que os lucros futuros sejam bem atraentes.
Alto desempenho histórico
De acordo com o índice SMLL, os retornos de muitas Small Caps estiveram acima do Ibovespa nos últimos anos. Em termos práticos, isso significa que várias de suas ações apresentaram desempenhos excelentes — um benefício enorme para o investidor.
Inclusive, apesar de as casas de research geralmente não fornecerem muitos relatórios sobre os desempenhos dessas empresas, recorrer ao índice SMLL pode ser uma boa iniciativa para obter um pouco mais de informação sobre as Small Caps.
Grande potencial de crescimento
Lembre-se: toda Blue Chip já foi uma Small Cap um dia. Por serem empresas de menor porte, elas podem ter grandes chances de expandir suas atividades — ainda há espaço de sobra para crescer, e a captação de recursos na Bolsa de Valores serve justamente a esse propósito.
Pense em algumas gigantes da B3, por exemplo — Apple, Netflix e Amazon. Uma vez que suas proporções já se tornaram massivas, é natural que a sua velocidade de crescimento já não seja a mesma do começo de suas atividades. Nessa lógica, quem busca por valorizações mais dramáticas e significativas terá mais chances de encontrá-las nas empresas de menor porte.
Como você pode ver nos vários exemplos de Small Caps mencionados nesse artigo, temos inúmeras companhias cujas marcas já são amplamente conhecidas no Brasil. Isso mostra que, por mais que ainda não sejam consideradas como as mais valiosas da B3, são emissoras que merecem uma atenção mais cuidadosa do investidor que busca bons retornos a longo prazo.
Quais os riscos de Small Caps?
Com grandes retornos, vêm também grandes riscos. Por conta dessa relação, é impossível listar as vantagens das Small Caps sem elencar também suas ameaças: alta volatilidade, processo lento de precificação e vulnerabilidade econômica.
Vem comigo entender cada um em detalhes:
Vulnerabilidade econômica
Da mesma forma que o porte pequeno de uma Small Cap significa que essa companhia tem espaço para crescer, também aponta para o fato de que mudanças no ambiente econômico podem afetá-la com mais facilidade e intensidade.
Na prática, é isso que acontece: empresas menores geralmente possuem mais dívidas — algo natural no processo de crescimento. No entanto, uma mudança brusca na economia pode causar um impacto bem maior nessas companhias do que causaria em uma Blue Chip.
Se a taxa de juros aumentar, por exemplo, ou o país entrar em um momento de recessão, as dívidas dessas empresas menores podem se tornar ainda mais altas, ou a sua produção pode ser prejudicada pelas mudanças no comportamento dos consumidores.
Precificação mais lenta
Novamente, temos o processo de precificação de uma Small Cap como característica principal de sua dinâmica, dessa vez como um risco. Ao mesmo tempo em que a falta de informações sobre determinada empresa pode representar um lucro futuro, uma vez que seu preço inicial teria sido erroneamente definido, esse valor também pode acabar caindo.
Ao investir em Small Caps, então, o investidor precisa estar ciente de que, no geral, a precificação adequada do ativo não virá na mesma velocidade que viria se o título fosse oriundo de uma Big Chip, ou de outras classes de empresas.
Volatilidade elevada
Apesar de a volatilidade ser um risco presente nas ações de forma geral, é preciso lembrar que a flutuação das Small Caps pode ser mais intensa. Reforço que estamos falando de empresas de menor porte, o que as torna mais sensíveis às movimentações do mercado.
Para o investidor, assumir esse risco significa estar preparado para enfrentar mudanças bruscas de preço. Se o objetivo do portfólio for considerar o longo prazo, é importante que os papéis não sejam vendidos impulsivamente toda vez que este desvalorizar.
Com esse tipo de empresa, o que mais faz diferença no seu valor é a geração de caixa da companhia. Por isso, é aconselhável que o investidor se atenha a essa informação, e não às oscilações que normalmente ocorrem no curto prazo.
Em qual Small Caps investir hoje?
Uma das melhores formas de consultar Small Caps para investir é por meio do Índice SMLL no site da B3. Lá, é possível analisar a variação nas participações de cada um dos papéis desse índice, apuradas sempre na abertura de negociações do dia.
Para saber qual Small Cap faz mais sentido de acordo com a estratégia de determinado investidor, sugiro também que você considere:
- Desempenho histórico da empresa emissora (o crescimento e o lucro têm sido constantes?);
- Setor de atuação (tem demanda? Parece ser sustentável?);
- Estrutura da empresa emissora (fluxo de caixa, grau de endividamento e governança corporativa. Essas informações devem ser divulgadas publicamente pelas companhias com ações na Bolsa);
- Perfil de investidor (tolerância ao risco, objetivos futuros e expectativas, por exemplo).
O processo de escolha, é claro, deve sempre considerar a relação entre risco e retorno das Small Caps.
Vale a pena investir em Small Caps?
Já que as Small Caps em geral apresentam perspectivas de crescimento otimistas, suas ações podem valer bastante a pena para investidores com objetivo de longo prazo. Afinal, ao contrário das empresas de grande porte, estas ainda estão em fase de crescimento e conquista de espaço em suas áreas de atuação.
Por esse motivo, para se certificar se uma determinada ação de Small Cap realmente vale a pena, é recomendável ficar de olho na evolução de suas receitas e de seu fluxo de caixa. Estes são pontos-chave para avaliar a performance de uma companhia.
Investir em Small Caps, aliás, também pode ser uma boa ideia dadas todas as características que você aprendeu até aqui: sua precificação lenta, por exemplo, faz com que, às vezes, um investidor encontre um título bastante promissor por um preço mais atrativo.
Em resumo, ao considerar fatores como preço e desempenho, e ao conhecer a fundo a dinâmica desses títulos, é possível, sim, traçar estratégias que reduzam os seus altos riscos financeiros.
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Então, você pode tirar muito proveito do canal da TopInvest no YouTube. Assim como você pode compreender o conceito, as vantagens e os riscos das Small Caps neste artigo, também pode aprender tudo sobre o mercado financeiro em nossos vídeos, divulgados todas as semanas e com o único propósito de te transformar em um profissional acima da média!
Comentários
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