Sabe quando você abre a Netflix para relaxar e, diante de tantas opções, acaba sem saber o que assistir? Com os investimentos, pode acontecer o mesmo.

Ações, Poupança, títulos do Tesouro, fundos de investimento, fundos imobiliários, moedas, criptomoedas, commodities… A lista é vasta. E o mais desafiador: cada produto funciona de uma forma própria, variando em risco, emissor, forma de retorno, taxas, e por aí vai.

É muita informação, eu sei. Mas, calma! Essa diversidade, na verdade, é uma vantagem. Com tantas opções, certamente há uma ou mais que se encaixam no seu perfil. O segredo é saber escolher.

O primeiro passo, claro, é entender as opções disponíveis e suas particularidades. E é isso que este artigo vai te ajudar a fazer. Como um guia prático, ao longo deste texto, vou apresentar os principais produtos de investimento e esclarecer algumas dúvidas comuns sobre o tema.

Entre os tópicos que vamos abordar, estão:

  • O que é um produto de investimento?
  • Quais os tipos de produtos de investimento?
  • Quais são os produtos de investimento?
  • Qual é o melhor produto para investir?
  • Quais são os tipos de investimentos mais seguros?
  • Como escolher um produto de investimento?
  • Como investir no mercado financeiro?

Vamos aprender juntos?

O que é um produto de investimento?

Em economia, investir significa aplicar dinheiro com a expectativa de obter um retorno financeiro no futuro. Em outras palavras, é uma forma de rentabilizar suas economias. Os produtos de investimento englobam todos os ativos que podem ser adquiridos com esse propósito, como ações, títulos do Tesouro, cotas de fundos e até bens físicos, como imóveis.

Investir pode ajudar a proteger seu patrimônio contra a inflação, garantindo que seu dinheiro mantenha ou aumente seu poder de compra ao longo do tempo. Além disso, muitos investimentos permitem gerar renda passiva — ou seja, ganhar dinheiro sem precisar trabalhar ativamente para isso.

Mas atenção: essa é uma meramente uma definição generalista. Na prática, cada tipo de investimento tem características próprias que precisam ser compreendidas. Para investir de forma eficiente, é essencial conhecer as opções disponíveis e entender como cada uma se encaixa nos seus objetivos financeiros. 

Por isso, na sequência, explicarei quais são os principais investimentos e como cada um deles funciona.

Quais os tipos de produtos de investimento?

A divisão mais comum é baseada no risco. Nesse caso, os investimentos se agrupam em dois grandes tipos: renda fixa e renda variável

Com tantas opções de produtos, classificar os investimentos ajuda a filtrar escolhas e montar uma carteira mais equilibrada. Dá para dividi-los, por exemplo, por prazo, liquidez, tributos, a depender do que é mais relevante para o investidor.

A seguir, explico os pormenores de cada um deles.

Renda fixa

A renda fixa é caracterizada pela previsibilidade e segurança. Nesse tipo de investimento, as regras de rentabilidade e prazos são definidos de antemão, permitindo que o investidor tenha uma noção mais clara de quando e quanto pode receber por aplicação.

Os investimentos de renda fixa podem ser divididos em três tipos, de acordo com a forma de rendimento (ou seja, o tipo de juros):

  • Investimentos prefixados: oferecem uma taxa de juros fixa, definida no momento da aplicação e que se mantém a mesma até o resgate;
  • Investimentos pós-fixados: a rentabilidade acompanha um indicador do mercado, como a Selic ou o CDI, e varia conforme ele sobe ou desce;
  • Investimentos híbridos: combinam as duas modalidades anteriores. Parte do rendimento é fixa, enquanto a outra segue a variação de algum índice de inflação, como o IPCA. 

Alguns exemplos conhecidos de investimentos de renda fixa incluem: caderneta de poupança, títulos do tesouro, CDB, LCI e LCA, CRI e CRA, apenas para citar alguns. 

Por seu grau de segurança, essa categoria é ideal para iniciantes ou para quem prefere evitar riscos e proteger o patrimônio, mesmo que isso signifique abrir mão de ganhos maiores.

Renda variável

Se a renda fixa é previsível, a renda variável é o oposto. Aqui, os ganhos (ou perdas) dependem das oscilações do mercado, sem garantias de rendimento.

Seguindo a máxima conhecida do mercado quanto maior o risco, maior a chance de retorno, o grande atrativo desse tipo de investimento está no alto potencial de lucro. Mas é importante lembrar: não há garantias de que isso vá acontecer.

Os tipos de investimentos de renda variável mais conhecidos são: ações, Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), criptomoedas, entre outros.

Diferente dos produtos de renda fixa, esses investimentos são indicados para investidores com alguma experiência, que buscam retornos maiores e aceitam correr mais riscos.

Quais são os produtos de investimento?

A lista de produtos de investimento que existe é grande, e alguns dos principais são: 

  • CDB;
  • CRI e CRA;
  • LCI e LCA;
  • Tesouro Direto;
  • Debêntures;
  • Fundos de Investimento (FIs);
  • Fundos Imobiliários (FIIs);
  • ETFs;
  • Ações;
  • BDR;
  • Criptomoedas;
  • Contratos Futuros;
  • Opções;
  • Poupança;
  • Ouro;
  • Imóveis.

Por mais que o número de investidores no Brasil cresça ano após ano, ainda há muita gente que acredita que investimento é um assunto complicado, reservado para um pequeno grupo de pessoas com muito dinheiro. Nada mais longe da verdade.

 A variedade de produtos de investimento é tão vasta que, não importa o nível de conhecimento, renda ou objetivo, certamente, há algum tipo de investimento adequado para qualquer pessoa. Com tantas opções, na verdade, o desafio é encontrar a melhor opção. 

Para facilitar, abaixo apresento uma breve introdução sobre cada um dos produtos de investimento mais conhecidos:

CDB

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) são títulos de renda fixa emitidos por bancos para viabilizar seus serviços de crédito, como empréstimos e financiamentos.

Na prática, ao investir em um CDB, o investidor está “emprestando” dinheiro para o banco e recebe uma taxa de juros em troca, a qual pode ser fixa, atrelada a um indicador de mercado — normalmente, o CDI, taxa referência para depósitos interbancários e que acompanha de perto a Selic — ou híbrida.

Além da rentabilidade ser esclarecida desde a aplicação, a segurança desses títulos é reforçada pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), um mecanismo que protege investidores em caso de falência do banco emissor, garantindo a devolução de até R$250.000 por CPF e por instituição.

Apesar das vantagens, os CDBs estão sujeitos à cobrança de Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos e, em alguns casos, ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que pode reduzir os ganhos. Além disso, a liquidez — ou seja, a facilidade de resgate — varia. Alguns títulos permitem saque a qualquer momento, enquanto outros exigem manter o dinheiro investido até a data de vencimento.

CRI e CRA

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são títulos de renda fixa emitidos por securitizadoras. Eles funcionam como antecipação de valores que empresas do setor imobiliário (no caso do CRI) e do agronegócio (no CRA) têm a receber no futuro — originados de vendas a prazo.

A grande vantagem é que, por financiarem setores considerados estratégicos para o desenvolvimento do país, esses títulos são isentos de Imposto de Renda, o que aumenta sua rentabilidade. No entanto, não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), o que exige uma análise cuidadosa do emissor.

Outra característica importante é a liquidez: CRIs e CRAs são investimentos de longo prazo, sem possibilidade de resgate antecipado. Em compensação, costumam oferecer rendimentos mais atrativos do que outros produtos de renda fixa.

LCI e LCA

Assim como os CDBs, as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) também são títulos de renda fixa emitidos por bancos e segurados pelo FGC. A principal diferença é que o dinheiro arrecadado deve obrigatoriamente ser destinado ao financiamento dos setores imobiliário e do agronegócio, respectivamente.

Apesar de oferecerem juros mais baixos que os Certificados de Depósito Bancário, LCIs e LCAs são isentos de Imposto de Renda (IR). Porém, esses títulos geralmente não têm liquidez diária, obrigando o investidor a deixar o dinheiro investido até o vencimento para garantir o retorno esperado.

Tesouro Direto

Os títulos do Tesouro Direto são uma boa escolha para quem está começando a investir ou quer migrar o dinheiro guardado na poupança para um investimento com maior rentabilidade. São títulos emitidos pelo Governo Federal, ou seja, servem para arrecadar recursos para o funcionamento da máquina pública. 

Justamente por serem emitidos pelo governo, esses títulos são considerados os investimentos mais seguros que existem, já que o risco de inadimplência — o popular “calote” — é praticamente inexistente.

O Tesouro Direto oferece diversas opções, como:

  • Tesouro prefixado: a rentabilidade é  fixa e definida no momento da compra;
  • Tesouro IPCA: rentabilidade híbrida, atrelada à inflação (IPCA) mais uma taxa fixa de juros;
  • Tesouro RendA+: criado como um complemento para a aposentadoria, oferece pagamentos mensais corrigidos pela inflação;
  • Tesouro Selic: acompanha as variações da taxa básica de juros do Brasil, a Selic.

A principal vantagem desses títulos é a liquidez diária (exceto para o Tesouro RendA+), permitindo resgates a qualquer momento. Porém, existem custos, como a tarifa de custódia paga à B3. 

Debêntures

Títulos de dívida privada, as debêntures são, ao mesmo tempo, os investimentos mais arriscados e com maior potencial de retorno dentro da renda fixa. Tratam-se de títulos de dívida privada emitidos por empresas para captar recursos, geralmente para financiar projetos ou pagar dívidas, sem recorrer a empréstimos bancários, ou lidar com os custos e burocracias de lançar ações na bolsa de valores. 

Além de taxas de juros — que podem ser do tipo fica ou híbrida —, as debêntures podem ser emitidas com direitos adicionais ao pagamento do crédito. A depender disso, podem ser classificadas de diferentes formas:

  • Debêntures conversíveis: permitem trocar o valor do resgate por ações da empresa emissora;
  • Debêntures cupom zero: compradas com desconto, pagam o rendimento integralmente no resgate, que é a diferença entre o preço de compra e o valor de face;
  • Debêntures incentivadas: isentas de Imposto de Renda, financiam projetos de infraestrutura e setores prioritários;
  • Debêntures simples/ordinárias: pagam juros periódicos e devolvem o valor investido no vencimento;
  • Debêntures participativas: além de juros, o investidor participa dos lucros da empresa;
  • Debêntures perpétuas: sem prazo de vencimento, pagam juros enquanto a empresa operar;
  • Debêntures permutáveis: podem ser trocadas por ações de outra empresa;
  • Debêntures com warrants: acompanham um bônus que dá direito de comprar ações da empresa a um preço pré-estabelecido.

As debêntures oferecem uma possibilidade particularmente interessante para quem ainda não se sente preparado para investir em produtos de renda variável, mas busca alternativas para potencializar seus retornos. São, portanto, mais adequadas para investidores moderados, com alguma experiência. 

Diferente dos títulos públicos, não têm a proteção do FGC, ou seja, se a empresa emissora falir, o investidor pode perder o valor investido. Para minimizar esse risco, é importante verificar a classificação de crédito da empresa, feita por agências como Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch, que atribuem notas de risco, variando de AAA (segurança máxima) a D (inadimplente).

Fundos de Investimento (FIs)

Os Fundos de Investimento (FIs) são uma forma de aplicação coletiva. Ao adquirir cotas de um fundo, o investidor está unindo seu dinheiro ao de um grupo maior de investidores, pessoas físicas e jurídicas. 

Esse montante é administrado pelo gestor do fundo, um profissional do mercado financeiro, que toma sozinho as decisões de como aplicar esses recursos — o que vender, comprar ou manter —, sempre seguindo os limites estabelecidos nas políticas do fundo. 

Mensalmente, o retorno do fundo é proporcionalmente distribuído entre os cotistas, de acordo com a participação de cada um — ou seja, o número de cotas que possuem.

Existe uma grande variedade de FIs, tanto de renda fixa, quanto variável. De acordo com os tipos de produtos de investimento que constituem sua carteiras, os Fundos de Investimento podem ser classificados das mais diferentes formas, incluindo por exemplo:

  • Fundo cambial;
  • Fundo de ações;
  • Fundo de crédito privado;
  • Fundo de curto prazo;
  • Fundo de dívida externa;
  • Fundo de investimento em participações (FIP);
  • Fundo de renda fixa;
  • Fundo de renda fixa referenciado;
  • Fundo de tecnologia;
  • Fundo multimercado;
  • Fundo de previdência (PGBL e VGBL);
  • Fundo de ações setoriais;
  • Fundo de investimento no exterior;
  • Fundo de investimento sustentável.

Além de serem práticos — pois o gestor cuida de todo o processo —, os FIs oferecem uma forma simples de diversificação. Por meio deles, o investidor pode acessar uma carteira com diferentes ativos por meio de uma única aplicação, sem precisar escolher cada produto individualmente.

Dada a diversidade de fundos disponíveis, a maior precaução é analisar aqueles que melhor se adequam ao seu perfil de risco. Isso pode ser feito avaliando as características dos fundos e comparando com seus objetivos e tolerância a perdas.

Fundos Imobiliários (FIIs)

O funcionamento dos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) é igual ao de qualquer outro Fundo de Investimento. A diferença, como dá para deduzir, está no foco: o patrimônio desses fundos são aplicados em produtos de investimento atrelados ao mercado imobiliário, incluindo bens físicos (prédios comerciais, industriais, shoppings, entre outros) e títulos de dívida (CRIs e LCIs, por exemplo).

Para facilitar o entendimento, é como se você juntasse o seu dinheiro ao de um grupo para, juntos, adquirirem um ou conjunto de imóveis para alugar. Nesse sentido, tanto os custos — antes e depois da obra — são compartilhados, da mesma forma que o dinheiro recebido com o aluguel. Bastante claro, não é?

Os FIIs são comumente divididos em cinco grandes grupos, a depender do tipo de produto em que investem:

  • Fundos de tijolo: são assim chamados porque investem em imóveis físicos. Esses fundos, a depender do tipo de propriedade que possui em sua carteira, sã o subcategorizados em:
    • Fundo de agências bancárias;
    • Fundo de centros comerciais;
    • Fundo de galpões logísticos;
    • Fundo de hotelaria;
    • Fundo de imóveis de ensino (escolas e universidades);
    • Fundo de imóveis residenciais;
    • Fundo de lajes corporativas;
    • Fundo de shoppings;
    • Fundo de varejo.
  • Fundos de papel: investem em títulos de dívida atrelados ao setor imobiliário, como CRIs e LCIs;
  • Fundos híbridos: combinam investimentos em imóveis físicos e em títulos de dívida imobiliária, com o intuito de diversificar a carteira e melhorar os rendimentos;
  • Fundos de desenvolvimento: investem em imóveis físicos ainda em fase de construção e em terrenos. O retorno pode vir de aluguel ou da venda da propriedade, após a conclusão da obra;
  • Fundos de Fundos (FoFs): investem em cotas de outros fundos imobiliários, oferecendo uma alternativa para quem deseja diversificar ainda mais seus investimentos dentro do setor imobiliário.

ETFs

Sigla para Exchange-Traded Funds, os ETFs são Fundos de Investimento que seguem o desempenho de um índice econômico ou de um setor específico. Por isso, também são chamados de Fundos de Índice.

Eles espelham uma carteira teórica composta pelos ativos do índice de referência. Por exemplo, um ETF do Ibovespa contém as ações das empresas que fazem parte desse índice.

A gestão dos ETFs é, geralmente, passiva. Ou seja, o gestor apenas replica o índice, sem buscar superá-lo.

Ações

Produto de investimento mais conhecido da renda variável, as ações representam pequenas frações de uma empresa negociadas na Bolsa de Valores. Quem adquire uma ação está, portanto, comprando um pedacinho dessa companhia. Em outras palavras, o acionista se torna um sócio da empresa e passa a compartilhar de seu desempenho, o que inclui os lucros e também os prejuízos. 

O lucro dos acionistas pode vir de duas formas: dos dividendos, que são uma parcela do lucro da empresa distribuída periodicamente aos acionistas; e da valorização do preço da ação, permitindo vender por um valor maior do que o pago na compra.

Embora acionistas sejam tecnicamente sócios, seu poder de decisão varia conforme o tipo de ação:

  • Ordinárias (ON): garantem direito a voto em assembleias.
  • Preferenciais (PN): dão prioridade no recebimento de dividendos, mas sem direito a voto.
  • Units: pacotes que combinam ações ordinárias e preferenciais.

As ações também são classificadas pelo valor de mercado da empresa emissora (market cap):

  • Blue chips: referência a ficha mais valiosa do jogo de pôquer, as blue chips são as ações das gigantes do mercado, empresas consolidadas, líderes de seus setores;
  • Mid caps: são as ações de empresas médias (capitalização entre R$2 e 10 bilhões), com potencial de crescimento e menor risco de liquidez;
  • Small caps: são ações de empresas menores ou emergentes, mais arriscadas e menos líquidas, mas com alto potencial de valorização.

BDR

Sigla de Brazilian Depositary Receipt, os BDRs são títulos representativos de empresas estrangeiras negociados em real na B3, a bolsa de valores do Brasil.  Eles permitem que o investidor brasileiro tenha acesso a algumas das companhias mais conhecidas do mundo sem precisar abrir conta no exterior.

Ao investir em um BDR, o investidor não compra diretamente a ação da empresa, mas sim um título lastreado nesses papéis, que são mantidos sob custódia no exterior.

Atualmente, há cerca de 900 BDRs disponíveis na bolsa brasileira, abrangendo empresas globais como Google, Nike, Netflix e Amazon. Além disso, também existem BDRs de ETFs, que são fundos passivos que replicam índices internacionais, como o S&P 500, que acompanha o desempenho das 500 maiores companhias de capital aberto dos Estados Unidos.

Criptomoedas

Um dos investimentos mais comentados do momento, as criptomoedas funcionam basicamente como um tipo de dinheiro digital. São, em poucas palavras, como moedas fiduciárias comuns — real, dólar, euro, entre outros —, podendo ser utilizadas para compra ou guardadas como reserva de valor, porém não possuem representatividade física. Isto é, não são impressas em papel-moeda.

Outra característica importante é que as transações de criptomoedas são feitas pelo uso da blockchain, tecnologia que permite que as transferências e emissões de novas moedas sejam realizadas sem a necessidade de intermediação de governos ou instituições bancárias.

O grande atrativo desse tipo de produto, qualquer um sabe, é o enorme potencial de valorização. O maior exemplo disso, claro, é a famosa bitcoin — a mais famosa e mais famosa das criptomoedas —, que saltou de menos de 1 centavo de real em 2010 para mais de R$550.000,00 em 2025.

O, porém, é que por ser um produto relativamente recente e ainda com alguma suspeita por perto do mercado financeiro tradicional, as criptomoedas são extremamente voláteis — muito mais do que as ações. Traduzindo: o preço desses ativos pode subir ou cair vertiginosamente de um momento para o outro. Nem preciso dizer: não são investimentos indicados para quem tem aversão ao risco.

Contratos Futuros

Os contratos futuros, ou simplesmente “derivativos”, são acordos de compra ou venda de um ativo por um preço fixado, com liquidação em uma data futura. 

Esses ativos podem ser commodities, como milho e boi gordo, ou ativos financeiros, como moedas, índices e taxas de juros. Entre os principais contratos futuros negociados na bolsa de valores, estão:

  • Contratos futuros de índices;
  • Contratos futuros de taxa de juros;
  • Contratos futuros de moedas;
  • Contratos futuros de commodities, incluindo:
    • Futuro do Boi Gordo;
    • Futuro do Milho;
    • Futuro do Café Arábica;
    • Futuro da Soja;
    • Futuro do Ouro.

Os investidores utilizam contratos futuros para especulação ou proteção (hedge). Quem compra um contrato espera que o ativo se valorize até a data de vencimento, enquanto quem vende busca garantir o valor atual, protegendo-se contra oscilações futuras.

Esse mercado permite ganhos tanto com a alta quanto com a queda dos preços, tornando-se uma opção avançada de aplicação, para investidores experientes que desejam diversificar suas estratégias de investimentos.

Opções

As opções são contratos que dão ao investidor o direito – mas não a obrigação – de comprar um ativo por um preço pré-determinado até uma data futura. Quem vende a opção, por outro lado, tem o dever de cumprir a negociação caso o titular decida exercê-la.

Para entender melhor, pense nas opções como uma espécie de seguro:

  • Opção de venda (PUT): funciona como um seguro de carro. Se o preço do ativo cair, o investidor pode vender pelo valor acordado, protegendo-se contra perdas.
  • Opção de compra (CALL): lembra um sinal pago para reservar um imóvel. O investidor garante o direito de comprar o ativo por um preço fixo no futuro, caso ele valorize.

Como esse direito tem valor, o investidor que compra uma opção paga um prêmio para adquiri-la. Esse prêmio varia conforme fatores como o preço do ativo, tempo até o vencimento e volatilidade do mercado.

Assim como os contratos futuros, as opções podem ser utilizadas tanto para proteção contra oscilações de preço quanto para especulação. Elas também permitem ganhos alavancados, quando o investidor investe acima do que realmente possui, aproveitando os movimentos do mercado. São, como dá para notar, produtos utilizados em estratégias mais avançadas de investimento.

Poupança

O investimento mais antigo e mais querido entre os brasileiros, a caderneta de Poupança funciona como uma conta bancária simples, mas com rendimento. É, portanto, um lugar seguro para deixar as economias salvas e,de quebra, ganhando uma pequena recompensa. Bom, não é?

Nem tanto. Apesar da praticidade da poupança, sua rentabilidade é a menor entre todos os produtos de investimento de renda fixa, incluindo a de ativos tão ou mais seguros, como os Títulos do Tesouro.

Sua rentabilidade obedece as regras baixo:

  • Se a Selic for superior a 8,5% ao ano: o rendimento será de 0,5% ao mês, acrescido da variação da Taxa Referencial (TR), que geralmente é zero ou próxima disso;
  • Se a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano: o rendimento será de 70% da Selic, mais a TR.

Apesar de ter um retorno bastante modesto, a Poupança guarda ainda algumas vantagens: é isenta de IR e possui proteção do FGC.

Ouro

O ouro é um dos ativos mais tradicionais do mercado e costuma ser utilizado como proteção contra a inflação e crises econômicas. Por ser um metal precioso e escasso, seu valor não depende diretamente de governos ou bancos centrais, diferentemente das moedas fiduciárias, como o real ou o dólar.

No entanto, isso não significa que o ouro seja um investimento seguro. Seu preço varia de acordo com a oferta e a demanda globais e pode ser influenciado por fatores econômicos e geopolíticos, tornando-o um ativo de renda variável.

Os principais meios de investir em ouro incluem:

  • Mercado futuro: contratos que estabelecem a compra ou venda de ouro a um preço determinado para uma data futura;
  • Fundos de investimento: aplicações coletivas em ativos relacionados ao ouro, permitindo exposição ao metal sem precisar comprá-lo fisicamente.

Imóveis

Quem aí nunca sonhou em comprar imóveis e viver com a renda dos aluguéis? Ter um imóvel tangível com essa finalidade é uma forma tradicional de investir.

Mais do que gerar uma fonte de rendimento mensal, investir em imóveis também é um modo de proteger o dinheiro contra a inflação. Afinal, o preço desse tipo de bem tende a subir com o passar dos anos. 

O grande desafio, evidentemente, está no alto custo inicial. Comprar uma casa própria já não é simples; acumular capital para adquirir outros imóveis pode levar bastante tempo. Além disso, quem investe diretamente em propriedades físicas precisa considerar despesas extras, como reformas e tributos

Outro ponto importante: não há garantia de ocupação contínua. Se o imóvel ficar vago, a renda dos aluguéis simplesmente desaparece. Já para quem compra com a intenção de reformar e vender, o maior obstáculo é a baixa liquidez. Imóveis são bens de difícil revenda, pois nem todo mundo tem capital suficiente para um investimento desse porte. Não é raro demorar meses e mesmo anos para encontrar um comprador.

Qual é o melhor produto para investimento?

Como cada investimento tem seus prós e contras, o ideal para você pode não ser o mesmo para outra pessoa. Logo, o melhor investimento é aquele que se encaixa no seu perfil de investidor, objetivos e expectativas com a aplicação.

Por isso, uma pergunta mais adequada seria: “Qual o melhor investimento para mim?”

A resposta agora é: aquele que mais combina com seus objetivos financeiros e seu perfil de risco. Para isso, algumas relações básicas podem servir como ponto de partida:

  • Risco x retorno: via de regra, quanto maior o risco, maior o potencial de ganho (e de perda);
  • Prazo x objetivo: quer trocar de carro no fim do ano? Então precisa de um investimento com liquidez rápida. Está pensando na aposentadoria? Aí, faz sentido buscar produtos de longo prazo.

Claro, essa é uma forma simplificada de pensar sobre investimentos, mas já é um ótimo ponto de partida. Acredite: ao cruzar esses dois fatores — perfil de risco e objetivos — ficará muito mais fácil filtrar as opções e encontrar os investimentos certos para você.

Quais são os tipos de investimentos mais seguros?

Se a sua prioridade é a segurança, os investimentos de renda fixa são a melhor escolha.

Na renda fixa, você sabe desde o início qual será a rentabilidade e quando poderá resgatar o dinheiro. Ou seja, ao contrário das ações e outros investimentos de renda variável, seu comportamento é previsível.

Como nenhum produto é igual a outro, mesmo na renda fixa existem opções mais ou menos seguras. Como a volatilidade não é um problema aqui, os principais riscos a serem observados são:

  • Risco de liquidez: em caso de emergência, investimentos com prazo mais longo podem enfrentar problemas ao serem resgatados. Se você precisar reaver o dinheiro antes do vencimento, o lucro esperado pode ser comprometido;
  • Risco de crédito: é a possibilidade de o emissor não pagar os juros combinados ou, no pior cenário, não devolver o valor investido.

Por isso, os títulos do Tesouro, emitidos pelo Governo Federal, são considerados os mais seguros do mercado. Além de terem o menor risco de crédito, muitos deles oferecem liquidez diária.

Outras opções seguras são os investimentos protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), como CDBs, LCIs e LCAs. O único cuidado aqui é verificar os prazos de resgate, principalmente se precisar do dinheiro antes do vencimento.

E a poupança?”, você deve estar se perguntando. Sim, ela também é protegida pelo FGC e é amplamente utilizada pelos brasileiros. Mas há um problema: sua rentabilidade é a menor entre todas as opções de renda fixa.

Se há alternativas tão seguras quanto a poupança, mas com retornos melhores, por que deixar seu dinheiro parado lá, não é mesmo?

Como escolher um produto de investimento?

Agora que você já conhece os produtos de investimento mais populares do mercado, tudo o que há para fazer é comparar cada um deles com os seus objetivos e com o seu perfil de risco, para ver quais dão match. Simples, não é?

Sim, eu sei que não. Afinal, é muito produto e pormenor para dar conta, principalmente para quem está só começando. 

Mas relaxa. Para facilitar, dá para seguir a colinha abaixo para te ajudar a filtrar as opções, olha só:

Tipo de InvestimentoRentabilidadePrazoProteção do FGCIsento de impostoLiquidezPerfil do investidor
CDBsRenda fixaCurto a longoSimSimNormalmente alltaConservador, moderado
CRIs e CRAsRenda FixaLongoNãoSimBaixaModerado
LCIs e LCAsRenda fixaCurto a longoSimSimBaixaConservador, moderado
Tesouro DiretoRenda fixaCurto a longoSimNãoAltaConservador
DebênturesRenda fixaMédio a longoNãoNãoBaixa a médiaModerado, agressivo
Fundos de InvestimentoRenda variávelCurto a longoNãoNãoAlta a médiaModerado, agressivo
Fundos de Investimento ImobiliárioRenda variávelLongoNãoNãoMédiaModerado, agressivo
ETFsRenda variávelCurto a longoNãoNãoAltaModerado, agressivo
AçõesRenda variávelLongoNãoNãoAltaAgressivo
BDRsRenda variávelMédio a longoNãoNãoAltaModerado, agressivo
CriptomoedasRenda variávelCurto a longoNãoNãoAlta Agressivo
Contratos futurosRenda variávelCurto a longoNãoNãoAltaAgressivo
OpçõesRenda variávelCurto a longoNãoNãoAltaAgressivo
PoupançaRenda fixaCurtoSimSimMuito altaConservador
OuroRenda variávelLongoNãoNãoBaixaModerado, agressivo
ImóveisRenda variávelLongoNãoNãoMuito baixaModerado, agressivo

Com a ajuda da tabela acima, agora é só fazer seu planejamento financeiro com cuidado, definir seus aportes mensais, e escolher os investimentos que mais combinam com suas metas.

Como investir no mercado financeiro?

Para investir no mercado financeiro, basta seguir este breve passo a passo:

  1. Conta em corretora: para acessar o mercado, é obrigatório abrir conta em uma corretora de valores. Essas empresas intermediam a compra e venda de ativos, conectando você à bolsa de valores e a outros produtos de investimento;
  2. Teste de perfil: antes de investir, a corretora pedirá que você responda a um teste para identificar seu perfil de investidor. Isso ajuda a entender sua tolerância ao risco e quais produtos são mais adequados para você;
  3. Escolha de ativos: com a conta ativa, você pode acessar o home broker, plataforma da corretora onde os investimentos são negociados. Na hora da escolha, leve em conta fatores importantes como risco, liquidez e objetivo do investimento;
  4. Ordem de compra:  após definir o produto desejado, basta inserir uma ordem de compra no home broker, informando quantidade, preço e tipo de ordem (como a mercado ou limitada);
  5. Diversificação: em vez de aplicar tudo em um só produto, distribua seu dinheiro  entre diferentes ativos. Essa estratégia reduz os riscos e aumenta o retorno, evitando a dependência de um único investimento.

Por fim, vale destacar que investir não é um processo estático. É essencial acompanhar o desempenho da sua carteira, pois sua composição não precisa ser permanente. Com o tempo, é natural ganhar mais confiança e começar a explorar novas oportunidades.

Quer aprender mais sobre investimentos?

Espero que você tenha gostado desta breve introdução aos produtos de investimento. Caso tenha ficado com curiosidade sobre qualquer um dos ativos ou assuntos citados ao longo do artigo, recomendo fortemente que você busque pelo termo aqui mesmo, no blog da TopInvest ou, se preferir, em nosso canal do YouTube.

Tenho certeza que, independentemente do assunto, em ambas as plataformas você encontrará conteúdos didáticos e de qualidade como este. Nos vemos na Top!

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