Qual o primeiro produto financeiro que lhe vem à mente ao pensar em título de renda variável negociado na bolsa de valores? Aposto que suas respostas são as ações. Estou certo? 

Você sabia, porém, que as ações movimentam aproximadamente 10 vezes menos volume diário do que outro ativo de renda variável vendido exclusivamente na Bolsa? Não? Estou falando dos contratos futuros!

Criado e ainda utilizado como estratégia de proteção de preço, esse tipo de derivativo tem ganhado popularidade devido a diversidade de seus papéispapeis, sua alta liquidez e, sobretudo, por seu poder de alavancagem. Ou seja, por permitir ao investidor operar com valores acima daqueles que têm disponível em caixa.

Caso você não seja familiar com o tema e tenha ficado intrigado com esse produto tão versátil, te convido a seguir comigo. Ao longo deste artigo te explicarei os pormenores dos contratos futuros: como funcionam, quais suas características, seus riscos, benefícios e, claro, como começar a investir neste tipo de ativo

O que são contratos futuros? 

Modalidade de derivativo regulado pela B3, o contrato futuro pode ser descrito como um acordo de negociação futura de um determinado bem, por um preço definido previamente

Também conhecido como ativo subjacente, esse bem, por sua vez, pode ser uma commodity (arroba do boi gordo, sacas de milho e de soja, por exemplo) ou um ativo financeiro (ações, índices econômicos, taxas de juro, câmbio de moeda estrangeira, entre outros).

Assim, quem opera contratos futuros está, na prática, negociando suas expectativas sobre o preço do ativo adjacente na data posterior, especificada em contrato. De maneira geral, temendo a volatilidade negativa do mercado, a pessoa que vende esses papéis busca proteger o valor presente do ativo. Enquanto quem os compra, por outro lado, prevê uma valorização deste até o momento do resgate.

Ao negociar contratos futuros de café, por exemplo, o investidor está se comprometendo a comprar ou vender o equivalente a 100 sacas de 60kg do produto. O valor do contrato, neste caso, é definido pelas expectativas do mercado acerca do preço da saca na data de vencimento do documento.

Diferentemente de outros tipos de derivativos, os contratos futuros são regulados pela B3 e operados exclusivamente na bolsa de valores. Para serem negociados no pregão, contudo, esses papéis precisam ser padronizados. Isto é, devem ser iguais no que tange aos valores, tamanho do lote, vencimento e, sobretudo, às especificações de qualidade.

Seguindo o mesmo exemplo usado anteriormente, os contratos futuros de café negociados na B3 se baseiam em grãos de coffea arábica, tipo 4-25 ou melhor, de produção brasileira. Isso garante que todos os investidores tenham as mesmas condições de negociação sobre o mesmo tipo de produto. 

Quanto ao vencimento, os contratos futuros podem ser quitados de maneira física ou financeira. Ou seja, a liquidação pode ocorrer por meio da entrega do ativo adjacente ou pela diferença entre os preços de compra e de venda. A primeira opção, contudo, é mais rara, sendo restrita, quase que exclusivamente, a companhias que utilizam o produto em questão como insumo em sua linha produtiva.

O que é um minicontrato futuro? 

Os minicontratos futuros são papéis que equivalem à fração de de um contrato futuro convencional — ou contrato cheio, como é comumente chamado. 

Esse tipo de operação foi criada em 2001, pela então BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) —  posterior à B3 —, com a intenção de tornar o mercado futuro mais acessível para pequenos investidores (pessoas físicas). Até então, os valores elevados e a exigência de compra de uma quantidade grande de contratos faziam com que essas operações fossem bastante restritas.

A título de exemplo, o minidólar (wdo) corresponde a um quinto de um contrato futuro cheio do dólar. Enquanto seu minicontrato vale US$10.000,00 e pode ser comprado ou vendido unitariamente, o papel convencional equivale a US$50.000 e só é negociado a partir de cinco contratos por vez. 

Por mais que as negociações do mercado futuro tenham por característica não exigir o desembolso do preço do bem em questão no momento da negociação — dado que o lucro ou o prejuízo dependerá da variação do preço do ativo adjacente e da posição do investidor —, a margem de garantia exigida para essas negociações pode ser bastante expressiva. Devido a exposição e a alavancagem menor, os minicontratos, por sua vez, possuem depósitos bem inferiores ao contrato cheio.

Voltando ao exemplo anterior, um contrato futuro de dólar (com uma cotação de R$4,80, no momento em que escrevo este artigo) estaria valendo R$240.000,00. Com uma margem de garantia de 15%, o investidor teria que possuir R$180.000,00 de caução.

Como o minicontrato permite a compra de uma só unidade, a margem diminuiria para aproximadamente R$7.200,00. Muito mais acessível, não é mesmo?

Importante destacar que esses valores são para operações onde o investidor pretende manter sua posição por ao menos mais de um dia. Em casos de compra e venda de operação no mesmo dia (day trade), a margem cai significativamente, partindo de R$150,00.

A fatia de produtos vendidos em minicontratos, contudo, ainda é bem menor que as possibilidades de contratos convencionais negociados no mercado futuro. Da mesma forma, cada minicontrato corresponde a parcelas distintas do contrato cheio. Para deixar mais claro, listo abaixo os minicontratos mais populares e seus respectivos tamanhos e valores:

  • Boi gordo: 33 arrobas (10% do volume do contrato cheio); 
  • Ibovespa: R$0,20 para cada ponto do índice (no contrato cheio esse valor equivale a R$1,00 por ponto);
  • Dólar: US$ 10.000,00 (o contrato cheio equivale a US$50.000,00);
  • Café Arábica: 10 sacas de 60kg (o contrato cheio é de 100 sacas).

Para que serve o mercado futuro? 

O mercado futuro surgiu e se popularizou como uma estratégia para assegurar os ganhos do setor agrícola contra eventuais quedas na safra ou na demanda. Passado o tempo, esse modelo de negócio se expandiu para os mais diferentes segmentos de mercado, sendo adotado de maneira dualista: ora como método de alavancagem, ora como proteção por empresas e investidores.

Hoje, embora seu sentido inicial ainda seja mantido, o mercado futuro já não é um ambiente de negociação reservado para produtores ou agricultores, mas sim um movimentado espaço de especulação financeira.

De acordo com suas prospecções econômicas e de mercado, os investidores buscam antecipar as variações de preço de commodities, índices e ativos financeiros, de maneira a lucrar com a queda ou com a alta de seus preços. 

Desse modo, é possível dizer que o mercado futuro serve como um ambiente de negociação que possibilita tando estratégias de hedge, quanto de especulação, conforme detalho abaixo:

  • Hedge: objetivo pioneiro da criação dos contratos futuros, hedge é como é chamada a estratégia de proteção de um valor por meio da antecipação de seu preço. Esse método é comumente utilizado no setor agrícola e no mercado de câmbio. Ao prever um cenário de desvalorização do real, uma empresa que tenha dívidas em dólar, por exemplo, pode comprar contratos futuros da moeda estrangeira de maneira a garantir a cotação momentânea;
  • Especulação: se os contratos futuros surgiram como instrumento de proteção, ao fim, também passaram a ser utilizados de maneira completamente antagônica. Hoje, são amplamente utilizados por investidores que buscam lucrar com as flutuações de preço, ou seja, por especuladores.

Se valendo do exemplo anterior, em vez de comprar um contrato futuro de dólar para garantir o preço de momento, o investidor pode adquiri-lo com o objetivo de resgatá-lo mais a frente, quando a moeda estrangeira estiver em alta.

Esse tipo de estratégia é comumente usada por traders, operadores especialistas em identificar tendências de alta e queda de preços. Buscando pequenos lucros provindos das constantes microvariações diárias, não é incomum que esse personagem compre e venda o mesmo tipo de ativo mais de uma vez ao longo do mesmo pregão.

Como funciona o mercado futuro?

Os contratos futuros e o mercado futuro possuem especificidades que, em um primeiro momento, podem causar estranheza ou serem complicadas de compreender. Após entender o funcionamento de uma operação futura, no entanto, garanto que tudo ficará mais claro.

Para te ajudar com isso, esclareço abaixo como se dá esse processo, etapa por etapa:

  • A negociação inicia com o compromisso de compra ou venda de um contrato futuro. As partes acordam o preço e a quantidade de contratos, segundo os padrões regulados pela B3. A parte compradora necessita manter, junto à corretora, um depósito de garantia capaz de cobrir um eventual prejuízo ocasionado pela operação;
  • As movimentações dos contratos futuros seguem as flutuações de preço dos respectivos ativos adjacentes. Se o dólar sobe, por exemplo, o valor de seus contratos derivativos também sobe. Nesse processo, o investidor comprador ganha com alta e perde com a queda do preço. Para o vendedor, a lógica funciona de maneira inversa;
  • As posições mantidas em aberto são ajustadas financeiramente ao final de cada pregão, de acordo com o preço de ajuste do dia determinado no call de fechamento, com liquidação financeira permitida no dia útil subsequente;
  • Com base nesses ajustes, os valores são automaticamente creditados ou debitados na conta da corretora, sem afetar o valor da garantia de margem;
  • Chegada a data de vencimento estipulada, é realizada a soma dos resultados diários do ativo adjacente. O valor resultante será igual ao lucro ou ao prejuízo do comprador. O investidor, importante dizer, pode encerrar a posição sem esperar pelo momento de liquidação acordado.

Quais são os principais tipos de contratos futuros? 

A gama de contratos futuros é bastante ampla e está em constante expansão, conforme novas demandas de mercado são observadas pela B3. De maneira geral, porém, é possível enquadrar esses ativos em quatro grandes segmentos: commodities, índices, juros e moedas.

Todos são criteriosamente padronizados e regulados, além de serem negociados com exclusividade na bolsa de valores. A maior parte desses contratos é liquidada de maneira financeira, embora alguns possam ser resgatados fisicamente.

Os principais contratos futuros disponibilizados pela B3 são:

Contrato futuro de Índice

Termômetros da economia e do mercado financeiro, os índices da bolsa funcionam como uma média do desempenho das cotações das principais ações do pregão.

Atualmente, a B3 negocia dois contratos futuros atrelados a esses indicadores: o contrato futuro do Índice Ibovespa, que reúne as ações das principais empresas na bolsa brasileira, e o Índice S&P500, o qual é composto pelas ações das maiores companhias do mundo. Além disso, ainda são negociados contratos futuros derivativos de ações.

Abaixo detalho cada um desses produtos:

  • Índice Ibovespa: principal indicador financeiro da bolsa de valores brasileira, o Índice Ibovespa funciona como uma simulação de uma uma carteira de investimentos em ações. Ao todo, ele agrega os 60 papéis mais negociados da B3, tais como a Vale e a Petrobras. A cotação do contrato futuro cheio do Ibovespa é igual a R$1,00 para cada ponto do índice. 
  • Características contrato futuro do Índice Ibovespa:
  • Código: IND
  • Cotação: R$1 para cada 1 ponto;
  • Lote padrão: 1 contrato;
  • Liquidação: financeira;
  • Meses de vencimento: meses pares;
  • Data do vencimento: quinta mais próxima do dia 15;
  • Margem day trade média: R$1.000,00 por contrato;
  • Margem de garantia normal: 16% do contrato.
  • Índice S&P500: semelhante ao Ibovespa, o Índice Standard & Poors (Índice S&P500) também funciona como uma simulação de carteira de investimento de ações. No entanto, sua importância é global, haja visto que ele é composto por ações das 500 maiores empresas do mundo. Alguns exemplos são: Apple, Coca-Cola e Nike. O lote padrão é de um contrato, sendo que cada ponto equivale a US$50. Apesar de ser consideravelmente mais caro que o Ibovespa, esse índice apresenta uma volatilidade bem menor, o que permite previsões mais acertadas e menores riscos.
  • Características contrato futuro do Índice S&P500:
    • Código: ISP;
    • Cotação: 50 dólares por ponto;
    • Lote padrão: 1 contrato;
    • Liquidação: financeira;
    • Meses de vencimento: março, junho, setembro e dezembro;
    • Data do vencimento: terceira sexta-feira do mês;
    • Margem day trade média: 3% do valor do contrato;
    • Margem de garantia normal: 15% do contrato.
  • Futuro de Ações: lembra que acima citei o fato do mercado futuro estar constantemente em expansão, de olho nas demandas do mercado? Pois bem, os contratos futuros de ações são um exemplo disso. As primeiras negociações desses papéis só foram disponibilizadas para negociação em 2018. 

Ao contrário de uma operação comum de ação, a negociação do contrato futuro de ação se dá pela expectativa futura de seu preço, sem que o investidor tenha a necessidade de comprá-la. Por se tratar de negócio ainda novo, porém, poucas empresas oferecem esse tipo de ativo no mercado.

  • Características futuro de ações:
    • Código de negociação: AAAAYZXX – (AAAA) Código da empresa, (Y) tipo/classe do papel, (Z) mês de vencimento do contrato e (XX) ano de vencimento;
    • Cotação: cada ponto vale R$1,00;
    • Tamanho do contrato: 1 ação;
    • Lote padrão: 100 contratos;
    • Meses de vencimento: todos os meses.

Contrato futuro de taxa de juros

A B3 também negocia contratos futuros atrelados às taxas de juros mais conhecidas. Esses papeis funcionam, basicamente, para proteger e gerir a taxa de juros de ativos que são referenciados por essas taxas. 

Ao todo, são seis os contratos futuros de taxas de juros. Os mais populares são: a Taxa DI, a Taxa Selic e o Cupom de IPCA. Falo, em detalhes, sobre cada um deles na sequência:

  • Taxa DI: o contrato futuro da taxa DI (DI1) tem seu preço vinculado aos valores da taxa média diária dos Depósitos Interfinanceiros (DI), compreendidos entre a data de negociação e a data de vencimento do acordo. Esse papel é utilizado para proteção e administração da taxa de juros de ativos e passivos atrelados aos DIs.

O contrato possui valor nocional de R$100.000,00. Quem carrega a posição até a data de vencimento recebe a soma dos ajustes diários, os quais corresponderão à diferença entre a taxa de juros contratada e a realizada, sobre o montante da negociação. 

  • Características contrato futuro da Taxa DI: 
    • Código: DI1;
    • Cotação: taxa de juro efetiva anual, base 252 dias úteis, com até três casas decimais;
    • Tamanho do contrato: preço unitário (PU) multiplicado pelo valor em reais de cada ponto, sendo cada ponto equivalente à R$1,00 (um real). O contrato vale 100.000 pontos no vencimento;
    • Lote padrão: 1 contrato;
    • Liquidação: financeira;
    • Meses de vencimento: todos os meses;
    • Data de vencimento: primeira sessão de negociação do mês de vencimento do contrato.
  • Taxa Selic: oficialmente chamado de Contrato Futuro de Operações Compromissadas de um Dia (OC1), esse papel deriva da taxa média diária de operações de troca de dinheiro entre instituições bancárias lastreadas em Títulos Públicos, entre as datas de negociação e vencimento. 

É utilizado para proteção e administração de risco da taxa de juros de ativos e passivos atrelados à taxa Selic.

Seu valor nocional é de R$100.000,00. O investidor que carrega a posição até o vencimento recebe a soma dos ajustes diários, os quais corresponderão à diferença entre a taxa de juro contratada e a realizada, sobre o montante da negociação. 

  • Características contrato futuro da Taxa Selic:
    • Código: OC1;
    • Cotação: taxa de juro efetiva anual, base 252 dias úteis, com até três casas decimais;
    • Tamanho do contrato: preço unitário (PU) multiplicado pelo valor em reais de cada ponto, sendo cada ponto equivalente à R$1,00 (um real). O contrato vale 100.000 pontos no vencimento;
    • Lote padrão: 5 contratos;
    • Liquidação: financeira;
    • Meses de vencimento: todos os meses;
    • Data de vencimento: 1º dia útil do mês de vencimento.
  • Cupom de IPCA: esse contrato futuro equivale a taxa de juro real brasileira, a qual é obtida pela diferença entre a taxa média dos depósitos interfinanceiros de um dia (DI) e a inflação mensurada pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), durante o período compreendido entre as datas da operação e da liquidação da operação.
  • Características contrato futuro do Cupom de IPCA:
    • Código: DAP;
    • Cotação: taxa de juro exponencial, expressa ao ano (base 252 dias úteis), com três casas decimais;
    • Tamanho do contrato: 00.000 x R$0,00025 x IPCA ou PU multiplicado pelo valor em reais de cada ponto, sendo R$0,00025 o valor de cada ponto, multiplicado pelo valor do IPCA pro rata tempore;
    • Lote padrão: 1 contrato;
    • Liquidação no vencimento: financeira;
    • Meses de vencimento: todos os meses;
    • Data do vencimento: 15º dia do mês de vencimento. Caso não houver sessão de negociação, a data de vencimento será a próxima sessão de negociação.

Contrato futuro de moedas

O mercado futuro também é amplamente utilizado para proteção e alavancagens de valores atrelados ao câmbio de moedas estrangeiras.

Ao todo, a B3 negocia mais de 17 contratos futuros baseados em moedas. As mais populares, contudo, são o dólar e o euro. Falo sobre elas abaixo:

  • Dólar dos Estados Unidos: o contrato futuro do dólar é usado tanto como proteção quanto como especulação sobre o preço da moeda estrangeira na data futura definida em acordo. 

É amplamente utilizado por investidores com recebíveis em dólares, por empresas expostas a pagamentos na moeda em data futura, ou ainda por quem simplesmente busca lucrar por meio da tendência de preço da moeda.

O resgate se dá pela diferença entre a taxa de câmbio de reais por dólares, entre as datas de assinatura e vencimento. Cada contrato equivale a US$50.000,00, e o lote mínimo é de cinco papéis.

  • Características contrato futuro do dólar:
    • Código: DOL; 
    • Cotação: conversão de US$ em reais;
    • Tamanho do contrato: US$50.000,00;
    • Lote padrão: 5 contratos;
    • Liquidação: financeira;
    • Meses de vencimento: todos os meses;
    • Data de vencimento: 1º dia útil do mês de vencimento;
    • Margem de garantia normal: 10% do contrato.
  • Euro: o contrato futuro de euro pode ser utilizado tanto para hedge quanto para especulação sobre o preço futuro da moeda. Na data de liquidação, o lucro ou o prejuízo é expressado pela diferença da taxa de câmbio de reais para euros existentes nas datas de operação e vencimento do papel. Cada contrato equivale a €50.000,00, e o lote mínimo é de cinco contratos.
  • Características contrato futuro do euro:
    • Código: EUR;
    • Cotação: conversão de  € em R$;
    • Tamanho do contrato: €50.000,00;
    • Lote padrão: 5 contratos; 
    • Liquidação: financeira; 
    • Meses de vencimento: todos os meses;
    • Data de vencimento: 1º dia útil do mês de vencimento.

Contrato futuro de commodities 

Por fim, o 4º segmento abrangido pelos contratos futuros são as commodities. Esse, inclusive, foi o tipo de produto que deu origem a essa modalidade de negociação. Hoje, além de hedgers, esses contratos também são populares entre especuladores. 

No total, são aproximadamente 10 tipos de ativos existentes. Os mais populares são o boi gordo, o milho, o café, a soja e o ouro. Explico todos eles na sequência:

  • Boi Gordo: o fato do Brasil ser o maior exportador de carne bovina do mundo faz do boi gordo uma das principais commodities negociadas no país. O contrato futuro do boi gordo é utilizado, principalmente, em estratégias de proteção de preço por produtores, empresas de corte e outros personagens do segmento. 

Os contratos cheios equivalem a 330 arrobas. Já o minicontrato equivale a 33 arrobas (10% do tamanho normal).

  • Características contrato futuro do Boi Gordo:
    • Código: BGI;
    • Cotação: reais por arroba líquida, com duas casas decimais;
    • Tamanho do contrato: 330 arrobas líquidas;
    • Lote padrão: 1 contrato;
    • Liquidação: financeira;
    • Meses de vencimento: todos os meses;
    • Data de vencimento: última sessão de negociação do mês de vencimento do contrato;
    • Margem de garantia normal: 3,34% do contrato.
  • Milho: outra commodity bastante popular, o milho é utilizado como matéria-prima para produção de diferentes produtos, além de ser produzido em diferentes regiões, o que garante sua oferta ao longo de quase todo o ano. 

Uma vez que as negociações tendem a ocorrer somente em períodos de safra e entressafra, os contratos futuros funcionam, contudo, como estratégia de proteção para produtores e indústria. O lote padrão é de 450 sacas de 60kg.

  • Características contrato futuro do Milho:
    • Código: CCM;
    • Cotação: reais por saca, com duas casas decimais;
    • Tamanho do contrato: 450 sacas de 60kg líquidos;
    • Lote padrão: 1 contrato;
    • Liquidação: financeira;
    • Meses de vencimento: janeiro, março, maio, julho, agosto, setembro e novembro;
    • Data de vencimento: dia 15 do mês de vencimento. Caso não haja sessão de negociação, a data de vencimento será a próxima sessão de negociação;
    • Margem de garantia normal: 5,49% do contrato.
  • Café Arábica Tipo 4/5: o Brasil é um dos principais produtores e exportadores do grão arábica, variedade popular nos mercados nacional e internacional. Assim como outras commodities agrícolas, o contrato futuro do café é amplamente utilizado como estratégia de hedge por produtores e pela indústria.

A grande diferença deste contrato é  que sua liquidação é  física. Seu lote padrão é de 100 sacas de 60kg. Já o minicontrato corresponde a 10 sacas.

  • Características contrato futuro do Café Arábica Tipo 4/5:
    • Código: ICF;
    • Cotação: dólares dos Estados Unidos por saca, com duas casas decimais;
    • Tamanho do contrato: 100 sacas de 60kg líquidos;
    • Lote padrão: 1 contrato;
    • Liquidação: física;
    • Meses de vencimento: março, maio, julho, setembro e dezembro;
    • Data de vencimento: 6º dia útil anterior ao último dia útil do mês do vencimento. Caso não haja sessão de negociação, a data de vencimento será a próxima sessão de negociação;
    • Margem de garantia normal: 4,88% do contrato.
  • Soja: o Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo, o que faz do produto a principal commodity nacional. O contrato futuro de soja funciona, principalmente, como ferramenta de proteção de preço para o agronegócio.

O valor do contrato é baseado no preço de exportação do produto no porto de Santos, e sua liquidação é calculada em dólares por toneladas, segundo o índice S&P Global Platts. O tamanho do lote padrão é de 34 toneladas métricas.

  • Características contrato futuro da Soja:
    • Código: SOY;
    • Cotação: dólares dos Estados Unidos por tonelada, com duas casas decimais;
    • Tamanho do contrato: 34 toneladas métricas;
    • Lote padrão: 1 contrato; 
    • Liquidação: financeira; 
    • Meses de vencimento: todos os meses; 
    • Data de vencimento: décimo sexto dia do mês anterior ao mês de referência. Caso não haja sessão de negociação, a data de vencimento será a próxima sessão de negociação;
    • Margem de garantia normal: 4,32% do contrato.
  • Ouro: embora os contratos futuros — sobretudo os de commodities — sejam comumente relacionados aos produtos agrícolas, também existem contratos futuros de outras naturezas, como os minérios. Um exemplo bem conhecido desse tipo de contrato é o ouro.

Historicamente conhecido como um dos metais mais preciosos do mundo, o ouro é  empregado na indústria, na fabricação de joias e, ainda, como reserva de valor. Seu investimento aumenta em momentos de crise. Além disso, trata-se de uma reserva durável e com liquidez internacional.

Na B3, a negociação do ouro se dá em reais por grama. A cotação é reflexo das expectativas do mercado internacional quanto ao mercado interno e a variação do dólar.

  • Características contrato futuro do Ouro:
    • Código: OZ1;
    • Cotação: reais por grama, com até três casas decimais;
    • Tamanho do contrato: 250 gramas de ouro fino;
    • Lote padrão: 1 contrato;
    • Liquidação: física;
    • Meses de vencimento: todos os meses;
    • Data de vencimento: última sessão de negociação do mês anterior ao mês de vencimento.

Minicontratos

Como visto, os minicontratos foram criados como uma maneira de popularizar o mercado futuro, possibilitando aportes de pequenos investidores. Na prática, tratam-se de versões reduzidas de contratos futuros de compra e venda.

A ideia funcionou tão bem que, hoje, os minicontratos são considerados os ativos com maior liquidez da B3. Ou seja, são os produtos com o maior número de ofertas e negociações diárias da bolsa brasileira. 

Os minicontratos mais populares do Brasil seguem sendo os pioneiros neste tipo de negócio: o mini-índice Ibovespa (win) e o minidólar (win).

Tanto o mini-índice quanto o minidólar equivalem a 20% de seus contratos cheios. Assim, a cotação do primeiro é de R$0,20 para cada ponto do índice. Já o segundo é de US$10.000,00, com a vantagem extra do lote também ser reduzido para um quinto.

  • Características minicontrato futuro do Ouro:
    • Código: WDO;
    • Cotação: conversão de US$ em R$;
    • Tamanho do contrato: US$10.000,00;
    • Lote padrão: 1 contrato;
    • Vencimento: todos os meses;
    • Data do vencimento: 1 dia útil do mês;
    • Margem day trade: 450 reais por contrato;
    • Margem de garantia normal: 13% do contrato custo operacional por contrato 0,3 ponto day trade 0,5 ponto normal.
  • Características minicontrato futuro Ibovespa:
    • Código: WIN;
    • Cotação: 20 centavos por ponto;
    • Tamanho do contrato: contrato cheio dividido por 5 e multiplicado pelo número de pontos;
    • Lote padrão: 1 contrato;
    • Vencimento: meses pares;
    • Data do vencimento: quinta mais próxima do dia 15;
    • Margem day trade média: R$190,00 por contrato;
    • Margem de garantia normal: 16% do contrato.

Tanto os contratos cheios quanto os minicontratos têm se expandindo de acordo com as demandas de mercado. Atualmente, existem inúmeras opções de minicontratos, sendo os mais populares: euro, S&P 500, soja, café arábica, boi gordo, entre outros. 

Já a lista de contratos futuros convencionais é ainda maior, contando com mais de 20 opções entre commodities, taxas de juros, índices de mercado e moedas. A lista completa pode ser acessada no site da B3

Quais são as principais siglas do mercado futuro? 

Como você já deve ter reparado, cada contrato futuro é identificado por uma sigla. Esse código, utilizado para ajudar o investidor a identificar cada produto, é composto por quatro letras — ou três letras, o número 1 (de modo a manter o padrão de caracteres) — e dois números. A primeira metade representa o ativo adjacente, e a segunda diz respeito ao vencimento do papel. 

As nomenclaturas de contratos mais comuns do mercado futuro são:

  • Café Arábica: ICF;
  • Boi gordo: BGI;
  • Milho: CCM; 
  • Índice S&P 500: ISP;
  • Dólar: DOL; 
  • Mini Dólar: WDO;
  • Índice bovespa: IND; 
  • Mini Índice Bovespa: WIN;
  • Juros DI: DI1.

Cada uma dessas siglas, conforme adiantei, é complementada por mais três caracteres que indicam a data de liquidação do contrato. Cada mês é representado por uma letra em específico, e o ano é simbolizado por seus dois números finais. Ou seja, a sigla de um papel com vencimento em 2024 termina em 24.

Os meses são identificados pelas seguintes letras:

  • F = janeiro;
  • G = fevereiro;
  • H = março;
  • J = abril;
  • K = maio;
  • M = junho;
  • N = julho;
  • Q = agosto;
  • U = setembro;
  • V = outubro;
  • X = novembro;
  • Z = dezembro.

Para que tudo fique mais claro, observe como ficaria a nomenclatura de alguns papéis com vencimento em junho de 2024:

  • Mini-índice: WINM24;
  • Minidólar: WDOM24;
  • Índice cheio: INDM24;
  • Dólar cheio: DOLM24;
  • Ouro: OZ1M24;
  • Soja: SOYM24;
  • Café arábica: ICFM24.

Lembre que cada contrato futuro conta com data e mês de vencimento específicos. Decorando as siglas, com o tempo, todas essas informações serão absorvidas naturalmente. Na dúvida é só recorrer aos exemplos expostos ao longo deste tópico.

Qual a diferença entre contrato futuro e contrato a termo? 

O fato do contrato futuro e do contrato a termo serem considerados derivativos —  isto é, ativos que derivam de um ativo adjacente — , faz com que esses termos sejam comumente confundidos. Entretanto, esses papéis contam com uma diferença significativa: a forma como são liquidados.

Considerada como a operação de derivativo mais simples do mercado futuro, os contratos a termo podem ser definidos como um compromisso de compra e venda a ser realizado em data futura, por um preço definido antecipadamente. Nesse modelo de operação, ambas as partes são obrigadas a cumprir com o acordado na data de vencimento. Assim, o contrato não pode ser repassado ou liquidado por ninguém antes da data estabelecida.

Diferentemente do contrato a termo, o contrato futuro pode ser vendido antes da data de vencimento, o que, consequentemente, lhe confere maior liquidez.

Além disso, outro fator relevante ao comparar esses dois tipos de negociação é que os contratos futuros são os únicos derivativos negociados exclusivamente na bolsa de valores. Isso, conforme expliquei, faz com que esses ativos sejam mais padronizados

Como investir em contratos futuros? 

Embora, dado seu funcionamento específico, os contratos futuros possam ser vistos como produtos financeiros de um mercado à parte dentro da bolsa de valores, a forma de se investir nesses papéis não se difere muito do passo a passo para operar com ativos mais conhecidos como as ações. 

Para começar a operar contratos futuros é só seguir as etapas abaixo:

  • Abra conta em uma corretora: para começar a operar é preciso, primeiro, escolher uma corretora, uma vez que essas instituições financeiras atuam como intermediadoras entre os investidores e a bolsa de valores. Caso você não tenha nenhuma recomendação ou nome em mente, um bom começo é observar a lista de instituições certificadas disponível no site da B3;
  • Transfira dinheiro para a corretora: definida a corretora, é hora de transferir  — via TED ou DOC — a essa instituição os valores que serão aplicados em seus investimentos; 
  • Estude os contratos futuros: como visto, existem diferentes modalidades de contrato futuro, cada qual atrelada a um ativo adjacente específico. Além disso, dados como o tamanho do lote, a margem de garantia, a data e a forma de resgate, variam de ativo para ativo. O recomendado antes de qualquer aplicação, portanto, é estudar muito bem qual a modalidade que mais se adequa às suas expectativas. 

Lembre que uma boa corretora tem o dever de sanar suas dúvidas, além de indicar as melhores oportunidades para seu perfil;

  • Escolha suas aplicações: uma vez definido o tipo de contrato futuro em que se pretende fazer aportes, basta acessar o home broker da corretora —  plataforma online que te permite acompanhar todas as cotações da B3 —  e inserir o ticker  ou seja, o código do ativo —  do seu interesse. Por exemplo:
  • BGI: boi gordo;
  • DOL: dólar;
  • ICF: café;
  • IND: Ibovespa;
  • ISP: S&P 500;
  • SOY: soja;
  • WIN: mini-índice Ibovespa;
  • WDO: minidólar;
  • Defina as especificidades da compra: uma vez selecionado os tickers, é necessário definir o número de contratos e valores na janela de ordens. Não menos importante, é preciso definir também a data de vencimento. O mês deve ser selecionado de acordo com a letra de referência — segundo o esquema que mostrei anteriormente — e, para o ano, é preciso considerar os dois últimos dígitos.

Para ficar mais claro, um contrato de café com prazo para agosto de 2024 ficaria assim: ICFQ24. 

Onde: 

  • ICF = café;
  • Q = agosto;
  • 24 = 2024;
  • Emita a ordem de compra e acompanhe o desempenho: tendo preenchido todos os campos de identificação e valores a serem aportados, basta emitir a ordem de compra. Depois disso, é só acompanhar a evolução diária no preço das cotações para saber quando manter a posição ou se livrar de um papel.

Explicado o passo a passo de como investir em contratos futuros, deixo um par de dicas importantes a se considerar ao fazer esse tipo de investimento:

  • Cuidado com as alavancagens: as características próprias do contrato futuro fazem dele um dos ativos mais utilizados para alavancagem, que significa operar valores superiores ao que se tem em caixa. Isso ocorre porque o investidor não necessita pagar o valor total do contrato ao adquiri-lo, recebendo, ao final, apenas o valor relativo à operação —  ou, em um cenário ruim, pagando apenas o valor do prejuízo. Esse tipo de estratégia, entretanto, só deve ser utilizada por investidores experientes. Afinal, os prejuízos podem ser irremediáveis para aqueles que não têm tanto domínio sobre o mercado;
  • Atenção à margem de garantia: apesar do investidor não precisar fazer aportes que correspondam ao valor cheio dos contratos futuros, para que possa manter suas negociações, é obrigado a assegurar a margem de garantia determinada. Esse valor varia de acordo com cada ativo, sendo um ponto importante a se considerar no momento de decidir entre um contrato em detrimento do outro. Dado a importância desse tópico, explicarei ele com maior cuidado na sequência.

Qual a margem para operar um contrato de índice futuro?

A margem de garantia funciona como uma comprovação de que o investidor é capaz de cobrir os prejuízos de eventuais contratos futuros que tenham se comportado de maneira não esperada. Esse valor fica depositado na corretora em forma de ações, títulos públicos ou títulos de renda fixa. 

Como cada modalidade de contrato tem valor e tamanho próprios, essa margem, consequentemente, também varia de ativo para ativo

Seguem alguns exemplos de valores de margens de garantia:

  • Índice Ibovespa: 16% do contrato (R$19.200,00, considerando 120.000 pontos);
  • Mini-índice Ibovespa: 16% do contrato (R$3.840,00, considerando o mesmo dado do exemplo anterior);
  • Dólar: 15%  (R$180.000,00 considerado uma cotação de R$4,80 e um lote de cinco contratos);
  • Minidólar: 15% (R$7.200,00).

Esses valores, é importante citar, são para contratos futuros nos quais o investidor pretenda manter sua posição. Em operações de day trade, onde os contratos são liquidados no mesmo dia, a garantia é bastante menor. Como exemplo, a margem day trade média do Ibovespa é de R$1.000,00, enquanto a do mini-índice é de apenas R$100,00.

A margem de garantia não deve ser compreendida como um custo ou um aporte aplicado. Esse valor só será deduzido em situações onde o investidor tenha que cobrir prejuízos

Caso o contrato futuro resulte em lucros, a margem é devolvida e pode ser movimentada livremente. Em um cenário completamente oposto, onde 

as perdas superam a margem de garantia, o investidor precisará, ainda, pagar essa diferença. 

Uma vez que a alavancagem amplia os resultados, sejam eles positivos ou negativos, não é recomendado que o investidor opere acima do limite da margem.

Quais são as vantagens desse tipo de investimento? 

A popularização dos contratos futuros pode ser atestada pela expansão constante de novos produtos regulados, como também pela demanda de minicontratos — os ativos mais negociados da bolsa de valores. O desenvolvimento desse mercado, obviamente, não ocorre ao acaso. É, na verdade, puxado pelas vantagens que oferece: alta liquidez, diversificação da carteira e possibilidade de alavancagem.

Desenvolvido como uma maneira de proteger o preço de commodities agrícolas, o mercado futuro se adequou rapidamente aos outros segmentos de mercado e às outras estratégias de investimento. Abaixo, sublinho os principais motivos que proporcionaram essa evolução.

Liquidez nos contratos futuros 

Diferentemente de outros derivativos, os contratos futuros podem ser negociados livremente mesmo antes da data de liquidação. Uma vez que o volume de dinheiro negociado diariamente é bem alto —  cerca de 100 bilhões de reais ao dia, o que equivale, por exemplo, a 10 vezes o valor movimentado pelas ações —, não é complicado adquirir ou repassar um contrato. 

Essa alta liquidez é um grande atrativo em investimentos tão valiosos. A facilidade de encerrar uma posição e de resgatar o dinheiro em caixa garante maior segurança ao investidor. Afinal, fica mais fácil evitar grandes prejuízos ou aproveitar os lucros de um momento inesperado de alta.

Diversificação nos contratos futuros 

Os contratos futuros abrangem uma grande gama de segmentos de mercado, oferecendo diferentes opções de derivativos de commodities e ativos financeiros.

São, portanto, uma ótima opção para diversificar carteiras de investimento. Como o volume e a diversidade de ativos do mercado futuro negociados diariamente é bastante grande, os riscos de adquirir esses ativos é menor — e a possibilidade de rendimentos é significativa.

Ao aplicar em diferentes ativos, o investidor blinda seu patrimônio de eventuais quedas puxadas pela depreciação de um bem específico. Explicado de outro modo, ao investir em diferentes produtos, a possível desvalorização de algum deles é facilmente suprida ou superada pela valorização dos demais.

Alavancagem nos contratos futuros 

Sei que apenas alguns parágrafos atrás, preguei atenção à alavancagem. Mas não se preocupe, não estou me contradizendo. Afinal, poder operar grandes valores acima do que o investidor dispõe pode lhe proporcionar grandes ganhos e oportunidades que, de outra forma, não seriam possíveis.

A alavancagem, quando utilizada por quem tem domínio do mercado ou do segmento em que investe, é, sim, uma excelente vantagem. Com apenas o resguardo de uma margem de garantia, quem investe encontra possibilidades de obter lucros bastante expressivos, mesmo com aportes menores.

Além das três grandes vantagens elencadas acima, é possível dizer que outro bônus oferecido pelo mercado futuro é a flexibilidade. Essa é, ao fim, uma operação que permite ao investidor lucrar tanto com a queda, quanto com a alta dos ativos. Para isso, quem investe tem que ter o cuidado de saber ler o mercado, de modo a saber até quando manter sua posição.

Contratos futuros são seguros? 

Semelhante às ações, os contratos futuros são produtos de renda variável e altamente suscetíveis às flutuações do mercado. Em palavras mais simples, são operações consideradas de alto risco e recomendadas apenas para investidores experientes e de perfil arrojado. 

Por mais que a porcentagem de produtores e agricultores que se valem desses contratos agora seja ínfima quando comparada ao número de especuladores, a estratégia original de se valer desses papéis como estratégia de proteção de preço ainda é uma boa alternativa para blindar a produção dos riscos do mercado

Vale destacar, porém, que mesmo essa medida deve ser utilizada com alguma ponderação. Às vezes, o cuidado extremo em manter um preço seguro pode também ser um limitante para maiores ganhos.

Como visto, os contratos futuros são flexíveis, possuem boa liquidez e propiciam alavancagem. Apesar de serem boas vantagens, essas mesmas características também podem ser observadas por um viés mais conservador. A alavancagem, por exemplo, pode possibilitar lucros maiores, mas também prejuízos igualmente grandes.

Já a possibilidade de entrar ou sair de posição, independentemente de se estar em um período de queda ou valorização, não significa que a operação será um sucesso. O risco de mercado é uma constante. Por mais que suas estratégias sejam bem embasadas, fatores internos ou externos sempre podem fazer os preços flutuarem de maneira contrária à esperada.

Dito isso, reforço que há maneiras de minimizar os riscos e se aproveitar das oportunidades desse mercado tão movimentado. Primeiramente, comece jogando baixo até se acostumar com as operações e dominar o segmento. 

Por fim, o mais importante: sempre mantenha uma carteira diversificada. Não aposte em um ativo apenas, ainda mais em um mercado tão volátil quanto o de contratos futuros.

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Comentários

Pedro - 07/12/2019

Ali no ICF o valor do contrato não seria mutiplicado por 100? Está assim> Valor do contrato: Preço da saca multiplicado por "10" sacas multiplicado pela cotação do dólar;

Kleber Stumpf - 10/12/2019

Olá, Pedro, tudo bem? Isso mesmo, deve ser multiplicado por 100. Nos desculpe o erro e muito obrigado pela sua observação. Já estaremos alterando o número. ;) Visite meu canal no YouTube! Adquira nosso curso completo para as provas da CPA 10. Siga a gnt no Instagram Siga a gnt no Instagram e não esqueça de compartilhar nosso conteúdo para que possamos continuar com a educação financeira gratuita. Tenha acesso aos materiais de estudos da TopInvest Um abraço, Kléber Stumpf

Pedro - 12/12/2019

Irei seguir vocês la, obrigado pela atenção e parabéns pelo site de vocês; eu estava procurando entender essa parte de contratos futuros para um sistema ao qual estou trabalhando, e encontrei as informações que precisava aqui de maneira simples. Abraço

Kleber Stumpf - 12/12/2019

Olá, Pedro, tudo bem? Que bom ler seu feedback, ele é muito importante para podermos criar mais conteúdos. E ainda saber que você está aproveitando! Bora aproveitar com tudo! :) ;) Visite meu canal no YouTube! Siga a gnt no Instagram Siga a gnt no Instagram e não esqueça de compartilhar nosso conteúdo para que possamos continuar com a educação financeira gratuita. Tenha acesso aos materiais de estudos da TopInvest Um abraço, Kléber Stumpf